Com a mais recente campanha dos Jogos Santa Casa no ar, com a assinatura da DDB, o mundo da publicidade percebeu que o criativo Nuno Duarte assumiu a direção criativa desta agência, que há quase um ano estava sem comandante.
O Imagens de Marca falou com Nuno Duarte sobre este desafio e o que é que ele representa.
Imagens de Marca (IM): O que o levou a aceitar o desafio da DDB?
Nuno Duarte (ND): A DDB é uma das melhores agências do mundo. Infelizmente, penso que não tem tido esse reconhecimento no mercado português. Ter a oportunidade de pegar numa marca como a DDB e tentar colocá-la no devido lugar é um desafio demasiado aliciante para ser recusado. Por outro lado, e com o devido respeito por todos os outros clientes, a Volkswagen é aquela conta de sonho para qualquer criativo, por tudo o que representa na história da publicidade (vénia ao sr. Bernbach).
IM: Como é que encontrou a DDB, que estava sem direção criativa há quase um ano?
ND: Encontrei uma agência a tentar fazer o melhor que podia com os meios que tinha. E fez coisas boas que se calhar a maior parte das pessoas não conhece (como o lançamento do Volkswagen up!, por exemplo). Mas estar sem direção criativa, ainda por cima numa agência com a herança da DDB, não faz sentido. Não faz bem ao trabalho nem aos processos. E, sobretudo, não fez bem ao departamento criativo que foi quem sofreu mais na pele. Estava desmotivado e com falta de confiança, apesar da qualidade que tem. E tem muita.
IM: Que estratégia criativa tem para a agência?
ND: A estratégia é simples: fazer bem, ser competente. Ser capaz de produzir ideias que falem com o consumidor, que se tornem suas. Ficarei muito feliz se, daqui por algum tempo, a DDB for reconhecida pelo trabalho criativo que produz.
IM: Da sua experiência aos longo dos anos noutras agências o que é que trouxe consigo para a DDB?
ND: Felizmente ao longo dos anos, tenho tido a oportunidade de trabalhar em diferentes disciplinas da comunicação (como eu odeio as disciplinas…). Trabalhei em marketing relacional, em online e em publicidade dita tradicional. Ou seja, não sou refém de nenhum meio. Acredito em ideias, não em meios e a minha experiência profissional ajuda-me nessa crença e penso que ajudará a DDB.
IM: Considera que os seus trabalhos têm “uma assinatura Nuno Duarte”, que os distingue dos trabalhos de outros?
ND: Não. Os trabalhos que faço, se forem competentes, têm a assinatura das marcas para as quais são feitos.Falam a voz delas, nunca a do diretor criativo.
IM: Primeira campanha assinada sob a sua direção criativa, Jogos Santa Casa. Como correu?
ND: Muito bem. Felizmente conseguimos chegar relativamente cedo ao conceito “há mais em jogo” que foi aprovado pelo cliente. A partir daí foi o processo normal de desenvolvimento de ideias para o conceito.
IM: Qual a próxima campanha que poderemos ver da DDB?
ND: Em princípio, será uma campanha da Volkswagen.
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