Apesar de 80% dos consumidores admitir que o seu rendimento se mantém estável ou que aumentou, um estudo realizado pelo IPAM revela uma mudança profunda nos hábitos de consumo. Uma das principais conclusões é que a crise que afetou Portugal nos últimos anos está a deixar marcas nos portugueses.
Através de um inquérito que se propôs analisar a evolução dos hábitos de consumo dos portugueses nos últimos 12 meses e perspetivar a sua evolução para 2016 foi concluído que mais de metade dos inquiridos (50,5 por cento) começaram a cortar cada vez mais no número de refeições fora de casa.
Apesar de 80 por cento dos inquiridos admitir que a sua situação económica começa a dar sinais de melhoria, o legado deixado pela crise obrigou os portugueses a alterarem os seus hábitos de consumo, mostrando claramente uma mudança profunda nesta matéria. O estudo mostra que os argumentos financeiros têm um peso muito significativo, no que toca à compra de produtos alimentares: 72 por cento admite que as compras alimentares são feitas em função do preço, de campanhas e promoções e de uma gestão rigorosa do orçamento, em detrimento da qualidade do produto.
O peso financeiro faz-se sentir cada vez mais, também, na compra de bens não perecíveis, como roupa, sapatos, brinquedos, etc, com 75 por cento dos consumidores a admitir que a sua compra é influenciada pelo preço e pela gestão rigorosa do orçamento.
Viagens e férias fora do país (51,7 por cento), viagens de curta duração (inferior a quatro dias) fora do país (49,4 por cento), viagens de curta duração dentro do país (48 por cento) e a alimentação fora de casa (50,5 por cento) são, pela respetiva ordem, as áreas onde os consumidores portugueses mais cortaram no consumo ao longo dos últimos 12 meses. O que contrasta com as atividades de educação (mais de 30 por cento), seguido da alimentação em casa (cerca de 25 por cento), onde os consumidores aumentaram o consumo.
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