17 de agosto de 2010

Mercados Lusófonos

Avanços


 


«Sou um optimista compulsivo, como o primeiro-ministro José Sócrates»,


Fernando Fragata


 


Fui ver o Contraluz, e gostei. Um filme rodado nos EUA, por um realizador português, Fernando Fragata, com um elenco de actores maioritariamente portugueses. As imagens são «esmagadoras», tendo como pano de fundo as paisagens do Nevada e do Arizona, fonte de inspiração para uma história em que diversos destinos se cruzam mudando, para sempre, as vidas dos que experimentam o encontro com os sinais que vamos recebendo do universo.


 


Há muito que sinto que o cinema português deixou de ser uma «seca» ou o resultado de um misto de orçamentos curtos com traços de amadorismo. A experiência que tenho com o cinema português dos últimos anos é muito interessante. A qualidade técnica melhorou muito, a direcção de actores progrediu imenso e os argumentos surpreendem pela positiva.


 


Os filmes portugueses mais recentes pedem que eu vá ver os próximos. Eu irei mais vezes, como muitos outros portugueses. Porque sou um optimista por natureza, e acredito na nossa capacidade de realização. E essa inspiração tem de vir da sociedade civil, mais do que da classe política.



 


Recuos


«É de inteligente aprender com os nossos erros e é de sábio aprender com os erros dos outros.»,


Ditado Popular


 


Portugal mantém os incêndios florestais no mapa das tragédias de Verão. Esta semana, foi conhecido que cerca de 70 por cento da área de floresta ardida em 2010 na União Europeia é portuguesa. Segundo o Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais, terão ardido 127 mil hectares de floresta, dos quais perto de 89 mil serão portugueses.


 


A imagem de um Portugal arborizado, com cerca de 38 por cento do seu território coberto de floresta, é fortemente beliscada em mais um Verão quente. Estranho é o facto de o calor do Verão não ser um exclusivo português mas, a concentração de fogos florestais é portuguesa. Na realidade, temos a sina de, também nesta matéria, sofrermos da síndroma do «mais uma vez»: mais uma vez temos incêndios que, mais uma vez, se suspeita de serem maioritariamente de origem criminosa e, mais uma vez, os suspeitos de fogo posto não são eficazmente julgados e, os que são culpados, mais uma vez não sofrem penas exemplares, e depois, mais uma vez, são soltos pouco tempo depois de cumprirem as leves penas, sendo que, mais uma vez, voltam a vingar-se na floresta que, mais uma vez não foi limpa em tempo devido, porque mais uma vez, a lei não é rigorosamente aplicada e, mais uma vez, os terrenos não foram devidamente cuidados.


 


Mais uma vez, os bombeiros queixam-se de falta de meios. Mais uma vez, há acidentes com material de combate aos incêndios e, mais uma vez, somam-se lamentáveis mortes entre os soldados da paz. Mais uma vez, os altos responsáveis da Nação vão ao local para se inteirarem da situação e, mais uma vez… a tragédia volta às capas dos jornais, às aberturas dos telejornais e à discussão nos debates políticos.


 


É de inteligente aprender com os nossos erros e é de sábio aprender com os erros dos outros. Em matéria de incêndios, os dirigentes portugueses não conseguem ser, nem uma coisa, nem outra. Pura e simplesmente, em matéria de incêndios, como noutras matérias, não há estratégia… nem humildade para aprender com os erros.


 


Quadro Resumo da semana


 







AVANÇOS



  • Os portugueses fazem bom cinema. Contraluz é um bom exemplo.









RECUOS



  • Os incêndios florestais que, mais uma vez, pintam o Verão de tons cinzentos.


 


Balanço da semana



RECUO – Humildemente, tenho de admitir que possam existir planos para combater os fogos florestais de Verão. Mas, mais uma vez, concluo que os planos falham. Quantos mais anos serão necessários para definirmos uma estratégia eficaz de combate a este flagelo?


 

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelasPor Pedro Gouveia Alves

">
Loading ... Loading ...

Comentários (0)

Escreva o seu nome e email ou faça login com o Facebook para comentar.