No ano 2000, ainda antes do 9/11, Sergio Zyman, Chief Marketing Officer da Coca Cola escrevia um livro com um título perturbador : It’s the end of Marketing as we know it.
Quatro anos depois, escrevia um outro livro, com um título, igualmente perturbador : It’s the end of Advertising as we know it.
Estas convicções (prefiro chamar-lhes verdades) aplicam-se hoje, naturalmente ao Consumidor e também ao Ponto de Venda.
O primeiro livro ajuda-nos a perceber claramente que o Marketing autoritário e paternalista, do “quero, posso e mando” morreu.
Há uns anos o poder do marketing, leia-se dinheiro, permitia comprar os chamados bons lugares “ao nível dos olhos” na prateleira do supermercado, fazer aliciantes promoções e acreditar que o consumidor, fruto também da notoriedade da Marca, mais tarde ou mais cedo, pegava no seu produto, com o natural empurrão dos Media tradicionais, principalmente a Televisão.
Era garantido e era assim que funcionava, para muitos produtos.
Obviamente o Budget continua a ser vital, só que o Market Share é hoje bem mais complicado de manter ou fazer crescer.
No segundo livro, percebemos que a avalanche, a saturação e o “martelar” aceleraram o sentimento de revolta que muitas pessoas hoje comungam face à publicidade.
Em quantidade e infelizmente também em qualidade.
A Publicidade deve provocar reacções e despertar emoções que levem os consumidores a optar pela marca A em vez da B.
E se nos fizer rir ou entreter tanto melhor.
Já no que diz respeito ao Consumidor ele é rei e senhor e muitas vezes olha para a Publicidade como “blá blá blá”. Ou seja, uma conversa muito pouco interessante.
O consumidor tem acesso fácil, completo e crítico a todos os produtos e serviços e reúne informação preciosa sobre o que realmente lhe interessa. Faz o chamado “shopping around”, fala com o seu círculo de amigos e familiares, compara preços e vê críticas e comentários de consumidores / utilizadores do produto que quer comprar, até tomar a sua decisão de compra.
Por último, o Ponto de Venda, vulgarmente chamado de Point of Sale, e que confirma ou não se o Marketing e a Publicidade, na hora da verdade, conduziram o consumidor à compra desejada.
Por isso, também a loja está a mudar, pois sabe que o consumidor, muitas vezes, não tem tempo ou paciência para lá ir e que, quando o faz quer ser agradavelmente surpreendido.
O consumidor quer cumplicidade e empatia, ao natural, com a sua marca ou produto.
Desde a RENOVA nas estações de metro http://www.marketeer.pt/2012/02/07/renova-estreia
à VW num espaço de convívio na Av. da Liberdade, que tem muito pouco ou nada a ver com o clássico e chato stand
http://www.dinheirovivo.pt/Buzz/Artigo/CIECO033651.html
Duas marcas bem atentas e que sabem bem a relevância financeira da loja, cada vez mais um espaço reservado a experiências inovadoras com os consumidores,
Um Soft Sell bem mais eficaz e bem mais aceite pelos consumidores.
Concluindo : It’s the end of P.O.S. as we know it.
Chegou o : Point of Buying !
As Marcas que anteciparem criativamente esta realidade e que tornem a ida à loja, seja ela qual for, mais gratificante e surpreendente, serão as ganhadoras.
Até porque hoje em dia já não se aguenta, quando entramos em qualquer lado e ouvimos aquela perguntinha chata e melga : “posso ajudar”, “posso ser útil” ?
E o que apetece responder?
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