16 de janeiro de 2009

Dossiê

 


Veja na emissão desta semana um trabalho completo sobre esta figura.


Horários Emissão SIC Notícias: Sábado: 17h30
Repetições: Sábado: 01h30  |  Domingo: 09h30, 20h30  |  3ª Feira: 15h30  |  4ª feira: 03h30  |  5ª Feira: 01h30


 


 


A publicidade foi encarada pelo ilustrador como uma maneira de equilibrar o orçamento curto, limitado ao que provinha da arte. A criatividade sempre lhe foi generosa e chegaram até aos nossos dias os anúncios em litografia e aguarela, com o traço do final do século XIX, para a Jerónimo Martins e Filho ou para a Emílio Barbosa & Companhia.


 


Mas a principal marca criada pelo mestre da crítica social nasce com o 5º número da revista A Lanterna Mágica, de 12 de Junho de 1875. O Zé Povinho simboliza todo o povo português, nas suas contradições e preguiças, na sua boémia, laicismo e esperteza, contendo o sarcasmo e o humor popular das tabernas, mas usando a metáfora das salas de fumo oitocentistas com igual primor. Saiu do papel para tomar forma com a abertura da Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha. Um diminutivo de todos nós, com o seu apelido Povinho, tão actual como naquela altura, serve de inspiração aos cartonistas contemporâneos.


 


Nas faianças como no papel, o olhar humorístico mantém-se. Disto é exemplo a escolha algo escatológica do penico aplicado à figura do John Bull ou a crítica social presente na figura do Marquês de Franco. Peças que datam dos finais do século XIX.


  


Igualmente populares, eram as figuras de movimento, estatuetas compostas por uma base e um corpo humano presos por um arame. Estas peças, uma vez tocadas, repetem um movimento que as anima. Bordalo reproduziu nestas figuras alguns políticos e figuras populares da época, como padres e prostitutas. Nos dias de hoje, a receita foi aplicada ao futebol e são conhecidas a pequenas estatuetas que se deixam levar por animosidades clubistas.


 



As dificuldades da fábrica não são de hoje, já em meados de 1866 se vivia uma situação complicada. A secção de loiça comum já se encontraria montada nesse ano mas, mas devido a uma crise financeira só foi inaugurada a 2 de Agosto de 1888. Esperava-se que este sector ajudasse a ultrapassar os problemas financeiros da fábrica mas apesar da mais avançada maquinaria e das viagens de estudo feitas previamente pela Europa, a loiça utilitária não foi absorvida pelo mercado.


 


Os moldes antigos de rãs, lagostas e vespas ou dos pratos de natureza morta são ainda usados, um património que, segundo o ministério da Cultura, tem um valor incalculável. O certo é que, as peças que entram agora no forno, são marcadas pela dúvida, não se sabendo se irão ser colocadas à venda ou irão fazer parte do espólio final da Bordalo Pinheiro. Sem encomendas, a fábrica está prestes a fechar portas e, até ao momento, não se ouviu uma palavra por parte do ministério da Economia.


 


Veja ainda a galeria de imagens:

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelasA fábrica de Zé Povinho está está em risco de fechar. Ilustrador e caricaturista político, o pai do manguito em Portugal foi também publicitário.

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Comentários (1)

  1. por: icon pack,

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