9 de abril de 2010

Mercados Lusófonos

Avanços



 


«O fim da esperança é o começo da morte»,


Charles de Gaulle


 


É um facto que as palavras só se traduzem em valor concreto quando passam aos actos. Não obstante, a iniciativa de criar unidades físicas de apoio à exportação de produtos e serviços portugueses, é por si só louvável.


 


Esta semana, foi inaugurada em Leiria a primeira de treze Lojas de Exportação. Trata-se de um espaço que visa dar apoio aos empresários na procura de oportunidades para a exportação dos seus produtos ou serviços e, assim, ajudar na promoção da internacionalização das empresas portuguesas.


 


A ideia transmitida pelo Primeiro-Ministro de que a “insistência nas exportações veio para ficar” e que a “recuperação económica portuguesa, para ser saudável, deve estar ligada a mais exportações” relança a esperança numa política económica mais sólida, menos dependente da iniciativa pública e orientada para a competitividade externa.


 


Esta iniciativa surge na semana em que foram divulgados dados sobre a evolução da Balança Comercial portuguesa. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), as saídas de bens registaram um aumento homólogo de 7,6% e as entradas apenas 2,4%, originando um desagravamento do défice da balança comercial em 256 milhões de euros.


 


Sinais positivos, mas com tanto ainda por fazer: é que o rácio de cobertura, apesar de ter uma evolução positiva de 3 pontos percentuais face ao mesmo período de 2009, é ainda de 63%, o que quer dizer que por cada 100 que importamos do exterior, só conseguimos exportar 63 para outros países.


 


Sinais de esperança que negam a rendição à fatalidade.


 


 


Recuos


 


«Conta-me o teu passado e saberei o teu futuro»,


Confúcio


 


Pode soar a pressão sobre o governo português, a propósito da ameaça de fecho de mais urgências hospitalares. Mas, é sintoma do Portugal contemporâneo, a mais recente polémica sobre a partilha de serviços hospitalares fronteiriços. Os cerca de 61 mil habitantes dos municípios minhotos de Valença, Vila Nova de Cerveira, Monção, Melgaço e Paredes de Coura poderão vir a ser servidos pelo Complexo Hospitalar Universitário de Vigo.


 


Quanto a urgências, nada de novo, uma vez que, à luz do Direito Comunitário, qualquer cidadão europeu tem direito a ser atendido num serviço de urgência de um hospital de qualquer Estado da União, bastando para isso ser possuidor do cartão europeu de saúde, para que seja possível acertar contas entre os sistemas de saúde dos países.
Mas o governo já se apressou a avisar que o cartão europeu de saúde não serve os propósitos respeitantes ao caso do encerramento do SAP de Valença, e em nota informativa da Direcção Geral de Saúde lê-se: “O Cartão Europeu de Seguro de Doença não cobre os custos de cuidados de saúde nas situações em que a pessoa se desloca com o propósito expresso de obter tratamento médico noutro Estado-Membro. A sua utilização nestas circunstâncias configura um procedimento fraudulento e como tal a sua validação não poderá ser realizada e, por consequência, as despesas médicas não serão pagas ao Estado-Membro que prestou os cuidados”.


 


Tui, a primeira localidade da Galiza (Espanha), logo após a fronteira de Valença do Minho, fica a um escasso quilómetro. E os valencianos ameaçam recorrer às urgências dos Serviços de Saúde de Tui.


Tui tem 16984 habitantes. Valença tem 14314, segundo dados demográficos de 2007. São valores absolutamente equivalentes. Tui tem soluções para cuidar dos seus cidadãos.


Vigo, Tui, a Galiza, têm futuro. É que o futuro constrói-se a cuidar do que é nosso.


 


 


Quadro Resumo da semana







AVANÇOS




  • A iniciativa da abertura de Lojas de Exportação. Se for proibido «burocratizar», e obrigatório ajudar, então é um grande avanço.


 


 







RECUOS



  • Fechos de urgências hospitalares em localidades fronteiriças com passado histórico e com dinamismo económico e cultural.


 


 


Balanço da semana


AVANÇO – O futuro da economia portuguesa passa pela sua capacidade de gerar valor. Tratando-se de uma pequena economia aberta ao exterior, então a sua capacidade de gerar valor passará pela sua capacidade de ganhar quota de mercado nos mercados internacionais. Logo, contra a crise, exportar, exportar!

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