No dia 5 de janeiro de 2014, Portugal perdeu um dos seus símbolos. Eusébio faleceu, mas para muitos, senão para quase todos os portugueses, continuará vivo como alguém que marcou a história do país. Não só os amantes de futebol conheciam o seu nome e os seus feitos. Não só os benfiquistas o admiravam. Eusébio era nacional. E mais…Eusébio tornou-se global. E tal como em vida, também a sua morte o foi. A notícia correu mundo e foi destaque em vários meios internacionais.
Para o New York Times o Pantera Negra “representou o melhor do futebol”. O Wall Street Journal considera-o uma “estrela” e o The Australian, um “rei” deste desporto. “Herói” e “gigante” foram também alguns dos adjetivos utilizados nos meios de comunicação internacionais, mas a frase que mais marcou manchetes além-fronteiras foi: “morreu uma lenda do futebol”.
Mais que um ícone futebolístico, Eusébio era também uma marca de força, de luta, de humildade e sobretudo, uma marca de Portugal. Levou o nome do país a correr mundo, numa altura em que não se esperava que Portugal pudesse ter tanta projeção a nível internacional.
Para Carlos Coelho, especialista na criação e gestão de marcas e autor do livro “Portugal Genial”, Eusébio é sem dúvida umas das equities nacionais: “Ele representa uma das características das raízes profundas dos portugueses que é a capacidade de transcender, de ir mais longe do que se pode imaginar. Eusébio é uma marca maior que o Benfica, porque consegue agregar o país, e tem uma projeção maior que o Benfica, mesmo sem jogar”, afirma. “Eusébio representa o país pela sua alma, concentrando valores como a inocência poética e sonhadora, uma força ‘bruta’ de ser capaz de vencer, de ultrapassar as adversidades e uma grande sensibilidade”, acrescenta Carlos Coelho, afirmando que esta última é uma caraterística muito presente na imagem que correu mundo no Mundial de Futebol de Inglaterra, em 1966, em que o jogador chora por Portugal, quando a Seleção Nacional perdeu o jogo com aquele país, nas meias-finais.
Nas últimas décadas o nome de “Figo” ou “Ronaldo” ouve-se lá fora quando dizemos que somos portugueses. Mas Eusébio foi o primeiro. E com o mérito de ter conquistado o mundo com o seu talento numa altura em que não havia sequer internet e a chamada “aldeia global”, refere o treinador Fernando Santos, em declarações à Benfica TV. “Eusébio criou esse élan num momento em que não havia nada como hoje, nem televisão, nem internet. Eusébio foi grande, muito acima do país, quando não havia esses meios”, afirmou.
Em Portugal, no dia da sua morte, a palavra “eusebio” foi pesquisada mais de 100 mil vezes. Se acrescentarmos à mesma palavra um acento, o nome completo ou a palavra ‘morte’ o número aumenta exponencialmente. O Google tem também uma ferramenta que permite observar quais as palavras mais pesquisadas no momento em outros países, como refere o site Mais Futebol. Desde a notícia da sua morte, o nome de Eusébio foi a palavra mais pesquisada na Austrália, assim como na Bélgica, Holanda, Nigéria, Roménia, Suécia e Suíça. E foi a segunda palavra mais procurada na Alemanha, Africa do Sul, Canadá, Colômbia, Espanha, França, México, Noruega, Inglaterra e República Checa.
Ficam as memórias dos golos, das vitórias, das celebrações e de tantos momentos bons que proporcionou aos portugueses.
Obrigado e até sempre Pantera Negra.
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