A Academia Liderança da consultora I Have the Power juntou ontem à mesa de jantar, no Porto, mais de 60 pessoas para ouvir falar de Liderança no feminino.
Cristina Amaro, diretora editorial do Imagens de Marca &CEO da I’M in Motion (empresa que produz o IM e da qual foi fundadora há 14 anos, empregando hoje 24 pessoas) e Ana Jesus, Major de Administração Militar do Centro de Psicologia Aplicada ao Exército, foram as convidadas de Cristina Pimentão, Psicóloga e docente da Universidade Fernando Pessoa. Num registo informal e descontraído foram falando sobre as diferenças entre homens e mulheres na condução de equipas, refletindo sobre o papel da educação na igualdade do género, partilhando experiências do seu dia a dia e respondendo às questões colocadas pelos participantes.
Ficou claro que ambas as convidadas defendem a igualdade no trabalho e na vida pessoal, não sentem descriminação num mundo claramente masculino (o da vida militar e dos negócios), embora concordem que as mulheres são genericamente mais sensíveis e melhores ouvintes, e deixaram as suas palavras chave para o sucesso de liderança de equipas: a motivação permanente das pessoas; a inspiração que têm de ser e de passar aos seus colaboradores; a capacidade de ouvir e compreender os outros e o pensamento positivo e capacidade de acreditar. As palavras “não consigo” são proibidas para estas duas líderes de equipas que, a avaliar pelo sucesso das suas carreiras (Cristina Amaro completa este ano 20 anos no jornalismo e Ana Jesus é a primeira mulher militar) são mesmo para levar a sério. Para as convidadas do jantar debate, liderar é acima de tudo “levar com elas”, equipas de pessoas felizes.
Quanto à pergunta do título, sim. A conclusão do debate deixa transparecer que, apesar de uma evolução positiva, ainda existem situações que importa corrigir e alertar, como a necessidade de impor quotas, por exemplo. Em suma, as diferenças que sentem existir são entre pessoas e não géneros pelo que os resultados da liderança têm a ver com as capacidades de cada um e não com o facto de ser um homem ou uma mulher a conduzir um projeto ou uma equipa.
São curiosamente os homens da plateia que destacam os atributos da maior inteligência e organização das mulheres face aos homens e que acabam por sentir que “elas” ainda sofrem de descriminação no trabalho. No dia da mulher continua a haver motivos para se homenagear quem durante décadas não podia votar nem tinha direito a uma carreira profissional.
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