Apenas 12% dos portugueses se mantém fiel a uma marca e 88% dos jovens com menos de 30 anos acredita que as marcas de vestuário, calçado, acessórios não são muito diferentes entre si, segundo os dados revelados pelo Observador Cetelem.
Ao que parece os consumidores, afectados pela crise, estão a modificar o seu comportamento de compra e desconfiam cada vez mais dos discursos das marcas.
Os distribuidores começam a sentir a “infidelidade” dos portugueses em relação às marcas. Apenas 19% dos consumidores em Portugal sabe exactamente qual a marca que vai comprar antes de entrar numa loja ou ir à Internet.
«Com a crise podíamos pensar que os consumidores, e sobretudo os mais jovens, iriam privilegiar as marcas como um meio de minimizar os riscos: ‘compro uma marca para prevenir riscos, como garantia de segurança’. Na realidade, acontece o contrário: em plena dúvida, tanto destabilizada como saturada por uma profusão de escolhas e de marcas, esta geração de ‘consumidores inconstantes’ escolheu não escolher.», afirma Conceição Caldeira Silva, responsável pelo Observador Cetelem em Portugal.
O Observador Cetelem mostra ainda que, neste contexto económico difícil, os portugueses regressaram ao fundamento primordial do consumo: uma boa compra é antes de mais uma boa relação qualidade-preço. 69% dos jovens afirma que antes de efectuar uma compra compara os preços muito atentamente.
Para além de não hesitarem na comparação de preços, os jovens portugueses estão ainda dispostos a passar de um distribuidor para outro e dizem-se muito atentos às promoções. Representam aliás a percentagem mais alta entre os países analisados: 65% contra uma média europeia de 58%. É também em Portugal que se encontra a maior proporção de indivíduos com mais de 50 anos que sistematicamente procura obter um desconto/negociar os preços (50% contra uma média de 28%).
As análises e previsões do Barómetro Europeu 2011 do Observador Cetelem foram efectuadas em Dezembro de 2010, em colaboração com o gabinete de estudos e de consultadoria BIPE. As sondagens aos consumidores foram realizadas com base num inquérito barométrico, realizado através da Internet e aplicado, também, por amostras representativas das populações nacionais (maiores de 18 anos) de treze países: Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia, Reino Unido, Rússia e Eslováquia. No total foram inquiridos mais de 8.700 europeus, com amostras de pelo menos 500 indivíduos por país. TS
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