30 de novembro de -0001

Entrevistas

Imagens de Marca (IM): Qual o cenário que faz para o planeamento de meios em 2011?
Cristina Carrasqueira (CC):
Assiste-se a uma constante mutação nos hábitos de consumo dos media, com naturais crescimentos ao nível do consumo de meios e de conteúdos através das plataformas digitais, das quais o ipad é a mais recente novidade. Neste contexto de rápida mudança a par da redução dos investimentos do mercado publicitário, nos últimos 2 anos, o desafio coloca-se ao nível de qual a melhor opção, forma e formato não somente de contactar, mas sobretudo, envolver os consumidores.


Nesta perspectiva qualquer estratégia de meios deverá ter sempre em conta a marca, o ambiente que a envolve e o “momento”. Naturalmente que o planeamento de meios deverá seguir esta mesma tendência criando um maior envolvimento da marca ao nível dos conteúdos. Significa uma inovação no sentido em que não se trata apenas de uma dada marca a comunicar num determinado meio, mas de uma marca que comunica em conjunto com o meio. Exemplos: Free Fashion by Freeport, Vodafone FM.
Por outro lado, num contexto de adversidade o planeamento de meios está cada vez mais virado para o ROI. A tendência é de maior exigência ao nível da eficácia e dos resultados efectivos – sem margem para erros….O desafio situa-se na optimização da conjugação destas duas vertentes.


 


IM: Quais serão os meios mais penalizados e porquê?
CC:
O investimento publicitário em 2011 deverá registar valores em linha com 2010. Mantendo-se a tendência até á data, imprensa e o cinema serão os meios mais afectados quer ao nível de captação de receitas, quer ao nível da quota de mercado.
A televisão paga e a internet continuam a apresentar margem para uma maior captação de investimentos.
Naturalmente que a Imprensa é o sector que regista mais dificuldades, em virtude da ainda diversificada oferta de títulos, o que provoca uma diluição do investimento pelos diversos players. Estou em crer que a tendência será a de concentração do investimento e não a de dispersão, o que provocará o encerramento de mais algumas publicações.


 



IM: Como acha que estes meios podem dar a volta à situação?
CC:
A melhor forma de “dar a volta a qualquer situação” é antecipar e inovar. Quando tal já não é possível, então, há que seguir a tendência (neste caso, já em esforço).
A imprensa pode tirar melhor partido dos seus recursos  e aproveitar todo o potencial dos grupos em que estão inseridos,  apresentado uma oferta  de soluções integradas  e de interacção na sua componente papel, online e on-screen.


 


IM: O Internet Mozilla e o Google estão a criar as condições técnicas para que os utilizadores só fecham a publicidade se assim o pretenderem. Como analisa esta medida e que repercussões terá no mercado.
CC:
A aceitação de publicidade por parte do utilizador de meios digitais tem sido discutida em formatos mais intrusivos, e é já aplicada nalguns casos. É possível que uma medida destas, aplicada de forma indiscriminada, possa limitar o universo de indivíduos contactáveis, ainda que a experiência demonstre que os utilizadores dos meios online são particularmente favoráveis a mensagens publicitárias e poderão não aderir. No entanto, tendo em conta o crescimento dos meios digitais é possível que o efeito não seja sentido, mesmo que a opção seja aplicada de forma generalizada, o que é pouco provável, pois a maioria dos formatos são não intrusivos e estão alojados nos sites de destino. Nesses casos, cabe às marcas criar formas inteligentes de atrair o utilizador e oferecer a sua mensagem na forma de entretenimento


 

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