3 de março de 2011

Entrevistas

A Essência do Vinho arrancou em 2004 no Porto para desmistificar o mundo dos vinhos. Este ano a iniciativa, que decorre entre hoje e Domingo no Palácio da Bolsa, leva à capital do Norte 350 produtores e cerca de 3 mil marcas de vinhos, num investimento de 350 mil euros. O Imagens de Marca entrevistou Nuno Pires, Director Essência do Vinho.


 


 


Imagens de Marca (IM): Qual o conceito desta iniciativa que arrancou em 2004?
Nuno Pires (NP):
O Essência do Vinho – Porto é um evento dedicado ao consumidor conhecedor, interessado ou simplesmente curioso pelo mundo do vinho. Surgiu após uma prévia e profunda análise que acabou por revelar a inexistência de uma iniciativa de relevo que desmistificasse o vinho junto do consumidor e potencial consumidor, através de uma comunicação mais simples, directa e focalizada no público. Pretendia-se um modelo que fosse além das tradicionais feiras de vinho, que se diferenciasse das mostras exclusivamente direccionadas a profissionais do sector ou de cariz local e regional. Pelo contrário, o conceito pensado para este novo evento residia na simplificação de mensagens, no cuidado com a imagem, na aproximação entre protagonistas e consumidores de vinho. Em 2004, a empresa homónima, a EV – Essência do Vinho, co-realizava o evento em parceria com a Associação Comercial do Porto, tendo o singular Palácio da Bolsa como palco.


 


IM: Qual o público-alvo?
NP:
É um público consumidor maioritariamente jovem, dos 25 aos 40 anos. Em simultâneo temos uma franja substancial de visitantes até aos 50, 55 anos. Em ambos os casos é um público urbano, das classes A e B, quadros médios e superiores, interessado por vinhos e gastronomia


 


IM: E porquê este target?
NP:
Desde a primeira edição, o Essência do Vinho – Porto procurou ser um evento diferenciador, não só no conceito como noutros aspectos, como na imagem, no cuidado com os pormenores, na forma de comunicar. Acreditamos desde início que seria esse o caminho para atrair e fidelizar públicos e, felizmente, o tempo tem comprovado que tínhamos razão, uma vez que no nosso país há um número crescente de apaixonados por vinho e gastronomia.


 


IM: qual o investimento realizado este ano?
NP:
A realização do Essência do Vinho – Porto representa, na globalidade, um investimento na ordem dos 350 mil Euros.


 


IM: Quem são os maiores produtores portugueses presentes? E com que vinhos?
NP:
Preferia não destacar nomes. Estão presentes os maiores produtores nacionais, além de outros produtores, de menor dimensão, mas com vinhos de qualidade reconhecida. No total são mais de 350, o que perfaz qualquer coisa como 3 mil  vinhos em prova. Muitos produtores aproveitam ainda a presença no Essência do Vinho – Porto para lançarem os vinhos mais recentes, beneficiando do contacto privilegiado e directo com o consumidor e a Imprensa, obtendo logo aí um feedback que, de outro modo, não o conseguiriam.


 


IM: Estarão presentes produtores internacionais? Se sim, quantos e quais os de referência?
NP:
Em termos globais, cerca de 5% dos vinhos em prova serão estrangeiros, estando representados no evento pelas respectivas distribuidoras. Já no programa de acções temáticas, destacava algumas que são dedicadas a vinhos internacionais de primeira grandeza: Champagne Louis Roederer (Prova Premium, 4 de Março), Vinhos da Nova Zelândia (Prova Comentada pelo crítico de vinhos Paul J. White, 5 de Março) e Chanson Père & Fils (Prova Premium, 6 de Março).


 


IM: Estão os produtores nacionais preparados para falar com o consumidor final, e não só com os especialistas?
NP:
O Essência do Vinho – Porto surgiu também para os ajudar nesse sentido, para aproximar os protagonistas do vinho, produtores e enólogos, aos consumidores. Houve também aí uma notória evolução, dado que notámos que esse contacto é cada vez mais assíduo, menos formal e mais descontraído. O consumidor beneficia, porque percebe o que lhe é transmitido com maior clareza e deixa de se sentir tão retraído. O produtor também, porque aumenta a possibilidade de atracção de novos públicos.


 


IM: O evento Essência do Vinho pondera sair do Porto? Qual a estratégia da marca nesta área?
NP:
A empresa Essência do Vinho nasceu com o primeiro Essência do Vinho e tem nele um evento âncora. O evento está e irá continuar ligado ao Porto, fazendo da cidade a capital portuguesa (e até europeia) do vinho nesta altura do ano. A empresa cresceu, entretanto, e é líder em Portugal na produção e comunicação de eventos enogastronómicos, assumindo outros projectos como o Essência do Gourmet, Allgarve Gourmet ou Peixe em Lisboa, para apenas falar dos mais conhecidos.


 


IM: Quantos visitantes esperam este ano?
NP:
Este ano vamos certamente superar um total de 100 mil  visitantes desde que o evento se iniciou, em 2004. No ano passado tivemos a presença de 18.200 visitantes e, devido à dimensão do próprio Palácio da Bolsa e à necessidade de mantermos o conforto dos que nos visitam, dificilmente conseguiremos receber muitas mais pessoas.


 


IM: Tem-se sentido a crise no sector? De que forma?
NP:
O sector não foge à regra e encontra o mercado nacional estagnado e, nalguns casos, até retraído. Pelo contrário, as empresas que apostam nos mercados externos têm aumentado, genericamente, o volume de negócios, sobretudo em mercados estratégicos como Angola, Brasil, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido e Países Nórdicos. As exportações de vinhos tranquilos aumentaram em 2010 mais de 30%, em comparação com período homólogo de 2009.


 


 

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