21 de abril de 2011

Reportagem

 


O consumo anual de chocolate em Portugal situa-se nos 1.4kg per capita. Um número francamente baixo quando comparado com a média europeia. Em França e na Grécia, por exemplo, esse valor situa-se nos 6kg, na Irlanda atinge os 10kg e na Alemanha chega a uns impressionantes 12kg.


 


Mas porque é tão baixo este valor em Portugal?
Manuel Barata Simões, porta-voz da Achoc, a Associação dos Produtores de Chocolates e Confeitaria, afirma que além do baixo consumo, há também um ligeiro decréscimo na procura e essa tendência prende-se com duas razões. A primeira é a existência de mitos associados ao consumo de chocolate.



“Como é visto como um produto que não é benéfico para a saúde, é consumido maioritariamente em épocas festivas” afirma Manuel Barata Simões. O porta-voz da Achoc acrescenta que “a outra razão prende-se com a questão do IVA. Ao contrário de Espanha, em que o chocolate é visto como um produto alimentar, em Portugal tal não acontece e por isso, o imposto é elevado. O chocolate é encarado como um produto prenda, uma gratificação”.


 


 


Páscoa sinónimo de chocolate


 


Se o chocolate é percepcionado como um produto prenda, as épocas festivas são o ponto alto de venda e de consumo. Só o Natal e a Páscoa representam mais de 60% do total de um mercado que movimenta cerca de 200 milhões de euros ao ano.


 


São muitas as marcas que adoçam os lineares dos supermercados e de vários outros pontos de venda. A maioria são estrangeiras, mas existem duas portuguesas enraizadas no mercado, a Imperial e a Avienense.


 


 


No reino do chocolate português


 


Em 2004 a Avianense entrou em falência mas renasceu em 2005, pelas mãos de Luciano Costa, que registou no ano passado um volume de facturação superior a meio milhão de euros, e produziu cem toneladas de chocolate.


 


A mais antiga fábrica de chocolate do país pretende triplicar a sua facturação e para isso conta com a força de produtos como o Bombom Imperador e os muito procurados, nesta altura do ano, ovos da Páscoa.


 


Já a Jubileu, a Regina ou a Pantagruel são marcas de um universo da Imperial que pretende ser o mais abrangente possível, de forma a estar presente em todos os segmentos de mercado. A empresa fechou 2010 com um volume de negócios que ultrapassou os 20 milhões de euros, 80% desse valor é referente a Portugal.


 


Em 2011, a Imperial aposta nas vendas durante a Páscoa, época que representa cerca de 35% da produção anual de uma marca que olha com apreensão para a instabilidade política de um dos maiores produtores mundiais de Cacau, a Costa do Marfim. Segundo a marca, já foi efectuado o planeamento de compras com a aquisição de matérias-primas de acordo com as necessidades da empresa.  

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