12 de outubro de 2010

Mercados Lusófonos

Avanços


 


«Todo o conhecimento é uma resposta a uma pergunta»,


Gaston Bachelard


 


Temos uma certa tendência para as grandezas. Construímos as maiores pontes, grandes auto-estradas, concorremos aos campeonatos de futebol com estádios topo-de-gama, temos a maior bandeira, as maiores árvores de Natal, temos as maiores contratações de jogadores, e até somos capazes de fazer o maior bolo de chocolate e a maior feijoada digna de registo no Guinness. Mas, desta vez, a alma não foi pequena, nem de conteúdo, nem de vontade, nem de inspiração.


Refiro-me ao Centro de Investigação para o Desconhecido, inaugurado a 5 de Outubro, à beira-Tejo.


Enalteço a memória de um dos maiores empreendedores portugueses de todos os tempos – António Champalimaud. Odiado pelos que, sob a capa da «luta contra o grande capital», nunca foram grandes trabalhadores, e apreciado pelos que sempre lhe reconheceram a figura de um líder, capaz de defender o trabalho, os seus trabalhadores e a capacidade que teve em lhes dar a necessária formação e motivação para criar valor.


O seu testamento é motivo de exemplo para todos nós. Afinal, Champalimaud tinha um propósito, um objectivo de vida e quis deixar o melhor legado a que uma sociedade pode ambicionar: acumulação de riqueza para a geração de conhecimento que a todos beneficiará, sem escolha de raça, género ou condição social.


A marca Portugal está de parabéns ao celebrar, de forma tão honrosa, o Centenário da República. E o que maior valor acrescentou à Nação foi o legado de Champalimaud. O Homem que teimou em empreender, mesmo depois da sua pátria o pôr fora do país, voltando, reinvestindo, e deixando um enorme valor, de enorme projecção internacional.


A Fundação Champalimaud içou alto a bandeira de Portugal, elevando a nossa capacidade de gerar valor para a humanidade.


 


 


Recuos


 


«Normalmente, a maledicência é mais uma questão de vaidade do que de malícia»,


François Larochefoucauld


 


Alinhamentos editoriais dos noticiários da TV, da rádio e primeiras páginas dos jornais: meia dúzia de notícias sobre instabilidade política, tricas de caserna, boatos, acidentes, mortes, desgraças, cheias, inundações. Na realidade, a classe jornalística entrou num registo mórbido: quanto pior, mais atenção, e quanto mais bombástico, maior capacidade de persuadir, de despertar os estímulos cerebrais dos cidadãos.


O jornalista não anda à procura de boas notícias. Se fosse meteorologista, só falaria de trovoadas, nem que as mesmas fossem no Bangladesh ou no Burkina Faso, ou das fantásticas tempestades tropicais, dos furacões de grau cinco ou de trombas de água e de tornados. O sol não vende e as temperaturas amenas não criam constipações.


Há uma ideia na classe jornalística que o sentimento positivo é sinal de alinhamento com a conjuntura política e uma cedência ao poder. Por isso, mais do que uma cultura de maledicência, a classe jornalística fundou uma cultura de vaidades. Para aparecer e ser-se visto, lido ou ouvido, é preciso dizer coisas extraordinárias. E quanto pior, melhor.


O psicólogo alemão Wilhelm Wundt desenvolveu a teoria da intensidade do estímulo. Estímulos demasiado fortes levam a uma desatenção por parte do receptor: é por isso que cada vez mais ouço dizer junto do meu círculo de amigos que já não perdem tempo a ver as notícias na TV quando chegam a casa.


Alguém que quebre o ciclo vicioso e que marque a diferença. Caso contrário, muitos recuos por aí virão.


 


 


Quadro Resumo da semana


 







AVANÇOS 


Centro de Investigação para o Desconhecimento da Fundação Champalimaud 


 


RECUOS
O jornalismo do negativismo, que não aproveita a ninguém, para além de «certos e determinados» egos.


 


 


Balanço da semana


 


 


AVANÇO – «Champalimaud Centre for the Unknown», assim, em inglês, para levar a todos os cantos do mundo o positivismo que faz desta iniciativa um oásis num deserto de ideias.

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