28 de abril de 2011

Reportagem

O Casamento Real Britânico, que unirá o príncipe William à plebeia Kate Middleton, tem distraído nas últimas semanas uma Europa em crise, que não tira os olhos das novidades reais que têm sido divulgadas a conta gotas. Como seria de esperar, as marcas não estão indiferentes ao momento e às oportunidades de negócio que podem surgir.

Várias são as insígnias que se associam ao evento. Mas, com que retorno?

A JWT de Londres realizou uma pesquisa de marketing sobre o tema e os resultados não são favoráveis às marcas, que por estes dias investem parte do seu orçamento de marketing e publicidade a preços inflacionados pelo mediatismo do evento.

Segundo o estudo, cerca de 66% dos inquiridos afirmam que não serão influenciados pela publicidade que surgirá durante o Casamento Real. E, outros 17% afirmam que estarão muito menos propensos a adquirir algum produto que se tente associar ao acontecimento.

Num ranking global de marcas que os inquiridos mais associam ao Casamento Real, a The Royal Mint é a que surge na liderança, citada por 36% dos entrevistados, seguida pela Crownjewelscondoms.com.

Na categoria de supermercados, a Marks & Spencer apareceu no topo quanto ao nível de consciência dos consumidores (4%), seguida por Tesco, Asda e Morrisons (3%).

No entanto, de acordo com o estudo da JWT de Londres, realizado junto de 500 britânicos, o retorno para as marcas não deverá ser o esperado. É que, mais da metade das pessoas acredita ser impróprio uma marca tentar apropriar-se do casamento para aumentar a sua notoriedade. Os londrinos, em especial, são totalmente contra, com 100% dos entrevistados a afirmar que não seriam influenciados pelas inserções publicitárias.

O Imagens de Marca falou com Nuno Melo da Silva, Director de Serviço a Clientes e Planeamento Estratégico da JWT Portugal, que começa por lembrar que “as respostas são, como na maior parte dos estudos, declarativas e, como se sabe, pode haver uma diferença entre o que se diz e o que se faz”.

“O casamento da princesa Diana, com o qual este é inevitavelmente comparado, foi à época considerado consensualmente como um dos primeiros mega-eventos globais: já este novo casamento real sofre da concorrência de muitos outros eventos da sua dimensão e já não é, em si mesmo, uma novidade (facto que pode conter a chave para tão pouco entusiasmo com a associação das marcas ao evento)”, explica Nuno Melo da Silva.

O Director de Serviço a Clientes e Planeamento Estratégico da JWT Portugal lembra, ainda, que “os consumidores – afinal todos nós – são espertos, como se pode constatar porque percebem intuitiva e imediatamente quais as marcas cuja ligação ao casamento faz sentido (Royal Mint, a “Casa da Moeda” Britânica ou, pela graça, uma marca de preservativos) e quais as marcas que tem pouca afinidade com o acontecimento (retalhistas); são também espertos por considerarem inapropriado as marcas tentarem, sem mais, aumentar as suas vendas à custa do casamento, colando-se a este”.

Por seu lado, Marylou Costa num artigo para a revista Marketing Week, afirma: “Existem marcas muito criativas que decidiram aproveitar o casamento real para fazerem algo divertido e inovador. Acho que serão essas marcas de que as pessoas se vão lembrar… e não aquelas que não se esforçaram”.

Marcas à boleia de William e Kate

Algumas marcas aproveitaram o mediatismo do Casamento Real e criaram produtos inspirados no evento e nos seus protagonistas.

Por exemplo, a estilista brasileira Daniela Issa, que assina o modelo utilizado por Kate Middleton no dia do noivado com o príncipe William, colocou vestidos iguais à venda, tendo esgotado a colecção em pouco mais de um dia na loja Shopping Leblon, no Rio de Janeiro. Em Londres, um único cliente comprou de uma vez 300 vestidos da estilista.

Já a rede britânica de hipermercados Tesco lançou o mesmo modelo, mas com o nome de Kate Dress, bem como a marca Ingenue.

O anel de noivado também não escapou ao mercado das réplicas. A joalheria Amsterdam Sauer tem um modelo igual e a Natural Sapphire Co., de Nova York, faz uma promoção do anel para o Dia da Mãe.

A britânica Acessorize criou malas e carteiras com cores e estampagens que lembram a bandeira do Reino Unido. A colecção foi baptizada  com o nome “Union Jack”.

Há também os cosméticos da Butter London. A empresa brincou com os anos que Kate esperou até ser pedida em casamento e lançou a linha “No more waity, Katie”.

 

A Franklin Mint lançou 5 mil unidades da boneca Kate Middleton. O brinquedo tem 40 centímetros de altura, é pintado à mão e veste o vestido e as jóias da princesa. A Hamleys também fez uma boneca de Kate, mas foi criticada devido à falta de semelhanças entre a boneca e a noiva.

A Schweppes lançou no Reino Unido garrafas do Casamento Real. No rótulo está estampado: “Prince William of Wales and Miss Catherine Middleton” e a data do casamento. Não esquecer que a empresa fornece bebidas para a Família Real desde 1863.

A Royal Breakfast criou cereais inspirados em William e Kate – 1 000 caixas disponíveis em duas versões: uma com a caricatura do príncipe (Wills´Royal O´s) e outra com a da noiva (Special Kate´s).
 Por fim, não poderiam faltar os preservativos reais.

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