6 de novembro de 2008

Histórias de Marca

Na semana em que Portugal assiste à nacionalização do Banco Português de Negócios – a primeira desde 1975 –, o Imagens de Marca reúne um pouco da história desta instituição. Da sua criação ao recente processo que levou o Governo a integrar a sua gestão na Caixa Geral de Depósitos, das áreas de negócio em que participa, às caras e a algumas campanhas que lhe deram notoriedade, conheça o passado e presente de um banco cujo futuro é para já incerto.



É da fusão entre duas sociedades financeiras com negócios na banca de investimento que nasce o Banco Português de Negócios. Em 1993, ano que inicia a sua actividade, vocacionado como Banco de Investimento. Hoje, 15 anos após a fusão da Soserfin e da Norcrédito, o BPN vê-se envolvido num processo que culmina com o Governo a nacionalizar a instituição e a entregar a sua gestão à Caixa Geral de Depósitos.



É com a entrada de José Oliveira e Costa, antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do PSD, que o BPN se reposiciona no mercado, já como um Banco de Serviço Global. Corria 1998. Ano que marca uma nova orientação estratégica da instituição, encabeçada pelo novo presidente.


 









Passados dois anos, através de subscrição particular reservada a accionistas, o banco eleva o capital de 60 para 80 milhões de euros. É também em 2000 que Luís Figo se associa pela primeira vez ao BPN. Uma parceria que não se ficaria só pelo contracto publicitário, já que o futebolista se tornou depois detentor de cerca 2 por cento do capital da instituição.



 

        Outros negócios BPN
Para além da actividade na área financeira,o BPN foi ao longo dos anos investindo noutras áreas de negócio, tão diversas quanto o turismo, as tecnologias de informação ou a saúde. Segundo um artigo publicado no Jornal de Notícias, a instituição actua em áreas como a produção de castanha e Trás-os-Montes, vinho, com a participação nas Caves Raposeira ou a Tapada de Chaves, turismo, com o hotel do Caramulo ou o Santa Maria Park Hotel, por exemplo; tecnologias de informação, onde consta a Datacomp; saúde, pois gere os hospitais de São Luís em Lisboa e Santa Maria no Porto; o imobiliário, com o Foz Garden, por exemplo; e automóvel, com a Coimbracar ou a Garagem Lopes.


 


Já em 2002 o BPN compra o banco Efisa e a corretora Fincor. Isto, no mesmo ano em que adquire, em Cabo Verde, o Banco Insular. Contudo, o grande mercado externo do BPN viria a ser o Brasil, com o arranque oficial do BPN Brasil em 2003.



Em 2008 Oliveira e Costa abandona a presidência do BPN, no mês de Fevereiro. O mesmo mês em que o BPN é uma das instituições investigadas no âmbito da “Operação Furacão”, um mega-processo que investiga crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, envolvendo instituições financeiras. Isto, depois de em 2007 o Banco de Portugal já ter pedido ao grupo Sociedade Lusa de Negócios – que detém o BPN –, uma clarificação da sua estrutura accionista e uma separação das áreas financeiras – o BPN e a Real Seguros – e não financeiras – a SLN Investimentos, Plêiade e Partinvest.



Os esclarecimentos da administração do banco apenas foram prestados em 2008, já após a saída de Oliveira e Costa, pelo então presidente-interino Abdool Vakil, presidente do banco Efisa. Pouco tempo antes da entrada, em Julho, de Miguel Cadilhe, antigo ministro das Finanças e ex-administrador do BCP, para o cargo de presidente do BPN.



É Cadilhe que em Outubro – já depois de no início do mês ter pedido à Caixa Geral de Depósitos um financiamento de 200 milhões de euros para colmatar problemas de liquidez no BPN – denuncia alegados crimes financeiros que teriam ocorrido na instituição.



Com as perdas acumuladas do banco a chegar aos 700 milhões de euros, o Governo age no sentido de evitar a falência do BPN e decide nacionalizar a instituição. Decisão aprovada a 5 de Novembro de 2008. A gestão do BPN passa a ser feita pela Caixa Geral de Depósitos.


 



Comunicação BPN
Luís Figo, Luís Filipe Scolari e Catarina Furtado foram algumas das personalidades convidadas pelo banco para embaixadoras em algumas das suas campanhas. Ficam também na história da comunicação do BPN as personagens “Contas” e “Cifras”, que fizeram do banco, o primeiro a comunicar através de uma banda desenhada.



Foi também umas das instituições bancárias que viu no futebol um canal para comunicar com os consumidores. Durante o Euro 2004 lançou uma colecção de moedas alusivas à participação da Selecção Nacional nesta competição.


 


Mais recentemente apostou no automobilismo, com a realização no início deste ano do Desafio Seat by BPN. Uma prova automobilística realizada no autódromo do Estoril, em parceria com a marca de automóveis espanhola.


 




 


 


 


 


 


 


 


 


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