Aleix Valls é CEO da Mobile World Capital, a empresa de Barcelona que garante a organização do Mobile World Congress, uma das maiores feiras de tecnologia da atualidade.
O empresário passou por Portugal para marcar presença no Strategic Reflection Center Lisboa da Loop Unique Companies. Evento dirigido às principais empresas portuguesas, onde foram apresentados os principais impactos da Transformação Digital e as conclusões do última edição do Mobile World Congress 2017.
Imagens de Marca – Como se define uma estratégia de marca online no mundo da economia digital?
Aleix Valls – A economia digital é uma parte indispensável do presente e futuro das empresas. Atualmente a reputação, o conceito da nossa marca, assim como a forma como a comunicamos com os nossos consumidores está ligado diretamente ao nosso negócio.
Se nos quisermos posicionar num mercado cada vez mais competitivo e flexível e em constante mudança, não podemos deixar de lado a digitalização, assim como os desafios e as oportunidades que a mesma nos apresenta. Definir os nossos valores, definir a nossa identidade e a forma de nos relacionarmos com o cliente ajudam-nos a angariar oportunidades de negócio através do uso da tecnologia e soluções digitais.
IM – A revolução digital é também uma revolução social. Em que consiste esta revolução?
AV – A digitalização tem um grande impacto em todos os aspetos do nosso quotidiano. É certo que as novas tecnologias estão a gerar uma mudança nos negócios e na indústria, a realidade é que esta revolução surge do empoderamento do cidadão. A digitalização democratizou o acesso à informação, o que mudou a forma como comunicamos e nos relacionamos, em qualquer momento, a partir de qualquer lugar.
A maneira como comunicamos é cada vez mais rápida, mais acessível, mais ágil e sobretudo, mais fácil. Se quisermos seguir por este caminho, temos que dar às novas gerações as ferramentas e os meios para se capacitarem digitalmente e também para que façam um uso responsável e sustentável das novas tecnologias.
IM – Os dispositivos móveis hoje em dia representam já a maior percentagem de ligações à Internet. Que consequências têm estes dados na abordagem que as marcas devem ter aos consumidores?
AV – Hoje em dia já há mais dispositivos móveis conectados do que pessoas no mundo. Mais de 50% da população mundial está conectada, mas temos que ter em conta que esta tecnologia foi a que cresceu mais rapidamente que outra qualquer em toda a história. Estamos a falar de um dispositivo universal e, como consequência, para chegar aos consumidores as marcas não o podem perder de vista.
Além das marcas, devemos ter em conta a forma como estas se relacionam com os seus utilizadores, que neste mundo hyper conectado se tornam nos seus principais embaixadores. A comunicação em tempo real, a capacidade de oferecer atenção personalizada ao cliente, ter em conta os seus pontos de vista, assim como o as suas exigências, são requisitos que são obrigatórios ter em conta para satisfazer os clientes. Neste sentido o mobile é um canal indispensável.
IM – Num momento que tanto se fala da Internet das Coisas (IoT), e de ter todos os aparelhos conectados, crê poder existir aí uma oportunidade para o offline gerar valor?
AV – O online e o offline não têm que estar contrapostos. O digital também tem lugar no mundo offline, assim como a capacidade de gerar soluções tecnológicas nos negócios mais tradicionais que vem permitir a estas empresas conseguirem oferecer aos seus consumidores um valor diferencial.
A digitalização não implica a destruição do offline, sendo que oferece oportunidades para uma melhoria da competitividade na hora de ter um impacto positivo na melhoria da qualidade de vida das pessoas. É neste sentido que eu creio que todos os esforços relativos ao digital devem ser apontados.
O Imagens de Marca acompanhou o Mobile World Congress em 2016, veja aqui a reportagem.
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