No Egipto, o coelho simboliza o nascimento e a nova vida. Para alguns povos da Antiguidade este animal era considerado um símbolo da lua. Daí a possibilidade do coelho surgir associado à Páscoa, pelo facto da lua determinar a data da celebração.
Lendas como a dos ovos pintados que foram roubados por coelhos ou a do coelho que escondia os ovos das crianças surgem ligadas a esta quadra, mas há quem defenda que a tradição começou nos Estados Unidos, nos finais do século XVII.
O certo é que a imagem do coelho associada aos produtos da época, como as amêndoas ou os ovos de chocolate, faz parte da memória de várias gerações de consumidores.
Pode o coelho da Páscoa ser considerado uma marca? Foi a pergunta que fizemos a dois especialistas.
Na opinião de Carlos de Melo Brito, professor de Marketing na Faculdade de Economia do Porto, o coelho é apenas um elemento da identidade da marca Páscoa. Para o especialista, as marcas do sector alimentar, como por exemplo a Kinder, “apropriam-se” do coelho para personificar a marca Páscoa e reforçar os laços de afinidade e empatia com os consumidores”.
Já o Presidente da Ivity Brand Corp, Carlos Coelho, defende que o coelho da Páscoa é uma marca, pois à semelhança de outras marca afirma-se num território. Segundo o especialista, pode ser considerado uma international equity, com um passado disperso, sem dono e de domínio público, explorado pelas várias marcas do mundo para fins comerciais. “Marcas de chocolates e de amêndoas, assim como todos os produtos ligados à tradição, vêm no coelho uma estratégia para acrescentar valor emocional ao relacionamento com os consumidores e aumentar as vendas. Por outro lado, esta é uma forma das marcas atraírem afectivamente as crianças para um momento religioso”, explica Carlos Coelho.
Tradição adoça as vendas
Para a Nestlé, a Páscoa representa 23 por cento das vendas anuais da categoria de produtos ligados à tradição. De acordo com Marta Arouca, Gestora de Marca da categoria de bombons da Nestlé, “os produtos mais vendidos nesta época são ovos de chocolate e frutos secos, embora os segmentos de bombons e de tabletes também tenham acréscimos de vendas nesse período, sendo aqueles que apresentam maiores crescimentos”. Depois do Natal, a Páscoa representa para a multinacional a época mais doce em termos de vendas.
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