12 de julho de 2010

Mercados Lusófonos

Avanços


 


«O sucesso é uma consequência e não um objectivo»,


Gustave Flaubert


 


Râguebi «sevens» é uma modalidade que deriva do râguebi, devidamente reconhecida pelo IRB (International Rugby Bureau) mas com algumas particularidades, nomeadamente o facto de ser jogada com sete jogadores, e com partidas disputadas em menos tempo.


A modalidade de râguebi «sevens» é particularmente popular na Europa e na Oceânia, tendo sido integrada, a par do golfe, como nova modalidade olímpica na programação dos Jogos Olímpicos que se disputarão em 2016 no Rio de Janeiro.


Já nos vamos habituando da ausência de tempo de antena para boas notícias e, por tal aproveito a crónica desta semana para sublinhar os parabéns que a selecção portuguesa de râguebi «sevens» merece. É que Portugal acaba de se sagrar campeão europeu da modalidade ao ter derrotado a selecção francesa por 12-5 na final disputada em Moscovo, recuperando assim o título de campeão europeu que, na passada edição tinha sido ganho pela Rússia.


Assola-nos uma espécie de «capa» censória que não deixa chegar junto dos portugueses os sucessos de trabalhos consistentes e bem feitos como o que tem vindo a ser feito em prol do râguebi nacional. Não admira que o sucesso seja a consequência do trabalho desenvolvido, e não fruto do mero acaso.



 


 


Recuos


 


«O acaso encontra sempre quem saiba aproveitar-se dele»,


Romain Rolland


 


O que se fala depois do mundial de futebol sobre a selecção portuguesa, e o tempo de antena que alimenta a intriga é sinónimo da pequenez que mantemos no tratamento destes acontecimentos. Sucede que a polémica começou na fase de qualificação, quando, desde cedo, se começaram a fazer as contas, como é «sina» da selecção nacional.


A minha questão é simples: alguém se surpreendeu com a prestação de Portugal no campeonato do Mundo? A mim, não. E se surpreendeu, foi a possibilidade de termos chegado aos oitavos de final da competição. No fundo, é unânime considerar que a selecção está longe de registar a qualidade do Euro 2004 ou do Mundial de 2006. Logo, atingir os oitavos de final estava nos planos mais realistas.


Fomos eliminados pela Espanha. Provavelmente, um alívio para Carlos Queiroz, que agora sempre pode alegar que perdeu contra a equipa que veio a sagrar-se campeã do Mundo.


Que fique bem entendido que não sou adepto da selecção de Espanha. Mas, os campeões do mundo merecem sempre os nossos parabéns. Há, no entanto, um fundamento: a vitória no campeonato do mundo da equipa espanhola insere-se numa política de aposta na formação desportiva, não apenas centrada no futebol, mas que é extensível a outras modalidades em que a Espanha tem vindo a ganhar títulos.


Faça-se as contas ao número de jogadores portugueses que jogam nas equipas principais dos maiores clubes da liga principal, e acompanhe-se a forma como são geridas as carreiras de jovens talentos que «nascem» nas escolas de formação. Não há milagres. Não foi feito o trabalho de casa. E quando a estrutura não é garantida, não se podem esperar melhores resultados. Quando não tratamos da estrutura, entregamo-nos ao acaso e à fé no divino.




Quadro Resumo da semana


 







AVANÇOS 


A vitória de Portugal no Râguebi Sevens, apesar de serem poucos os OCS que a noticiaram. 


 


RECUOS
 As «desculpas» do futebol português, a tinta gasta pelos jornais e o tempo de antena concedido na TV.


 


 


Balanço da semana


AVANÇO – Portugal foi campeão do Euro Rugby Sevens. E isso é bom para a nossa reputação. Ganhámos na final à selecção francesa e conseguimos inscrever novamente o nome do nosso país nas nações vencedoras desta competição. Ganhámos, e por isso, festejamos os sucessos alcançados com mérito.

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