2 de abril de 2009

Entrevistas


No início de Março, Patrícia Soares da Costa viajou para Nova Iorque para medir o pulso à cidade. “Does the Big Apple have a big heart?” é a questão à qual a Country Brand Consultant, da Bloom Consulting, quer dar resposta. Um projecto que mergulha no “interior da cidade”, feito de experiências e relatos que podem passar pelo “porteiro dominicano que chegou com um sonho, ao sem-abrigo que faz Street art”. Este projecto pessoal de City Branding foi o mote para uma conversa com o Imagens de Marca. Enquanto aguardamos pelas conclusões, que serão aqui partilhadas em breve, as experiências deste mês passado no outro lado do Atlântico, podem ser vistas em http://bigapplebigheart.blogspot.com/.


 


Imagens de Marca: Como nasceu este projecto?
Patrícia Soares da Costa:
Nasceu de um misto: como turista, o desejo de conhecer NYC; como Country Brand Consultant, a curiosidade profissional sobre a “máquina” que dota de tamanho poder a marca “I Love NY”; e, como inquieta, a procura de uma experiência de turismo mais intimista e “off the path”.
Partiu de uma observação: milhares de pessoas estão dispostas a literalmente “vestir a camisola” do “I Love NY”, e qual a “reciprocidade” dessa relação, qual a disponibilidade dos “brand ambassadors” desta marca tão potente para contribuírem para a reputação de NYC e para o ambicioso objectivo de atrair 50 milhões de turistas anuais até 2015?



IM: É um projecto que conta com apoios, ou acima de tudo é um investimento e desafio pessoal?
PSC:
É um projecto pessoal, de A a Z, desde o conceito, à produção de conteúdo, design e estratégia, contactos, gestão do projecto, etc. No entanto, conto com o apoio informal da Bloom Consulting, permitindo a minha ausência durante este mês, e de todos os amigos e pessoas que se entusiasmaram com o conceito do projecto e me ajudaram a entrar em contacto com diversas pessoas de todas as áreas em NYC, ou indicando sites a consultar, experiências a investigar.



 


 


IM: De todas as geografias, o que a levou a escolher Nova Iorque?
PSC:
Pela missão perene de ser a capital do mundo, pela corrida com Londres para a atracção de turistas, empresas, projectos, media, awareness e pela abordagem tão emocional da marca “I love NY”. 



 


IM: O momento que se vive nos Estados Unidos de certa forma também a motivou?
PSC:
Sim, o ambiente que se vive numa América em (expectável) mudança (a esperança renovada de Obama versus o colapso financeiro de Wall Street). Mas também o ambicioso objectivo anunciado de conseguir atrair 50 milhões de turistas anuais até 2015, com todas as manobras de atracção que isso vai implicar (versus a atenção centrada em Londres pelo tema dos Jogos Olímpicos). 



 


IM: Chegou a Nova Iorque com uma questão – Does the Big Apple have a big heart? – no decurso do projecto, surgiram novas interrogações?
PSC:
Ainda não tinha estado em NYC, é a primeira vez, mas tinha muita curiosidade, não só como turista (sendo um dos top 10 mundiais em destinos turísticos), como pela força que tem como marca. É uma das marcas mais reconhecidas do mundo, mesmo concorrendo (na cabeça e percepção do consumidor) com marcas que investem milhões em publicidade e produtos, que “tocamos/bebemos/comemos” ou no mínimo vemos diariamente (Apple, Ikea, Coca-Cola, Mcdonalds, Google, etc). Como pode um sítio, representado pela marca “I Love NY”, estar presente no mesmo escalão de awareness dessas marcas com esse nível de investimento e presença? O que mantém esta força em movimento?



 


IM: É por isso que se propõe fazer um “A cardio check-up” a Nova Iorque enquanto marca…
PSC:
A minha ideia central é tomar o pulso a NYC, daí ter criado o conceito “Does the Big Apple have a big heart?” e suportá-lo com a tagline “a cardio check up on NYC as a brand” e respectivo logo (um estetoscópio que toma formas de coração). Pretendo estudar como funciona o interior desta cidade, para além das rotas de turistas, dentro de casa das pessoas, nos escritórios, no fundo no coração da cidade, e a facilidade (ou não) com que os embaixadores desta marca me abririam as portas.



 


IM: De que forma será trabalhada a informação recolhida neste mês?
PSC:
O desafio a que me propus será a contínua produção de informação com vários binómios: a marca NYC percebida e a marca NYC real ; o durante e o depois da viagem; o material visual e o escrito; a perspectiva mais objectiva (estratégia, city branding, turismo) e a perspectiva mais emocional (as experiências, as sensações, as pessoas). O objectivo é a produção de informação sobre não só a marca Nova Iorque como as tendências de City Branding, de marketing de experiências ou de turismo de sensações.



 


IM: Até porque é de experiências e sensações que também se faz este projecto…
PSC:
Sim, para o conseguir tenho realizado todo o tipo de experiências e relatos: do porteiro dominicano que chegou com um sonho, ao historiador Mike Wallace; do sem-abrigo que faz street art, porque Nova Iorque está no seu coração e não o sabe expressar de outra maneira, a Milton Glaser, autor do conceito I Love NY; da vida dos subúrbios ao escritório de luxo no Chryler Building; E a vida dupla de estruturas como o World Financial Center: do frenezim do networking e das negociações, ao fim de dia perfeito sobre patins.


 

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelasPatrícia Soares da Costa viajou para Nova Iorque para medir o pulso à cidade. “Does the Big Apple have a big heart?" é a questão à qual a Country Brand Consultant quer dar resposta.

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Comentários (1)

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