4 de junho de 2009

Dossiê

“Os objectivos resumem-se numa palavra: abstenção. Ou seja, combatê-la”. A assertividade do tom é de Paulo Sande. O responsável pelo Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal tem andado pelo país, nos últimos meses, a explicar a importância de votar para as Eleições para o Parlamento Europeu. Uma missão que carrega desde 1986, ano em que Portugal aderiu à Comunidade Económica Europeia (CEE), e que, este ano, volta a ter as baterias apontadas à falta de comparecência nas mesas de voto.


 


 


Em 2009, a campanha para as Europeias nasceu das mãos da Scholz & Friends. A implementação em cada um dos 27 Estados-Membros foi desenvolvida por um conjunto de agências e implicou um investimento de 18 milhões de euros. Em Portugal, foram investidos 200 mil euros e coube ao Grupo Inforpress adaptar os conteúdos à realidade do país. ”Esta foi uma campanha inovadora já que pela primeira vez o Parlamento Europeu levou a cabo uma acção única nos 27 Estados-Membros. Os resultado são muito positivos e acreditamos que este formato de campanha venha a vir a ser de novo utilizado”, revela Ana Margarida Ximenes, Directora do Grupo Inforpress em Portugal.


 



 


Por cá, o projecto foi composto por acções de rua, com mupis, instalações e uma caixa de sugestões multimédia, denominada “choice box(ver imagens). De 6 de Março a 21 de Maio, foram registadas 46 365 visitas à exposição fotográfica “Portugal Europeu, Meio Século de História”, que percorrereu 18 distritos e 2 regiões autónomas, e obtidas 404 mensagens. 


 


 


Para além destas iniciativas, a campanha publicitária abrangeu conteúdos para televisão, rádio, imprensa e internet. “Todos os materiais utilizados pretenderam demonstrar aos portugueses que através da sua participação têm a possibilidade de alterar as notícias do amanhã”, afirma. “A Escolha é Sua” é o slogan que pretende mostrar isso mesmo aos eleitores, focando realidades e preocupações concretas dos cidadãos.


 


 


O interesse pelas temáticas da Europa é sobretudo demonstrado pelos mais jovens, mas a campanha, garantem os organizadores, é para todos. Isto não implica que não tenham sido detectados públicos-alvo com necessidades de informação específicas. Entre eles, Paulo Sande considera ser importante actuar junto dos primeiros votantes, dos “não-votantes”, que não votam por se considerarem insuficientemente informados, e dos mais velhos, que muitas vezes se sentem limitados e alheados desta realidade.


 


 


Por norma, os portugueses consideram-se pouco informados sobre as questões da Europa. Contudo, os estudos revelam que os conhecimentos demonstrados estão muitas vezes acima da média europeia, o que, só por si, não chega para mudar percepções e atitudes. De acordo com os dados do Parlamento Europeu, nas últimas eleições, que decorreram em 2004, a afluência às urnas manteve-se abaixo da média europeia. E os valores mais marcantes do sufrágio foram mesmo os da abstenção de 62,15% dos eleitores.

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