Para os amantes de chocolate dizer a palavra “brigadeiro” tem o reflexo imediato de se ficar com água na boca. Mas…e se os brigadeiros tivessem outros sabores para além do sabor tradicional? Foi com esta tentação que Pedro e Paola Rebelo decidiram entrar no mercado dos brigadeiros no Brasil e trazer, este ano, o negócio para Portugal.

“A arte de fazer crescer água na boca tem um nome: Pepa Doces”. É assim que esta marca, nascida da criatividade e empreendedorismo do jovem casal, se apresenta a quem entra no seu site www.pepadoces.pt.

A ideia de criar brigadeiros artesanais e diferentes dos habituais surgiu na altura do casamento da irmã de Paola, em 2010, onde decidiram, quase por brincadeira, fazer os doces para a festa. “Na altura visitámos muitas empresas de doces para o casamento mas, na maioria das vezes, a apresentação era maravilhosa mas o sabor era enjoativo. Foi aí que surgiu a ideia de fazermos brigadeiros que fossem bonitos por fora e deliciosos por dentro”, conta Pedro Rebelo.

O sucesso na festa foi tanto que o casal começou a pensar que podia agarrar esta oportunidade de negócio. Abriram, então, um site onde começaram a vender para festas e casamentos. Desde aí começaram, também, a estudar o mercado português, o que não é de estranhar, pois a família de Pedro é portuguesa e a ligação do casal ao país sempre foi grande. “Conversámos com muitas pessoas em Portugal, vimos as possibilidades de negócio, se havia lugar no mercado para nós, falámos com possíveis fornecedores e percebemos que poderia dar certo, por ser algo diferente”. Com o apoio de amigos e família, Pedro e Paola fizeram as malas e mudaram-se, com os filhos, para Portugal.

Chegaram em Outubro de 2012 e abriram uma loja online em terras lusas, em Janeiro de 2013. Seis meses depois inauguraram a primeira loja física, em Oeiras. “Nós vivemos aqui e porque não abrir a loja ao pé de casa?”, explica Pedro. Já Paola confessa “Pesquisámos vários sítios, mas em Lisboa as rendas são mais altas e muitos desses locais não deixavam ter produção e para a primeira loja precisávamos de um sítio onde pudéssemos produzir”.

Quando questionados sobre o medo de arriscar numa altura de crise, a resposta não tardou “Mesmo em crise, há oportunidades. Costuma dizer-se que enquanto uns choram, outros fazem lenços para limpar as lágrimas, não é? A oportunidade estava a bater à porta e decidimos avançar”, garante Pedro.

Posicionam o espaço como loja gourmet, mas afirmam que esta designação não afugenta clientes por pensaram que é muito caro. Cada brigadeiro custa 0,80 cêntimos. Os pedidos no site crescerem desde que abriu a loja física e no primeiro mês as vendas, neste espaço, aumentaram 30%.

“As pessoas passam aqui, para ir para casa com a boca doce”, diz Pedro. Ao todo são 14 sabores à escolha. Mel com canela, morango, melão, pistacho e champanhe são alguns dos que têm mais saída. E ao contrário do que se podia pensar, café é um dos sabores menos procurados. Pedro diz que as experiências para criar novos sabores não param, de forma a inovar e trazer novidades a clientes que se tornam cada vez mais exigentes com a qualidade dos brigadeiros gourmet.

Mas nem tudo é fácil. A luta para conseguir parcerias com fornecedores portugueses não tem sido doce, afirmando que há pouca abertura, são pouco acessíveis e não facilitam o diálogo. Até agora, a única parceria conseguida com um produtor nacional foi com o mel da Serra de Portel. Este brigadeiro é um dos exemplos que os sabores portugueses e brasileiros podem encaixar na perfeição.

E apesar de já terem conquistado o paladar de muitos portugueses, querem fazer cair em tentação muitos mais. Nos planos está a abertura de quiosques em shoppings ou mesmo de lojas para franchising.

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