17 de junho de 2008

Entrevistas

Foi o primeiro anúncio a três dimensões apresentado em Portugal e serviu de case study num seminário do 55º Leões de Cannes. Paulo Valentim, director de marketing da Super Bock, esteve esta quinta-feira no Festival para apresentar e “representar” o trabalho português na área da publicidade 3D.


 


Imagens de Marca: O que faz a Super Bock em Cannes?


Paulo Valemtim: Acima de tudo representar Portugal naquilo que nós fazemos de melhor e que por vezes passa despercebido para a maioria das pessoas.


 


IM: Trouxeram aqui o vosso contributo com a primeira campanha 3D da Super Bock…


PV: Sim. Aconteceu que se conjugaram uma série de factores e tivemos [a Unicer] a oportunidade de lançarmos a primeira campanha digital 3D nos cinemas portugueses. Fizemo-lo com o apoio de parceiros locais e colocámo-la em 16 cinemas. A Cannes foi importante ter vindo, para mostrar a todo o mundo que Portugal consegue fazer o melhor, ou pelo menos o mais vanguardista que se faz nesta altura em cinema.


 


IM: Diria que Portugal está na linha da frente, no que diz respeito à utilização desta tecnologia em publicidade?


PV: Sim. A começar porque a ex-Lusomundo foi um dos primeiros grandes investidores na Europa em cinemas 3D digitais. Isso criou a possibilidade de em Portugal os anunciantes se adaptarem e acompanharem este avanço.


 







“Cinema – O meio onde todas as ideias parecem grandes”


 


O título do seminário foi esse mesmo, e de facto “grandeza” não faltou nos trabalhos que serviram de estudo durante quase uma hora. Com os apetrechos necessários – os óculos de cinema 3D – o seminário levou os espectadores a viajar e conhecer os projectos das inglesas Electronovision, Red Bull, Dolby, da norte-americana Brand Experience e da portuguesa Super Bock.


 


A ordem de trabalhos foi marcada pela inovação na publicidade em cinema, desde os anúncios 3D ao revolucionário conceito de “advergaming” – um novo tipo de publicidade que através de sensores de movimento coloca a plateia a conduzir o próprio anúncio, numa experiência interactiva já experimentada por marcas como a Volvo, no Reino Unido (ver vídeo).


 


IM: E é um investimento a continuar?


PV: O investimento vai continuar. a ScreenVision tem a concessão da publicidade nestes cinemas e já existe talento técnico em Portugal que permite a sua execução. Não vai ser preciso ir buscar fora o conhecimento.


 


IM: Foi dito no seminário que “esta é a terceira revolução que o cinema está a viver”. Assina por baixo?


PV: Claro, o futuro é por aqui. Aquilo que é necessário agora é perceber que: ou entramos já, ou entramos mais tarde. Para a Unicer com os recursos que tem, e com a cultura de inovação que pratica, era impensável não aproveitar esta oportunidade.


 


IM: Em termos de investimento o que é que esta campanha implicou para a Super Bock?


PV: Este investimento específico foi feito para 16 salas de cinema, que era o que havia disponível na altura. O interessante foi que com um investimento que foi inferior a 100 mil euros, acabámos por tornar possível a execução da campanha e no fundo ajudar a criar “know how” necessário para essa execução, para que estas empresas que trabalham nesta área tenham agora capacidade comercial de o mostrar ao mundo.


 


IM: É o futuro hoje?


PV: Não tenho dúvidas que esta tecnologia será o futuro. Ás vezes pode discutir-se a velocidade a que chegará esse futuro, mas que passa por aqui não tenho dúvidas. Tem barreiras à entrada, obviamente. Está-se a investir em cinemas digitais e este movimento todo que se está a fazer não será um movimento que se vai conseguir desfazer em dois ou três anos. Este é apenas o primeiro passo. Vamos ver qual será o segundo. Como em tudo na vida, os primeiros a surfarem a onda, provavelmente serão aqueles que melhor a vão surfar no futuro.


 


IM: Conseguiram medir o sucesso da campanha junto dos consumidores?


PV: Em termos quantitativos não houve medição do sucesso da campanha. É certo que o marketing tenta ao máximo ser uma ciência, mas há vezes em que tem que ser uma arte. Embora não hajam números concretos, mais uma vez reforço que acreditamos que o futuro é por aqui.


 




 


 

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