22 de junho de 2010

Mercados Lusófonos


Avanços


 


 


«A dedicação contínua a um objectivo único consegue frequentemente superar o engenho.»,


Marcus Cícero


 


 


É portuguesa. Joana Carneiro é maestrina e directora musical da Orquestra Sinfónica de Berkeley, nos EUA. Foi premiada com o galardão Helen M. Thompson que é anualmente atribuído pela Liga das Orquestras Americanas.


 


Filha do ex-Ministro da Cultura, Roberto Carneiro, e da ex-Deputada Maria do Rosário Carneiro, Joana Carneiro foi distinguida pelo facto de ter contribuído, de forma empenhada para a melhoria do desempenho da Orquestra que dirige, aprofundando as suas tradições na apresentação de obras de compositores contemporâneos.


 


Joana Carneiro é um talento português que se vem distinguindo pela sua dedicação à música. Nos Estados Unidos, têm-se vindo a abrir as portas a uma carreira em ascensão, prova de que os portugueses podem estar no topo da competência e da dedicação, acrescentando valor à sociedade em que se inserem.


 


Joana Carneiro está longe dos «radares» da imprensa e dos comentadores… mas segue a «cultura do exemplo», que tanto tarda em instituir no nosso país.



 


 


Recuos


 


 


«Cansei-me de ser moderno. Quero ser eterno»,


Pablo Picasso


 


 


Quase tudo já se escreveu sobre a ausência física do Presidente da República das cerimónias fúnebres de José Saramago. E sublinho «física» para dissipar, desde já, qualquer tentativa que se furte a confrontar a triste realidade da ausência. Já ouvi e li de tudo, desde as declarações do próprio a dizer que fez o que lhe competia ao promulgar a iniciativa de decretar dois dias de luto nacional, até às desculpas de diversos quadrantes políticos que são mais próximos de Cavaco Silva, minimizando o sucedido.


 


A vida e obra de José Saramago não são isentas de polémica. Desafiador de mentes e sempre disposto a dizer o que lhe ia na alma, Saramago foi genuíno e honesto com as suas convicções. Era essa a sua personalidade. Brilhante na escrita e no pensamento, não estava isento de críticas, sendo tantas vezes rotulado de «radical», sobretudo quando afrontava a Igreja Católica. Quem entendeu o Homem que, em 1993, escolheu a ilha de Lanzarote para viver como um ser «radicalmente livre», compreende melhor a sua personalidade e o seu legado.


 


No dia em que foi celebrada a «imortalização» deste ilustre português, Prémio Nobel da Literatura, com obras traduzidas em mais de trinta línguas, apreciado em todo o Mundo, e que levou Portugal aos quatro cantos do planeta, o mais alto magistrado da Nação não esteve presente «fisicamente», nem na chegada do corpo a solo português, nem nas cerimónias fúnebres da Praça do Município em Lisboa. Estava de férias nos Açores, conforme prometera à família. A pouco mais de um par de horas de distância da capital. Bem falta fizeram as cinzas do Eyjafjallajökull para se juntarem ao coro de desculpas…


 


Cavaco Silva sobrepôs-se ao Presidente da República. Até posso compreender que Cavaco Silva não «morra de amores» pelo Homem que agora parte, mas a sua imortalidade na memória do povo é mais do que suficiente para exigir que o Presidente de Todos os Portugueses estivesse com um deles, dos que se vêm «da lei da morte libertando».




 


Quadro Resumo da semana


 


 







AVANÇOS


Joana Carneiro faz parte das gerações portuguesas que se procuram impor pela «cultura do exemplo». 


 


RECUOS
A ausência «física» de Cavaco Silva das cerimónias fúnebres de José Saramago


 


 


 


Balanço da semana


RECUO – Fico triste que se troque a substância pela forma. A Nação é o resultado do colectivo, como se enaltece no Dia de Portugal. Na realidade, nas últimas horas desta semana, o 10 de Junho fica tão próximo no calendário e tão longe nas acções. Não é todos os dias que se «imortaliza» um Prémio Nobel português. Creio que só acontecera uma vez na História de Portugal. Nunca na literatura. Os portugueses sentiram-se desapoiados nos seus sentimentos. Os portugueses não estavam à espera… Eu não estava à espera…

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelasPor Pedro Gouveia Alves

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