Portugal criativo

11 de maio de 2012

Portugal criativo

Originalidade, criatividade e sustentabilidade foram os fatores tidos em conta pelo júri da edição deste ano do POPs – Projetos Originais Portugueses. Nesta 4ª edição lançada pela Loja Serralves foram selecionados 35 trabalhos, das 630 candidaturas apresentadas, que podem ser vistos na sala multiusos do Museu de Serralves.

No final, os prémios  foram entregues aos projetos de Branca Cuvier, na categoria Acessórios Pessoais, que trouxe a Serralves o projeto Baguera, às peças de Andreia Rollot Miguel, na categoria de Joalharia de Autor, a Nuno Vasa, em Objetos de Decoração, e a Danilo Olim, na categoria Mobiliário. Os Prémios Promessa foram entregues a Susana António (Projeto Remix) e Ana Dacosta (com Polainas), enquanto Francisco Providência levou o Prémio Sponsor.

Em 2012 os prémios POPs de Serralves, no Porto, contaram com uma novidade: a atribuição de um mentor para cada um dos vencedores das quatro categorias. Assim, a marca Parfois, a AORP (Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal), o criador Paulo Lobo e o designer Paulo Cruz aconselharão os autores que se distinguiram em Acessórios Pessoais, Joalharia de Autor, Objectos de Decoração e Mobiliário, respetivamente.

O Imagens de Marca entrevistou Helena Taveira, Coordenadora Comercial da Loja Serralves e responsável pela organização do POPs. Quisemos conhecer a fundo esta iniciativa, perceber a sua importância, principalmente em tempos de crise, e tomar o pulso ao estado da criatividade em Portugal.

 

 

Imagens de Marca (IM):  O que pretende Serralves com o POPs?

Helena Taveira (HT): Os POPs têm como objetivo principal apoiar o lançamento de novos projectos de jovens criadores portugueses. Os POPs apelam ao empreendedorismo, tendo um papel preponderante quando mobilizam os autores para a produção de produto criativo. Os POPs são um encontro de ideias e de conceitos, proporcionando a oportunidade de promoção de projetos portugueses no mercado.
Através desta iniciativa, contribuímos para a dinamização de importantes setores de actividade: a banca, as sociedades de capital de risco, com o financiamento à produção, os produtores nos diferentes setores e os distribuidores. Impulsionando, desta forma, o mercado criativo, ao apostar nos autores cujas peças acolhemos, nas marcas que representamos e nos pontos de venda concorrentes.

IM: Qual a importância deste projeto num Portugal em plena crise?

HT: A promoção de iniciativas como esta, onde são chamados os principais intervenientes e agentes económicos, educativos, industriais e comerciais portugueses, vem confrontar e sensibilizar os autores para diferentes perspectivas e abordagens sobre o modo operandis do mercado da criatividade nacional e internacional.
Acreditamos que é em plena crise que nascem grandes oportunidades de negócio. Neste sentido os POPs são uma forma de incentivar, apoiar e promover um ativo que é gratuito – a criatividade. Aproximamos os autores do mercado.

IM: Como está a “saúde” da criatividade em Portugal?

HT: A qualidade da criatividade em Portugal continua a “dar cartas”. No entanto, notamos uma queda no número de projetos com qualidade, distinguindo-se de facto os que são altamente criativos.
De edição para edição, apesar do crescente número de projetos recebidos, são menos os projectos originais.

IM: Que balanço faz desta 4ª edição? Tendo em conta a evolução do POPs ao longo dos anos e dos diversos momentos socio-culturais e económicos do país.

HT: Com mais de 630 projetos, temos vindo a crescer, quer no número de visitantes à mostra, quer no número de participantes no debate. Relativamente aos projetos, e tendo em conta o momento socio-cultural do país, verificado já em 2010, conseguimos manter o número de autores e projecos apresentados nas sucessivas mostra.
Acreditamos que, devido ao aumento do custo das matérias-primas, a área da joalharia de autor é a mais sacrificada, quer em número de projetos submetidos, quer na qualidade dos mesmos.

IM: De todos os projetos vencedores ao longo das diversas edições, quais os que passaram do papel ao terreno, e com que sucesso?

HT: Temos o caso da nossa incubada Madalena Martins que após a 2ª Edição dos POPs lançou a marca Bicho de Sete Cabeças com vários produtos portugueses, que arranja soluções para o dia-a-dia com humor e criatividade. É um universo dedicado ao imaginário da cultura popular portuguesa, reinterpretando objectos e histórias e devolvendo emoções em forma de objectos de design.
A Madalena desenvolveu outros projetos, aliados à responsabilidade social, a R de Papel, fabricado por reclusos,
e a CaisRecicla, fabricado por utentes da Associação Cais.
Luís Giestas foi estagiar para um gabinete holandês na área do design de equipamento.
Há vários projetos que conseguiram um maior impacto nos meios de comunicação social e convites para integrar feiras e eventos relacionados com as área de design de equipamento e mobiliário devido à chancela dos POPs e, claro está, de Serralves.

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Teresa Salvado

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