“Empreendedorismo como atitude” “Empreendedorismo como atitude” “Empreendedorismo como atitude”

29 de setembro de 2012

“Empreendedorismo como atitude”

Como pode ser entendida uma atitude empreendedora? Por um lado, trata-se da capacidade de criar projetos ou empresas. Por outro, é uma atitude construtiva, criativa e de resiliência.

O empreendedorismo como atitude foi precisamente o tema escolhido pela organização da 5ª edição daquele é considerado por muitos o maior evento de sustentabilidade do país, o Green Fest. Desde a passada quarta feira que o Centro de Congressos do Estoril é o palco onde empresas e cidadãos se reúnem para discutir as questões da sustentabilidade nos seus três pilares: económico, social e ambiental.

A atitude empreendedora tem sido transversal a todos os momentos do Green Fest. Logo na conferência de abertura do festival vários empresários e empreendedores juntaram-se para oferecerem o seu testemunho sobre iniciativas que têm provado que existe apetência pela mudança e pela inovação.

O primeiro foi Manoj Kumar, ex-banqueiro indiano e mentor da Fundação NAANDI, que referiu que “os empreendedores conseguem sempre arranjar soluções se investigarem o problema a fundo”. Manoj percebeu que existia na Índia um fosso entre empregadores, que cada vez mais sentem dificuldade em contratar a pessoa mais indicada para o trabalho certo, e a juventude, que enfrenta o problema do desemprego. Por isso, depois de falar com entidades empregadoras, criou um programa de formação de 100 dias para jovens desocupados.

Depois do exemplo de Manoj Kumar, as atenções viraram-se para Rodrigo Baggio, «fellow» da Ashoka, uma organização sem fins lucrativos que afirma ter criado há cerca de 30 anos o conceito de empreendedorismo social. Rodrigo utilizou a internet como forma de integrar na sociedade jovens de favelas e prisioneiros. “Concebi uma rede social, com o objetivo de colocar os jovens a debater assuntos como política, ambiente e sexualidade”, explicou Rodrigo, que rapidamente entendeu que praticamente “apenas os jovens de classe média/alta é que estavam, de facto, a utilizá-la.”

Esse foi o ponto de partida para abrir centros que disponibilizassem a tecnologia aos mais desfavorecidos. Uma ideia que posteriormente foi transposta para as prisões brasileiras, onde os prisioneiros tiveram acesso a sites previamente escolhidos. O resultado foi a inserção destas pessoas na vida ativa.

Rodrigo Baggio acabaria por fechar o seu discurso com uma expressão marcante para muitos dos presentes: “seja você a transformação que quer no mundo”.

Mas nesta conferência denominada “quem são os empreendedores” também houve espaço para portugueses, como é o caso de Daniela Couto, diretora da Cell2b, empresa que investiga e desenvolve soluções para doenças raras.

Um medicamento normalmente demora a ser desenvolvido cerca de 14 anos. O grupo liderado por Daniela, formado por 8 cientistas, acredita que este tempo pode ser reduzido, através da medicina personalizada, o que irá permitir a diminuição dos custos de saúde. A empresa “já realizou um teste a doentes de leucemia que rejeitaram o transplante de medula óssea, obtendo taxas de sucesso significativas”, revelou Daniela.

Estes são alguns exemplos de como o empreendedorismo pode ter um papel decisivo na resolução dos atuais problemas da sociedade.

Mas como criar uma sociedade que incentive o empreendedorismo? A resposta foi dada na sessão seguinte do Green Fest.

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Francisco Branco

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