Num ambiente familiar, vamos nesta emissão, falar de empresas e marcas que se mantêm vivas passando os valores, o know how e a tradição de geração em geração. Segundo a Associação de Empresas Familiares, estas organizações são o motor de relançamento económico em Portugal e representam, segundo a mesma fonte, entre 60 a 75% das empresas em Portugal (dados não oficiais). São dados revelados numa reportagem sobre as oportunidades e os desafios destas empresas, detentoras de muitas das grandes marcas nacionais.
Mas este, é também um programa, que quer homenagear as pequenas e médias empresas que colocam no mercado a sua marca em diferentes setores, eles próprios, sinónimo de estruturas familiares. É o caso do calçado. Portugal continua a calçar muito bem as exportações neste negócio dominado por empresas familiares. Empresas que são procuradas por marcas de luxo internacionais, que encontram por exemplo, na Carité, a excelência na produção de sapatos manufaturados. Vamos conhecer esta empresa que “dando sola a um negócio familiar” enfrentou com êxito a concorrência asiática, e agora vira-se também para dentro de portas através da criação da sua marca própria. Procurando atuar num segmento de mercado médio-alto, a Carité, exporta praticamente a totalidade da produção e trabalha para marcas de renome internacional, como Paul Smith, Just Cavalli, Gianfranco Ferré ou Guess. Marcas que são motivos de orgulho para o seu fundador.
Foi também com o negócio do calçado que nasceu a Cavalinho, hoje reconhecida pela produção de malas. Manuel Jacinto Azevedo entrou desde muito jovem no negócio com o seu pai, hoje tem a trabalhar consigo o filho, o genro, a irmã, o cunhado e vários sobrinhos, aos quais tenta passar a paixão que herdou. Contrariando o contexto económico no último ano cresceu também 13%, registando uma faturação de 5,5 milhões de euros. Em 2012 voltou a apostar no calçado, masculino e feminino, para crescer e chegar a mais mercados internacionais. Mercados, onde se estende o tapete à qualidade do saber fazer português.
A Tricana, com 70 anos de tradição, é líder no mercado nacional de alta qualidade, cada tapete é uma obra tecida como uma joia da família. Peças que se podem encontrar em distintos locais, desde o Palácio de Belém ao majestoso hotel Carlton Palace de Lisboa. Uma marca que tem a seus pés outras marcas, da EDP à Vodafone, são muitas as empresas que ajudam a coser o negócio da família Baeta. Negócios e marcas familiares que tem de se adaptar aos novos tempos de crise e aos comportamentos de um consumidor mais tecnológico.
Os Desafios da Comunicação em tempos de crise é o tema de mais uma edição da rubrica How To, em associação com a Católica Porto Business School.
É pena é que a imprensa veja só o lado bom das empresas, deviam era de fazer uma reportagem completa e tentar perceber se os funcionários também estão de bem com a empresa. Por exemplo na Tricana, tenho conhecimento de que existem funcionários com atrasos de seis meses de remunerações e não se manifestam com medo de represálias por parte de empregador.São estas situações que envergonham o nosso País.