10 de agosto de 2010

Entrevistas

Apaixonados pelo lixo


 


 


Em Maio de 2008  Mário Silva arranca com um projecto inovador, a OON, por uma reciclagem eficaz e eficiente, onde os cidadãos têm uma palavra a dizer no processo, para já, de transformação de óleo e azeite usados em velas decorativas.


   


 


 


Imagens de Marca (IM):  oon, porquê a escolha deste nome?
Mário Silva (MS): 
 OON é o anacrónimo de “Out Of Nature”. “Out of Nature” como representação da ambição da marca de desenvolver produtos e experiências de reciclagem doméstica, que tenham sempre presente o cunho da sustentabilidade.


 


IM: Como define o conceito da marca?
MS:
A OON é uma marca contemporânea, com um posicionamento/mantra de “fazer as pessoas apaixonarem-se pelo seu lixo/making people love their waste“.
É, na prática, a representação formal de uma plataforma conceptual disruptiva, que tem como insight a crença que a reciclagem, tal como ela é hoje interpretada, não é eficaz nem eficiente.
A marca oon é sinónimo desta nova forma de pensar, sentir e fazer reciclagem em ambiente doméstico, concretizada em ferramentas de fácil e divertida utilização, que permitem a transformação do lixo em outros produtos ou matérias-primas. Está-se, desta forma, a mudar o paradigma actual, passando-se de um processo feito à distância, por terceiros, com grande utilização de recursos, para outro mais próximo à esfera pessoal, onde as pessoas vêm e recebem a recompensa dos seus esforços, ficando com o valor criado no processo.


 


IM: Como surgiu a ideia de criar este conceito?
MS:
A ideia surgiu da vontade de dar aos consumidores as ferramentas e a motivação para resolverem por eles próprios o lixo que produzem. Em vez de se deitar fora o lixo que se produz, a ideia é que o lixo (e respectivo valor), seja aproveitado pelos próprios geradores do resíduo para dar origem a novos produtos.
Com esta estratégia de negócio, rapidamente se chegou à solução de transformar óleos usados em velas decorativas, algo inovador não apenas no produto final mas também no processo, que envolve uma máquina de utilização doméstica para as pessoas criarem, elas próprias, as velas.


 


IM: Como alia sustentabilidade, design e comunicação? É esta a fórmula para o sucesso?
MS:
Na OON, desenvolvemos produtos de reciclagem doméstica.
Estes tem um DNA sustentável, que se vê não só na proposta de valor final, mas também no processo produtivo. Desde o início que se procuraram as soluções de produção que fossem sustentáveis, seja a selecção e utilização maioritária de materiais reciclados (e naturalmente recicláveis), de práticas e processos produtivos mais eficientes, de uma minimização do consumo energético e da produção de zero resíduos, após a transformação do óleo nas velas. 
 O design surge como elemento simultaneamente catalisador e síntese destes princípios, aparecendo de uma forma transversal em todo o ciclo de desenvolvimento e produção, através da colaboração estreita com designers nacionais e internacionais.
A comunicação acaba por ser uma síntese desta combinação e pretende reflectir precisamente esta filosofia.


 


IM: Que soluções oferecem?
MS:
O nosso primeiro produto é a OON candlemaker,  o primeiro electrodoméstico que permite a conversão de qualquer óleo alimentar ou azeite usado, em velas decorativas, de diferentes formas, tamanhos, cores e aromas.
A alquimia é possível através das OON candlepods, consumíveis de formula patenteada que são responsáveis pela neutralização do odor dos óleos usados, pela côr e aroma da vela e pela estabilização do óleo vegetal.
Temos ainda as velas oonique -  velas vegetais feitas a partir de óleos usados, com a mesma tecnologia utilizada na candlemaker.


 


IM: Qual a estratégia de comunicação da marca?
MS:
A estratégia de comunicação é uma de contágio, suportada em três grandes pilares:
- um produto sustentável e inovador a nível mundial
- uma love brand, sinónimo de uma nova forma de fazer reciclagem
- uma História de empreendedorismo nacional
Para atingir este objectivo, utilizamos como principal instrumento a Internet, através de experiências digitais diferenciadoras e de uma forte presença nas redes sociais.


 


IM: E a estratégia de expansão?
MS:
2010 é o ano do lançamento do produto no Mercado Europeu e o início da preparação do lançamento comercial nos mercados dos Estados Unidos, Canadá e Brasil, onde contamos estar presentes a partir de 2011. Esta é a expectativa de evolução de um negócio que espera facturar cerca de 5 milhões de euros em 2011.
 
 


 

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