19 de março de 2010

Mercados Lusófonos

Avanços


 


«Iniciativa é fazermos o que está certo sem ser preciso que alguém nos diga para fazermos tal»,


Victor Marie Hugo


 


 


Portugal prepara-se para ver alargada a sua plataforma continental em 2,15 milhões de quilómetros quadrados, posicionando-se como uma importante potência mundial ao nível do seu território marítimo. Na realidade, a vir a ser aceite, a candidatura que será apresentada brevemente às Nações Unidas elevará o território no equivalente a mais do que a parte continental de Portugal, Espanha, França, Alemanha, Reino Unido e Itália juntos.


Afirmar Portugal como um país de vocação marítima, cuja riqueza é incalculável, é um caminho correcto e que focaliza o desenvolvimento económico na exploração do mar enquanto potencial de geração de valor.


Manuel Pinto de Abreu, coordenador da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, tem vindo a trabalhar, de forma notável, para garantir o desenvolvimento da pesquisa oceanográfica, fonte da criação de competências associadas ao conhecimento do mar e à utilização racional dos recursos naturais.


Torcemos para que no próximo dia 13 de Abril, Pinto de Abreu possa ser o protagonista do sucesso da sua iniciativa.


 


 


Recuos


 


«A ocupação impede o indivíduo de prejudicar o interesse de terceiros»,


Pierre Augustin Caron de Beaumarchais


 


 


Já anteriormente tinha referido que nada tenho contra o direito à greve. Trata-se de um direito consagrado na lei, respeitável e nobre quando utilizado por razões convincentes relacionadas com as condições dos trabalhadores. Tenho alguma dificuldade em conceber que uma greve possa prejudicar outros trabalhadores que pretendem trabalhar e que ponha em causa a circulação de pessoas e bens.



Uma vez mais, os pilotos da TAP anunciam uma greve. Agora, para a semana que antecede imediatamente o período da Páscoa, altura pródiga em receitas decorrentes da quadra turística.



A atitude dos pilotos da TAP revelam, no mínimo, falta de bom senso. Em qualquer empresa industrial, uma greve deste tipo, com o impacto financeiro que pode provocar, ditaria muito provavelmente o fecho da mesma com o respectivo despedimento colectivo resultado da severidade de perdas. Mas na TAP, não. Tudo é diferente. Estará certamente garantido que, se a empresa apurar prejuízos, esses serão suportados pelo Estado. E o Estado somos nós.



Estou em crer que nada disto tem a ver com o anúncio de privatização da TAP no âmbito das medidas contidas no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC). Defensores da «teoria da conspiração» podem legitimamente pensar que, aos pilotos não interessa resultados positivos, pois tal favorece eventuais condições de privatização. E privatização é coisa que, seguramente, não interessa à classe.



Em prol da defesa do dinheiro do contribuinte e da gestão dos valores de Portugal, está na hora de pôr este tipo de insensatez a «voar baixinho». Caso contrário, TAP deixará de ser a bandeira de Portugal para dar lugar à desafortunada abreviatura de «Take Another Plane».


 


Quadro Resumo da semana







AVANÇOS



  • «Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal (…)»; «Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena», Fernando Pessoa.


 







 RECUOS



  • A anunciada greve dos pilotos da TAP. Bem mesmo no centro da Páscoa. São contributos que Portugal não precisa. Sobretudo quando é urgente acrescentar valor em tempos difíceis.



 Balanço da semana


 


RECUO – não sei se manterão a intenção de fazer greve, mas o poder de voar não é sinónimo de ser «mais alto». Não é a prejudicar os outros e a prejudicar o sector do turismo que os pilotos da TAP ajudam ao engrandecimento da imagem de Portugal. Pelo contrário, ninguém vai entender como esta classe bem paga vem reivindicar uns «trocos» de aumento nos seus salários. Que o bom senso impere.


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