26 de outubro de 2010

Mercados Lusófonos


Avanços


 


 


«Somente a mulher sabe do que a mulher é capaz»,


William Maugham


 


 


Ainda há estigmas do passado e, de certa forma, as gerações que hoje assumem a responsabilidade pela gestão do país nos mais diversos níveis e nas mais diversas áreas da sociedade, ainda se lembram das clivagens entre géneros. No entanto, é hoje reconhecido que se esbateram significativamente as desigualdades entre homens e mulheres na ascensão política, económica e social.


Portugal foi recentemente referenciado pelo Fórum Económico Mundial, de forma positiva, tendo subido no ranking, de um 46º lugar para 32º na tabela dos países que mais têm contribuído para a eliminação da desigualdade entre géneros. Para tal, contribuiu a maior participação das mulheres no mercado de trabalho e em cargos políticos. Apesar de faltar ainda um longo percurso a seguir para reduzir a diferença salarial entre homens e mulheres, Portugal surge em primeiro lugar no que diz respeito à posição das mulheres na educação, o que é por si só um indicador avançado do que poderá vir a ser a contínua melhoria no ranking mundial.


 


 


 


Recuos


 


 


«O bom senso é tão raro quanto o génio»,


Ralph Emerson


 


 


O que terá levado o governo a propor o aumento do IVA em bens alimentares como o leite achocolatado ou o óleo? Recordo-me, num passado não muito longínquo ter contactado directamente com uma instituição de solidariedade social que solicitava recorrentemente o auxílio do Banco Alimentar. Como é do conhecimento geral, esta organização vive dos donativos de bens alimentares que têm origem, ou nas próprias marcas, ou noutras instituições, ou nos particulares que, periodicamente, são solicitados nos supermercados a dar o seu contributo. Recordo-me concretamente nas enormes quantidades de leite achocolatado que eram doadas, uma vez que as pessoas que doavam tinham certamente a sensibilidade para o que pode ser essencial na ajuda alimentar aos mais carenciados.


Talvez por ignorância, ou por distracção, ou pura e simplesmente por sensatez, nunca me interroguei sobre se existe, ou não IVA à taxa máxima para leite achocolatado noutros países da União Europeia. Mas, independentemente da sua existência em qualquer outro país, a primeira proposta do Orçamento de Estado para 2011, de pôr o leite achocolatado, as bebidas e sobremesas lácteas, refrigerantes, sumos e néctares e sobremesas de soja à mesma taxa de um qualquer outro produto, deixa-me intranquilo quanto ao nível de consciência que a nossa governação tem (ou não tem) relativamente ao que é um cabaz alimentar básico para as famílias portuguesas.


Só pode ter sido um overshooting orçamental para servir como base de negociação.




Quadro Resumo da Semana


 


 







AVANÇOS


Subida de Portugal no Ranking do Fórum Económico Mundial para a igualdade de géneros.


 


RECUOS
 A proposta do Orçamento de Estado para 2011 já é conhecida pelo episódio do leite achocolatado. Não é bom para Portugal.


 


 


 


Balanço da semana


 


AVANÇO – Apesar do folclore do Orçamento de Estado para 2011, fujo à tentação, e destaco pela positiva a subida de Portugal no ranking da igualdade de géneros. É muito positivo que a nossa sociedade continue a caminhar para banir este tipo de preconceitos. É um avanço consistente, e necessário.

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelasPor Pedro Gouveia Alves

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