Foi de uma experiência errada que os irmãos John e Will Keith Kellogg viram nascer os primeiros flocos de cereais. A sua ideia já era criar um alimento saudável, que substituísse outros com alto teor de gordura, mas a forma como chegaram aos primeiros Corn Flakes foi puro acidente. Corria o ano de 1894, no sanatório que a parelha dirigia em Battle Creek, Michigan, nos EUA, e a intenção era encontrar um substituto do pão para os pacientes. Em vez disso, uma porção de trigo cozido esquecida no forno voltou a tostar, e o resultado foram os flocos que hoje fazem parte da dieta de milhões de pessoas em todo o mundo.
Do Michigan até à Lua
Não demorou muito a que a fórmula destes cereais deixasse a exclusividade do sanatório e a que os irmãos Kellogg percebem as potencialidades da sua invenção. Tanto, que em 1906 era criada a “The Battle Creek Toasted Corn Flakes Company”, que mais tarde se tornou a Companhia Kellogg.
O sucesso dos flocos de milho tostado cedo ditou a sua expansão a outros mercados e em 1914 a empresa inaugurava a primeira fábrica fora dos Estados Unidos, no Canadá. Passados dois anos a empresa alargava a sua gama de produtos com novas marcas, quando lança as insígnias All Bran e Kellogg’s Bran Flakes.
Dali, a expansão da Kellogg’s foi gradual, levando a marca a novos mercados e à construção de novas fábricas no Reino Unido e Austrália, ainda na década de 20. Na mesma altura em que são lançados os famosos Rice Krispies.
Já na década seguinte, em plena Grande Depressão, a Kellog’s toma uma posição activa na resposta aos tempos difíceis e reduz as horas dos três turnos da fábrica, criando um quarto turno, de forma a dividir os salários por mais colaboradores. A par disso, em vez de cortar nos custos, duplicou o investimento em publicidade e viu aumentar as vendas.
É também nos anos 30, que é construída a fábrica da marca em Manchester, na Inglaterra, e que W.K. Kellogg cria uma fundação de cariz social, para promover a saúde, felicidade e bem-estar das crianças. A Fundação Kellog, que ainda hoje continua regida por estes princípios, investindo também em áreas como a agricultura, higiene e educação.
Com a chegada da Segunda Guerra Mundial a produção de uma das fábricas Kellogg’s acaba por centrar todas as atenções no fornecimento de rações ao exército, chegando mesmo a ser criada uma embalagem individual para os militares, que podia transformar-se em taça para comer cereais. E, apesar da Guerra, a empresa consegue abri uma segunda unidade fabril no Nebraska. Já no final da década de 40, instala-se na África do Sul, com outra fábrica.
Pelo final da década de 50, a empresa era detentora de unidades fabris por todo o mundo e eram já quase uma dezena as marcas que Kellogg’s comercializava, incluindo os famosos Special K e os cereais Tony The Tiger. A notoriedade global da marca era já incontestável e não admira por isso que, em 1969, a Kellogg’s fizesse parte do pequeno-almoço de Neil Armstrong, Michael Collins e 'Buzz' Aldrin, a bordo do vaivém Apollo 11, o primeiro a aterrar na Lua.
Actualmente, a Kellogg’s está presente em todos os continentes, quer com unidades fabris – 19 em todo o mundo –, quer com a comercialização dos seus produtos, que hoje podem ser encontrados em mais 180 mercados. E não só com cereais, já que a empresa é também detentora de marcas como a Keebler, produtora de bolos e biscoitos, da Kashi Company, focada na produção de alimentos saudáveis, ou da Eggo, produtora da marca de waffles congeladas.
Ao pequeno-almoço dos portugueses
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