Avanços
«A grande responsabilidade do ser humano consiste em saber discernir. O mundo espera que cada um de nós assuma esta importante tarefa do justo equilíbrio»,
Textos Judaicos
Os stress tests realizados à Banca nacional vieram a revelar que os bancos portugueses têm níveis elevados de resiliência à actual conjuntura recessiva. Trata-se de uma espécie de «prova de esforço», que testa a capacidade de resistência a diversos impactos de contexto, como variáveis macroeconómicas ou variáveis sectoriais como o nível de risco e de taxas de juro a que os balanços dos bancos podem hipoteticamente estar sujeitos.
Todos os bancos portugueses submetidos a escrutínio (Millennium BCP, BPI, Espírito Santo Financial Group e CGD) passaram com distinção, não revelando preocupações ao nível da adequação de capital para as suas operações, ou seja, mostrando-se com solidez adequada permitindo afastar os receios de uma desajustada desconfiança sobre o sector bancário nacional. O mesmo não se pode dizer da banca espanhola, irlandesa, grega ou italiana, ou mesmo alemã, em que houve casos de bancos com dimensão que não passaram nos stress tests.
São boas notícias para Portugal e para o sistema financeiro português, confirmando o que já se sabia anteriormente: a banca portuguesa pouco ou nada tem a aprender com a restante banca europeia. Desde há muitos anos que os bancos portugueses têm vindo a captar os melhores quadros técnicos para as suas organizações, permitindo assim consolidar a sua gestão. Por isso, apresentam-se historicamente sólidos e rendíveis.
Há, contudo, quem venha já afirmar que estes testes estão longe de transmitir a desejada confiança aos mercados. Analistas de casas internacionais supostamente prestigiadas vêm já afirmar que os testes foram brandos não sendo conduzidos com o devido rigor. E a imprensa especializada rapidamente começou a fazer eco destas afirmações sem se preocupar nos detalhes. E o pior é que alguma imprensa portuguesa seguiu a mesma tendência. E os políticos de alguma oposição acentuam o seu discurso demagógico, do tipo, então, se são sólidos e têm lucro, devem pagar mais impostos…
É o tipo de discurso do «quanto pior, melhor». Os tempos têm minado negativamente as consciências do colectivo. Os ditos «fazedores de opinião» seguem a tendência fácil da crítica e do factor negativo, gerando mais desconfiança.
Rejeito seguir essa tendência. Os bancos portugueses são de confiança, os stress tests provam-no e a capacidade que tiveram ao passar relativamente bem por toda esta tormenta dos mercados é uma boa prova da capacidade que o sistema financeiro português teve de se ajustar a um momento particularmente adverso.
Recuos
«Normalmente, a maledicência é mais uma questão de vaidade que de malícia»,
François La Rochefoucauld
Os partidos mais à esquerda vêm criticar veementemente os lucros obtidos pelos bancos portugueses no primeiro semestre. E sublinham os seus porta-vozes que é «obsceno» o lucro num quadro de crise económica e social.
Pura demagogia. É como se agora ter lucros seja algo depreciativo, negativo ou anti-social. Não nos iludamos: a maior responsabilidade social de uma empresa é ter lucros, pois é esse valor gerado que permite à empresa ser sustentável, pagar ordenados, manter emprego, expandir-se e remunerar adequadamente o capital investido. Por outro lado, uma parte muito significativa dos resultados gerados pela banca portuguesa é proveniente das suas operações no mercado internacional, e não, como fazem entender os demagogos, resultado de qualquer «exploração das famílias portuguesas endividadas».
Instalou-se na sociedade portuguesa uma corrente do «negativo» e do renascer do «grande capital que a todos explora».
Esta culturazinha da demagogia populista, do discurso que tem eco nas conversas do autocarro, empobrece o país e nivela por baixo as aspirações dos portugueses.
Quadro Resumo da semana
AVANÇOS Nota positiva para o sistema financeiro nacional. RECUOS
A crítica fácil aos lucros dos bancos portugueses.
Balanço da semana
AVANÇO – A banca portuguesa passou nos stress tests do Banco Central Europeu. É motivo para que reforcemos a confiança no nosso sistema financeiro. É um avanço para ganharmos confiança em Portugal.
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