27 de dezembro de 2010

Entrevistas

Marian Salzman, presidente da Euro RSCG Worldwide PR, apresentou uma análise onde aponta as 11 tendências para o sector do marketing em 2011 e as três áreas-chave para a actuação dos marketers. A especialista respondeu às questões do Imagens de Marca.


 


 


Imagens de Marca (IM): Quais são as 11 tendências que aponta para o mercado do marketing em 2011?


Marian Salzman  (MS):  As tendências para 2011 passam pelos seguintes 11 pontos:
Mad as Hell—and Only Getting Madder. Nos dias de hoje as notícias surgem 24 sob 24 horas, sete dias por semana, e a blogosfera dá outra dimensão aos temas tratados.
Talk to the Hands. À medida que o Mundo se reinventa, as pessoas reavaliam-se menos a si próprias e ao que as rodeia. Há um sentimento de perda de controlo e desejo pela vida, as pessoas anseiam por ser práticas.
Net Gain. Os americanos, que estão a perder a confiança nas instituições e a ganhar esperança na tecnologia, procuram mais o digital e as redes sociais para satisfazerem as suas necessidades.
Public Mycasting System. As notícias de televisão morreram. Está a emergir o Mycasting. As pessoas procuram os conteúdos interactivos, mostrando a sua visão do Mundo por imagens, partilhando links e tweets.
Booting Up. Atenção ao regresso de um mercado altamente exigente para preparar crianças e trabalhadores para os rigores do século XXI.
Yes, We Can…Reinvent Ourselves. “Mudança”: não é mais um slogan, está a tornar-se um modo de vida para cada vez mais pessoas. Voluntariamente ou forçadas a isso, cada vez mais as pessoas adoptam o espírito norte-americano do consigo fazer.
Reinvention, Part II. Mesmo com toda a raiva existente, está a assistir-se à reeivenção das empresas.
Separated at Worth. Pagamentos e compensações estão a gerar confusão e as grandes quantidades de dinheiro cheiram a podre.
Gender Bender. Os homens enquanto grandes mestres não sobreviverão, os homens terão de se ajustar ao tratamento que as mulheres têm há bastante tempo: vistos como objectos sexuais ou donas de casa.
Who's in Control? Vai haver uma maior exigência nas unidades de controlo, que vai acabar por as dividir e criar paixões. É isto que deve ser controlado.
Tapping Minitrends. No nosso radar: o crescimento dos consumidores africanos, a energia solar em pequena escala, os serviços de transferência de dinheiro via telemóvel e uma maneira mais inteligente de ler nos dispositivos móveis.


 


IM: De que forma estas tendências ajudarão marketers e publicitários a alcançar o sucesso?
MS:
Tendo em conta estas 11 tendências, o meu objectivo é ajudar os marketers em três áreas-chave:
- Verem o que está no ar neste momento. Sabendo isto poderá produzir-se comunicação culturalmente relevante.
- Aferir a trajectória do que está a acontecer. Fazendo isso, não só estão a antecipar o que vem a seguir, mas também os ajuda a apostar na inovação. Quantos mais marketers perceberem estes pensamentos e quiserem seguir as tendências de hoje, melhor preparados estarão para criar uma nova geração de produtos e serviços.
- Desenvolvimento de uma mentalidade que está sempre à procura das novas tendências. Muitas das tendências que sublinho podem tranformar-se em algo grande; não estaria a realçá-las se não pensasse isso. 
Espero que os marketers discutam entre eles, vejam cada um dos pontos e se interroguem sobre o que falta. Seja qual forem as conclusões a que cheguem, garanto que o processo estimulará ideias que darão frutos no que está a acontecer agora e no que isso pode significar para o que vai acontecer a seguir. O ponto não está em prever o futuro (se bem que é óptimo quando isso acontece), é estar preparado para ele, antecipá-lo e dar-lhe forma.
 


IM: Como acha que o marketing vai sofrer com a crise em 2011?
MS:
Durante este período de recessão da economia pelo qual estamos a passar temos visto o sector a aguentar-se bastante bem, principalmente devido ao esforço levado a cabo pelo marketing boca-a-boca e pelas redes sociais. A publicidade tradicional deverá continuar a decrescer ligeiramente, enquanto a recuperação económica não começar.


 


IM: O futuro das marcas passará pela Internet, através dos blogs e redes sociais? Como?
MS:
As redes sociais são a chave de muito do que está a acontecer nos dias de hoje, e do que se vai passar no futuro. Apesar de as marcas continuarem com relutância em investir no marketing das redes sociais, todos os sinais apontam para o facto de algumas estarem a tomar a dianteira neste ponto. Um novo estudo revela que aqueles que gostam de uma página de Facebook de uma marca mais provavelmente compram ou planeiam comprar os seus produtos (esperemos que essas marcas actualizem as suas páginas de manhã cedo, e recorram a fotografias e cupões). A GE, com um dos maiores orçamentos do Mundo para marketing, já percebeu isto e acrescentou as redes sociais à sua estratégia, e de forma muito forte. E a Ford Motors, empresa que investe um quarto do seu orçamento para publicidade no digital, faz a excepção numa indústria que está a adaptar-se lentamente.
Fica a questão: Do que é que as marcas estão à espera?


 


IM: Como analisa o Mercado português de marketing? São as tendências para Portugal as mesmas?
MS:
As minhas tendências foram pensadas para um Mercado global, portanto, na generalidade, as minhas 11 tendências também se aplicam a Portugal.

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