E ainda:
Veja o dossiê especial Travessia de Portugal em Balão de Ar Quente
Helena Sá já cruzou os céus de vários países como África do Sul, Inglaterra e Alemanha. Amante do balonismo desde sempre e praticante há dezasseis anos, é já presença assídua na Travessia de Portugal em Balão de Ar Quente desde 2000. Afirma-se participante por desporto e convívio e conta que faz desta modalidade uma “escolha de vida”.
Imagens de Marca: O balonismo é mesmo uma filosofia de vida?
Helena Sá: É. Eu nasci na África do Sul e comecei a praticar balonismo lá. Quando vim para a Europa trouxe essa paixão comigo, tirei a licença em Inglaterra, depois vim para Portugal e por cá faço.
IM: Como encara estas provas?
HS: Costumamos chamar-lhes encontros de balões. Existe sempre competição, mas muitas vezes é mais pelo convívio, para juntar um grupo de pessoas com a mesma atitude e a mesma forma de pensar.
IM: Costuma voar sozinha?
HS: Não, não gosto. O balonismo não é um desporto solitário, é um desporto de família, um desporto social. É muito difícil de praticar sozinho, até porque se precisa de ter sempre um resgate atrás de nós.
IM: Como é que é praticar balonismo em Portugal?
HS: Praticar balonismo em Portugal é quase como praticar em África. O terreno é rústico, quase virgem, diria. Encontramos até terrenos nunca explorados, que muitas vezes nem os portugueses sabem que existem. Existem áreas espectaculares.
IM: E esta Travessia?
HS: A Travessia é muito característica. Voamos em áreas que muitas vezes nem nos atrevemos a voar. Atravessamos vales, atravessamos rios, brincamos com o nevoeiro, com as nuvens.
IM: A Travessia vai de norte a sul do país. Quais são as suas regiões de eleição para voar em Portugal?
HS: A melhor área para voar é o Alto Alentejo, sem dúvida. Pelas suas condições geográficas e até meteorológicas. As outras áreas são possíveis, mas sempre com um bocadinho de aventura pelo meio.
IM: Qual foi, no seu ponto de vista, a etapa pior nesta Travessia?
HS: O pior é mesmo quando não podemos voar.
IM: E aquela que mais gostou?
HS: O Mosteiro de Alcobaça foi espectacular. A noite estava excelente. De Ponte de Lima até aqui, apesar de os voos não terem sido exactamente aquilo que queríamos, o acolhimento e o convívio das pessoas que nos têm recebido superou todas as expectativas.
IM: A sua equipa tem algum patrocínio?
HS: Não, eu não tenho patrocínio. Tenho um balão pequeno que é patrocinado pela Fanta, já de há muitos anos atrás. Todavia, estamos a representar o Douro. Tivemos a honra de ser convidados para representar essa região que é uma das maravilhas da natureza aqui em Portugal.
IM: Aqueles balões que aqui se encontram com nomes de marcas são patrocinados. Funciona exactamente com um patrocínio a uma equipa de futebol, por exemplo?
HS: Claro. Se repararmos num balão, ele tem uma área de publicidade enorme e é um meio de transmitir uma companhia muito eficaz.
IM: Para alguém que se queira iniciar nesta prática desportiva, este é um desporto caro?
HS: É, sem dúvida. Há muita gente que começa e que depois de ver o investimento que a modalidade requer acaba por desistir. Todavia, quando se tem o “bichinho” no sangue, faz-se tudo por tudo para financeiramente manter este desporto.
IM: Quais é que são os países onde o balonismo assume maior expressão? Onde é que ele é mais forte?
HS: Sem dúvida na Inglaterra. É o local ideal para fazer treino e para avançar com o balonismo.
IM: O que é estranho, já que é um desporto tão dependente das condições climatéricas. Em Inglaterra faz mais frio, mais chuva, não devem ter tantos dias para voar?
HS: Sim, mas a época de balões, na zona onde vivo, é entre Abril e Outubro, que é quando os dias estão mais longos. Depois como não se pode voar no Inverno, venho para Portugal, porque a época ideal para voar aqui é entre Outubro e Abril, portanto consigo conjugar muito bem.
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