27,4 mil milhões de euros. É o número mágico, que representa o investimento em publicidade dentro dos videojogos até ao final de 2008. Esta aposta terá começado a surgir de forma acidental, contudo, hoje é um negócio em franca ascensão. “Um mercado de milhões que move milhões”. Embora envolva ainda alguma experimentação, e apesar dos investimentos neste “meio” comportarem à partida um risco sem garantias muito concretas de retorno, a In Game Advertising, IGA, ou por outras palavras a publicidade dentro dos videojogos, tem vindo cada vez mais a assumir-se como uma forma de comunicar marcas e tem transformado o próprio videojogo num meio a acrescentar nos planos de comunicação das empresas.
O Imagens de Marca esteve à conversa com Hugo Faria e Pedro Lourenço, da OMG Digital e da OMG Consumer Insight, que fizeram parte da equipa que estudou a In Game Adevertising, e tentou perceber que futuro traz esta forma de fazer publicidade.
Imagens de Marca: É preciso muito dinheiro para investir em In Game Advertising?
Hugo Faria: Recentemente um elemento da IGA [empresa norte-americana, com o próprio nome do conceito, que se dedica à venda de publicidade dentro dos videojogos] deu-me a entender que mesmo para um jogo pequeno, que venha a ter muito pouco impacto, o investimento será de 20 mil dólares [cerca de 12,7 mil euros]. Esta será uma base de investimento muito pequena, mas que mesmo assim está dez vezes acima dos custos da Internet, onde o custo por mil contactos se encontra acima dos 50 dólares.
IM: Se existe risco, sem garantias seguras, o que é nesta fase se pode fazer para convencer os anunciantes a investir neste tipo de publicidade?
HF: Há uma variável que os jogos trazem, que a Internet também traz mas não traz com tanta força. Que é a variável de “engagement”, ou seja, até que ponto eu estou compenetrado e imerso dentro de um conteúdo de comunicação de marca. É isso que temos que perceber agora. É isso que é crítico. Outra grande questão será como encaixar mais um meio num plano de comunicação que já está previsto, calculado e integrado. O desafio de hoje será o mesmo desafio que algumas marcas tiveram, há sete ou oito anos, ao integrarem a Internet nos seus planos de meios.
Há marcas portuguesas que já deram os primeiros passos no patrocínio directo a jogos, que neste momento estarão com alguns amargos de boca de quem fez um investimento e não sabe o retorno. O que é crítico agora é fazer essa medição. Qual foi o investimento e qual é que é o retorno que ele está a trazer à marca.
IM: E já é possível essa medição?
HF: Neste momento já é possível contabilizar o número de vezes que as pessoas se confrontaram com a marca dentro do jogo. O número de contactos. Tudo isto já é linguagem entendível em media. É uma informação crítica, ainda que não seja diária como temos por exemplo das televisões, mas é uma informação que a marca valoriza e que pode até ser comparada com outros meios.
IM: O que é que este “novo meio” vai então mudar no investimento das marcas destinado à publicidade?
HF: Por um lado, as marcas vão chegar à conclusão de que alguns meios tradicionais que usam são excessivamente caros. E por outro, vão chegar a uma zona de dúvida: “vou ou não investir em In Game Advertising?”
IM: E devem as marcas investir no IGA?
HF: Devem investir. O que não se deve pensar é que a bolsa de dinheiro destinada ao In Game Adverstising é a bolsa de dinheiro da media. Enquadra-se mais naquilo que é a bolsa de activação da marca e dos patrocínios e do Brand Entertainment. E cada vez mais, com a saturação dos meios acompanhada pelo aumento dos preços, a marca tem que ser complementada com qualquer coisa mais. O IGA aí pode servir como um complemento, um upgrade de meios que a marca utiliza.
O consumidor e o mercado
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IGA em português
Em Portugal existem algumas empresas que já apostam nesta nova forma de publicitar. Na versão portuguesa do mais recente videojogo Pro Evolution Soccer ou do FIFA, já é possível ver em torno do relvado de futebol faixas de marcas como a Delta, a Sagres, Sport TV e Pizza Hut.
Enquanto isso, a MyGames – empresa do grupo Impresa, responsável por um programa dedicado aos videojogos na SIC Radical, pela revista Hype e por um portal de mini jogos na Internet – prepara o lançamento de um jogo online, do género jogo MMO – Massively Multiplayer Online, onde pretende conter espaços especificamente pensados para publicidade.
A ideia, para já, passa por nesse jogo ter um Mrec e um ticker, em rodapé, destinados à publicidade. Contudo, Tiago de Sena, director geral do MyGames, adiantou que está considerada a hipótese de aplicar publicidade também dentro do próprio mundo virtual do jogo.
Em que é que está a trabalhar a Mygames agora?
IM: Projectos futuros…
IM: A MyGames prepara-se para lançar um jogo, um MMO. Vão utilizar essa plataforma para complementar a vossa oferta na área da IGA. Como é que vai funcionar essa oferta?
IM: E resto da vossa oferta em IGA? |
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