15 de maio de 2009

Histórias de Marca


Foi de uma experiência errada que os irmãos John e Will Keith Kellogg viram nascer os primeiros flocos de cereais. A sua ideia já era criar um alimento saudável, que substituísse outros com alto teor de gordura, mas a forma como chegaram aos primeiros Corn Flakes foi puro acidente. Corria o ano de 1894, no sanatório que a parelha dirigia em Battle Creek, Michigan, nos EUA, e a intenção era encontrar um substituto do pão para os pacientes. Em vez disso, uma porção de trigo cozido esquecida no forno voltou a tostar, e o resultado foram os flocos que hoje fazem parte da dieta de milhões de pessoas em todo o mundo.



Do Michigan até à Lua
Não demorou muito a que a fórmula destes cereais deixasse a exclusividade do sanatório e a que os irmãos Kellogg percebem as potencialidades da sua invenção. Tanto, que em 1906 era criada a “The Battle Creek Toasted Corn Flakes Company”, que mais tarde se tornou a Companhia Kellogg.



O sucesso dos flocos de milho tostado cedo ditou a sua expansão a outros mercados e em 1914 a empresa inaugurava a primeira fábrica fora dos Estados Unidos, no Canadá. Passados dois anos a empresa alargava a sua gama de produtos com novas marcas, quando lança as insígnias All Bran e Kellogg’s Bran Flakes.



Dali, a expansão da Kellogg’s foi gradual, levando a marca a novos mercados e à construção de novas fábricas no Reino Unido e Austrália, ainda na década de 20. Na mesma altura em que são lançados os famosos Rice Krispies.



Já na década seguinte, em plena Grande Depressão, a Kellog’s toma uma posição activa na resposta aos tempos difíceis e reduz as horas dos três turnos da fábrica, criando um quarto turno, de forma a dividir os salários por mais colaboradores. A par disso, em vez de cortar nos custos, duplicou o investimento em publicidade e viu aumentar as vendas.



É também nos anos 30, que é construída a fábrica da marca em Manchester, na Inglaterra, e que W.K. Kellogg cria uma fundação de cariz social, para promover a saúde, felicidade e bem-estar das crianças. A Fundação Kellog, que ainda hoje continua regida por estes princípios, investindo também em áreas como a agricultura, higiene e educação.



Com a chegada da Segunda Guerra Mundial a produção de uma das fábricas Kellogg’s acaba por centrar todas as atenções no fornecimento de rações ao exército, chegando mesmo a ser criada uma embalagem individual para os militares, que podia transformar-se em taça para comer cereais. E, apesar da Guerra, a empresa consegue abri uma segunda unidade fabril no Nebraska. Já no final da década de 40, instala-se na África do Sul, com outra fábrica.



Pelo final da década de 50, a empresa era detentora de unidades fabris por todo o mundo e eram já quase uma dezena as marcas que Kellogg’s comercializava, incluindo os famosos Special K e os cereais Tony The Tiger. A notoriedade global da marca era já incontestável e não admira por isso que, em 1969, a Kellogg’s fizesse parte do pequeno-almoço de Neil Armstrong, Michael Collins e 'Buzz' Aldrin, a bordo do vaivém Apollo 11, o primeiro a aterrar na Lua.



Actualmente, a Kellogg’s está presente em todos os continentes, quer com unidades fabris – 19 em todo o mundo –, quer com a comercialização dos seus produtos, que hoje podem ser encontrados em mais 180 mercados. E não só com cereais, já que a empresa é também detentora de marcas como a Keebler, produtora de bolos e biscoitos, da Kashi Company, focada na produção de alimentos saudáveis, ou da Eggo, produtora da marca de waffles congeladas.








Ao pequeno-almoço dos portugueses
Em Portugal a marca está há mais de 20 anos e, com 42,6 por cento de quota de mercado, é líder de cereais de pequeno-almoço do segmento “adulto linha”, bem como nos segmentos adulto fibra, com 44,4 por cento, e nas barras de cereais de adulto, 42,5 por cento. Só em 2008, a facturação de produtos Kellogg’s em Portugal rondou os 35 milhões de euros e a empresa registou um crescimento próximo dos 4 por cento face ao ano anterior.



Já este ano, na primeira semana de Maio, a Kellogg’s apostou pela primeira vez numa campanha exclusiva para o mercado português. A representar cerca de 25 por cento do investimento total de marketing da empresa em Portugal, a acção e tem como base um plano de relações públicas, que de origem a um projecto de comunicação integrado  a 360º com acções de marketing, publicidade e PLV.



“Tudo começa melhor com Kellogg’s”, surge com o objectivo de “melhorar a alimentação e os hábitos de vida dos consumidores”. Para tal, a acção inclui o lançamento do Guia Kellogg’s, “um manual prático com informações sobre estilos de vida e alimentação saudáveis”, incluindo um conjunto de vales de desconto na compra de produtos Kellogg’s ou dos parceiros que se associaram à campanha. No total, a marca afirma que estes descontos chegam ao valor de 16 milhões de euros.

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