“Somos Shift Thinkers porque sabemos que o que nos move é olhar para o mundo de forma diferente e todos os dias exercer a paixão, a curiosidade, a racionalidade e a energia. (…) Nascemos vocacionados para gerir a mudança, construir marcas de exceção”. É assim que a Shift Thinkers se apresenta a quem entra no seu site e acrescenta “Sabemos que mais do que design, as marcas de sucesso são experiências construídas na cabeça e no coração das pessoas. Sabemos também que o valor de uma marca reside na cultura que representa e na capacidade da marca estabelecer cumplicidade, responder às expectativas e cumprir promessas”.
O nome Shift Thinkers, como se apresenta hoje, só nasceu no 10º aniversário da agência. Em 1998 chegou ao mercado como Shift Comunicação e Design e uns anos depois mudou para Shift Design, apenas.
No início, trabalhar com grandes clientes como a BP Portuguesa, Arthur Andersen (atual Deloitte), EDP e Roche Portuguesa foi, na opinião da sócia fundadora, Rita Oliveira, o que ajudou a dar o pontapé de saída à agência no mercado. Este ano, comemora o 15º aniversário e no portfolio conta com nomes como Martini, Um Bongo, Navigator, ACP, Fábrica do Rebuçado, entre outros.
Estruturada em quatro áreas de atuação, Cultural Insight, Consumer Insight, Brand and Market Strategy e Training, o objetivo da agência é trazer mais-valias ao negócio dos clientes.
Com sede em Lisboa, Madrid e Angola, a agência está, passo a passo, a trabalhar na internacionalização. O objetivo, agora, é consolidar a entrada nos mercados moçambicano e brasileiro e contribuir para a força da lusofonia no mundo. “Hoje trabalhamos em e para vários mercados, cada um deles em estágios de maturidade diferentes e desafios muito próprios. Os mercados mais maduros procuram novos paradigmas, os mercados emergentes mostram-nos novas formas de lidar com as marcas”, afirma Rita Oliveira, Sócia da Shift.
Imagens de Marca: Como tem sido a evolução da agência?
Rita Oliveira: Há 15 anos começámos com duas pessoas, eu e um designer. Hoje somos uma equipa de 20 pessoas, estamos em Lisboa, Luanda, Maputo e no 2º semestre de 2013 vamos abri também em São Paulo. Trabalhamos para vários mercados internacionais e todos os anos temos crescido ou expandido o negócio.
IM: Nestes 15 anos em que é que o mercado mudou?
RO: Quando a Shift nasceu, o meu objetivo era criar uma forte empresa de branding, mas sabia que havia um caminho a percorrer e valores a conquistar para investir e atrair equipa. O mercado nacional também começara a ouvir falar em branding há pouco tempo e tentava perceber qual a diferença entre uma agência de publicidade e uma empresa de design (ainda as separavam por above e below the line). Assim a nossa história começa com o nome Shift Comunicação e Design. “Comunicação e Design” por um lado, porque são duas ferramentas sempre presentes na criação e gestão de marcas, por outro, porque o mercado tinha hipótese de nos colocar em várias gavetinhas que eles conheciam, o que era bom para o new business. Começámos com quatro grandes clientes (o que nos ajudou muito no inicio de um projeto que era ambicioso): BP Portuguesa, Arthur Andersen (atual Deloitte), EDP e Roche Portuguesa. Nesta primeira etapa tivemos oportunidade de fazer muitos logotipos e aproveitamos todas as oportunidades para entregar ao cliente muito mais que um mero Logo. No fim desta primeira etapa, os clientes já contavam connosco para pensarmos com eles estratégias para novos produtos e serviços, sabiam que o que fazia a diferença em nós era complementar o trabalho deles como se fossemos um braço da sua equipa, o que nos permitiu conquistar uma lista de clientes fiéis.
Na segunda etapa a Shift passou só a Shift Design, foi a altura de mostrar que, apesar de sermos muita massa cinzenta, éramos tão ou mais criativos do que a concorrência direta ou indireta. Nesta altura, início do séc. XXI, os concursos de design e de publicidade estavam na moda e os clientes gostavam de trabalhar com empresas vencedoras. Foi a época de concorrer a tudo e ganharmos prémios nacionais e estrangeiros com projetos de identidade (ainda não lhes chamavam projetos de branding). Esta também foi a época de ouro da publicidade, mas nós sabíamos onde queríamos chegar e não tínhamos a pretensão de mudar! Assim, no nosso 10º aniversário, depois de já termos terreno ganho no mundo das marcas, depois de estarmos posicionados como queríamos e depois dos clientes começarem a falar de brand books, posicionamento da marca, estratégia de marca, visão, tom de comunicação chegámos então à Shift Thinkers. Já tínhamos um forte DNA como equipa, uma boa imagem de marca e pudemos finalmente chegar ao nome que caracteriza as pessoas desta empresa e a sua atitude.
