A Reinvenção dos Media foi o tema lançado na segunda parte da manhã do Congresso Nacional de Marketing, da APPM (Associação Portuguesa de Profissionais de Marketing) por Ana Paula Costa, da direção da associação.
“Potenciado pelas novas tecnologias, qualquer um de nós pode comunicar a qualquer hora, em qualquer lugar e através de diversas plataformas. Isto leva à existência de uma população mais informada, mais exigente, e logo mais poderosa”, disse Ana Paula Costa deixando no ar uma questão: “como é que as marcas e os players se estão a adaptar a este novo paradigma?”
“Não concordo com este tema” foi assim que Luís Mergulhão, CEO OMNICOM Media Group, abriu este segundo painel da manhã. E explica: “não mudou, nem pode mudar, a arte de contar histórias, é essa a nossa profissão”.
Luís Mergulhão lembra que a rádio não acabou, como foi preconizado, e computador não substituiu a televisão. “Este tema recorrente da morte é complicado, de tal maneira que até já mataram a web”.
“Gostamos de resolver problemas, não gostamos que nos dêem a receita. Daí a importância da história.Vivemos é num mundo em que o que mudou foram as plataformas, suportadas nas tecnologias. Mas os conteúdos continuam a ser reis. O video é rei na internet. E o que nunca vai mudar é saber contar uma história – criar um imaginário e dar-lhes valores, tornar o inatangível tangível nas nossas marcas, para que elas se vendam”, defende este especialista para quem a existêcia dos media continua a ser necessária. Como exemplo mostrou um vídeo da Pepsi e da Lays (a rodar em cima) feito para celebrar o ano novo chinês, e que bateu recordes de vizualizações depois de ter sido mostrado na televisão.
“Não precisamos reinventar os media, temos é de ser criativos”, concluiu.
Pedro Caldas, gestor de Patrocínios e Eventos da Vodafone, apresentou a Vodafone FM e explicou “o que é isto de uma marca ter uma rádio e como isso pode ser bom para a marca”.
“Reforçar o posicionamento da marca na música, onde faltava uma componente mais relevante e um projeto inovador, e comunicar os valores da marca de uma forma permanente”, foram os objetivos da marca ao lançar uma rádio, segundo Pedro Caldas para quem “o ADN da marca Vodafone está em inovação”.
Para Alexandre Nilo da Fonseca, diretor geral de Marketing do Grupo Controlinvest, é “ importante que os media percebam que a forma como se consome informação, a forma de fazer chegar a informação às pessoas, mudou”.
Nilo da Fonseca considera que os jovens, apesar de serem nativos digitais, têm dificuldade em perceber onde está a informação qualificada. Daí a criação do MediaLab, com o qual o grupo pretende aumentar a literacia digital dos mais velhos e fazer com que os mais novos percebam a importância da informação.
Vasco Perestrelo, CEO MOP, lembrou os tempo de crescimento, em que havia espaço para todos. Com a crise financeira passou a haver menos dinheiro, menos investimento e menos inovação e com a revolução digital o controlo que estava nos meios passou para as mãos dos consumidores.
“Começou a surgir a ideia de que quem não conseguir saltar para o mundo digital tem a sobrevivência em risco e as marcas começaram a ter uma relação direta e a interagir mais com os consumidores”, avança o CEO da MOP, para quem com “a crise da dívida andámos 10 anos para trás e não temos mais margem para reestruturar”.
“A solução passa por segmentar, ter um posicionamento que já não passa só pela publicidade, e seguir a tendência de potenciar para os anunciantes a interação com o consumidor”, concluiu dando como exemplo a Baixa-Chiado/PT Blue Station.
Fernando Alvim, apresentador de rádio e televisão, fechou este painel defendendo que os nossos meios estão demasiados “formatados” e que “podemos fazer mais” do que aquilo que está a ser feito. Quando falou da sua Speaky TV, que considera um laboratório de novos talentos com ideias diferenciadoras, defendeu que o futuro pode passar pela televisão na internet.
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