IM: Como chegam até aos clientes?
RO: Pelo passa-palavra dos próprios clientes, pela nossa pro atividade. Fazemos um plano de New Business todos os anos para cada um dos mercados que trabalhamos. Felizmente hoje também já há muitos clientes que vêm ter connosco.
IM: Como trabalham as marcas, desde que recebem o briefing até ao resultado final?
RO: Claro que temos uma metodologia de fundo Shift que é aplicada, no entanto cada marca está numa fase diferente da sua vida: pode ser uma nova marca que vai aparecer no mercado; pode ser uma marca que necessita por alguma razão de um rebranding; pode ser uma marca que está criada, mas precisa de uma estratégia para aparecer em novos mercados; podem ser marcas em processo de fusão. O início do projeto é o enquadramento do problema e a procura de rumos possíveis. Este trabalho é desenvolvido pelas nossas áreas de “Cultural e Consumer insight” numa primeira fase. Na etapa seguinte é a de “brand & market strategy” que completa o processo mais teórico do projeto e alinha os caminhos que são pertinentes estudar. Segue-se a etapa mais criativa desenvolvida pela área de Estratégia em conjunto com a área de design. Algumas vezes há necessidade de envolver mais o cliente e, ao longo deste processo são desenvolvidas algumas Shift Sessions de que participa a nossa equipa e o cliente.
IM: Atuam também nos mercados africano e sul-americano. Como chegaram a estes países? Qual a diferença em desenvolver trabalhos nestess países e em Portugal?
RO: Chegamos a Angola em 2005 através de clientes angolanos com quem trabalhávamos nos mercados europeus, depois o negócio foi evoluindo de uma forma muito orgânica. Passámos a ter sempre alguém da equipa portuguesa em Luanda, numa fase seguinte passamos a ter uma pessoa 100% dedicada a Angola e apoiada no terreno por elementos da equipa portuguesa. O fato de trabalharmos clientes portugueses em Angola e clientes Angolanos em Portugal fazia deste o formato ideal. Hoje temos escritório próprio e contamos aumentar a equipa em Angola mantendo sempre o envolvimento da equipa portuguesa no terreno.
Como chegámos a Moçambique? Pela mão dos clientes. Começámos o ano passado a desenvolver projetos em simultâneo para Moçambique e Angola. Este ano já temos a Shift Thinkers Moçambique e estamos a formar as pessoas que irão estar lá a tempo inteiro. Desde o ano passado que a equipa portuguesa estuda no terreno a cultura Moçambicana e seus hábitos de consumo, assim como acompanha os clientes locais que neste momento são internacionais.
Em relação ao Brasil, este caso foi diferente dos anteriores, não houve mão de cliente. Depois de começarmos a internacionalização por Angola, criámos a nossa estratégia de internacionalização e dela sempre constou o Brasil. Estamos em processo de abrir a Shift Thinkers S. Paulo, e já temos o responsável por esse mercado lá instalado. Estamos a desenvolver projetos para Brasil desde o último trimestre do ano passado.
IM: Expectativas para o futuro? Que novos projetos têm em mãos?
RO: Em Portugal, e devido à situação do país, quisemos contribuir dentro da nossa área para a dinamização da economia. Abraçámos o mar e a economia do mar como missão e, ao longo dos últimos quatro anos, temos contribuído para a construção de uma cultura marítima nacional trabalhando com varias empresas do setor, participando no caminho das empresas privadas nacionais através da nossa associação ao Fórum Empresarial da Economia do Mar. Neste momento temos o projeto “Conversas Voxmar” a decorrer, uma ideia Shift Thinkers e Oceanário de Lisboa. Este projeto foi apelidado pela imprensa como “a mais original iniciativa sobre o mar português”. Continuar a apostar na economia do mar é estratégico, acreditamos que é no mar que está a nossa mais-valia geopolítica e geoeconómica.
Parabéns à SHIFT e em especial à Rita e à Graça. Nestes tempos em que se faz a apologia da descrença há quem tenha sorte…mas a sorte dá muito trabalho….
Demonstra toda uma estrutura mental, baseada em vontade, metodo e ambição de sucesso. Apoiada numa equipa solida e competente, com quem uma pequena empresa como a Fialho Ferro, Lda, gostaria de trabalhar e considerar como parceirosParabens pelo trabalho desenvolvido e exitos conseguidos. José Ferro