Veja o programa do X Semana Nacional do Marketing, aqui.
O Imagens de Marca junta-se à Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing como media partner para mais um Congresso Internacional de Marketing, que se realiza entre os dias 29 e 30 de Outubro. Subordinado ao tema “BenchMarketing Challenge – Lançar desafios. Alcançar resultados”, a organização do evento pretende dar destaque “a teorias e técnicas de referência, com especial enfoque nas estratégias de marketing, recusando a pura e simples imitação do que está feito”.
17h00 – Benchmarketing 4 Retail
O Marketing do ponto de venda
Depois do guru do marketing José Luís Nueno ter apontado as mudanças do consumidor médio, que no futuro virá a ser mais velho e com um poder de compra menor, e de ter lançado algumas soluções para as empresas em tempos de crise (consulte também a entrevista com este guru do marketing já publicada neste dossiê), coube a Paul Miles, presidente da POPAI, Associação Portuguesa de Marketing de Retalho, falar de marketing no ponto de venda.
O especialista reforçou a ideia de um novo perfil de consumidor e sublinha que ao nível de “shopper marketing” este facto acrescenta novos desafios. A solução, diz, está no conhecimento profundo da pessoa que compra e do momento dessa compra.
Para tal, Paul Miles aponta a necessidade de “perceber muito bem como o cliente interage na loja”. Uma percepção ganha através da observação do comportamento dos consumidores no espaço da loja e no acto da compra. Perceber quais os corredores que visita, quanto tempo despende em cada um deles e como é que isso se traduz depois no talão de compra. Isto para chegar depois à melhor estratégia a adoptar para cada categoria de produtos ou zona da loja.
13h00 dia 30 – Benchmarketing 4 Mind
O Marketing do “incentivo”
Existe uma correlação directa entre nível de engagement dos colaboradores de uma empresa e o nível de engagement dos seus consumidores. Esta foi uma das ideias-chave apresentadas esta manhã, no Congresso Internacional de Marketing da APPM, no painel “Benchmarketing 4 Mid”. Uma “correlação” revelada por Michelle Smith, da Incentive Marketing Association, IMA, que leva a especialista em “incentive marketing” a adiantar que é tão importante a motivação e o incentivo ao pessoal da empresa, quanto é o incentivo aos consumidores.
Entre algumas soluções de incentive marketing apresentadas, Michelle Smith destacou o programa de “internal branding”, que leva as empresas a apostar em campanhas a nível interno tanto quanto externo. Isto porque segundo explica a especialista “se uma promise keeper, a empresa, está fazer uma promessa aos clientes”, tem que igualmente dar importância “aos promise keepers, aqueles que realmente estão em contacto directo com os consumidores e que cumprem a promessa junto deles”, ou sejam, os colaboradores.
Michele Smith sublinha por isso a importância de “não esquecer os promise keepers” e de “aplicar as campanhas externas também a nível interno”. O conselho da especialista passa pela fomentação de uma maior comunicação interna, acções de treino e formação dos colaboradores, bem como a atribuição de algum tipo de recompensas.
Isto porque incentivar os colaboradores não só aumenta a produtividade – colaboradores envolvidos e motivados são mais produtivos em 12 por cento –, melhora a relação da empresa com os clientes e traz consequentemente mais lucros, como também acaba por definir a imagem de uma empresa para o exterior. 27 por cento das pessoas definem “responsabilidade social” numa empresa como a forma como esta trata os seus colaboradores. Do mesmo modo que 76 dos consumidores afirma que essa forma de tratamento, das empresas para com os funcionários, tem peso na sua decisão de escolha de um produto ou serviço.
18h00 – Benchmarketing 4 Consumer
Na “busca pela excelência”
Depois de uma manhã de “sentidos”, o painel da tarde foi ao encontro de outros exemplos de benchmarketing, com o tema “Benchmarketing 4 consumer”. Juntaram-se Natalie Kouzeleas, directora de marketing da Oracle Corporation, Michael Wall, presidente da BBDO Portugal, e Ricardo Clemente, director-geral da OgilvyOne & Interactive, e entre case studies e exemplos, houve até espaço para incentivos à “busca pela excelência” no marketing. Palavras de Michael Wall que em entrevista ao Imagens de Marca aponta algumas das empresas traduzem benchmarketing em tudo o que fazem. Veja aqui.
14h00 – Sensorial Branding em Portugal
“As primeiras marcas multisensoriais portuguesas”
No caso da EDP, a Blug traçou para a empresa todo um conjunto de sensações, aliadas a cada uma das dimensões da EDP 5D. Sensações que passaram, entre outros aspectos, pela criação de um perfume já presente nas lojas da marca e que hoje até se espalha pelas bancas, introduzido na edição do jornal Metro (consulte também a entrevista com Inês Lima, directora de marketing corporativo da EDP, sobre as 5 dimensões da EDP).
Também a cadeia de hotéis e resorts Tivoli estão actualmente a implementar nos seus espaços e na sua comunicação as dimensões sensoriais. Desde o perfume, com fragrâncias a ”baunilha, laranja do Algarve, tangerina do Brasil, hortelã-pimenta”, já presente nos hotéis em Lisboa, a uma programação melódica desenvolvida especialmente para a marca e adequada ao perfil do público de cada hotel, bem como às “diferentes situações experimentadas durante o dia”, segundo adianta Lourenço Lucena.
Por fim, nos exemplos dados pelo director da Blug, está a Carris. Marca que também se aventura agora pelos cinco sentidos. Por exemplo, para a sua frota de autocarros prepara a instalação “de um difusor próprio”, destinado a espalhar um perfume criado para a marca. Uma essência que pretende trazer aos utilizadores destes transportes os “cheiros da cidade, as essências de Lisboa”, explica Lourenço Lucena. Uma fragrância à base elementos como o “manjerico dos Santos Populares”, o “cheiro roupa lavada”, a “canela dos pastéis de Belém”, ou da “maresia” à beira rio. AB
11h00- 5 Senses Branding, por Martin Lindstrom
Construir marcas através dos sentidos
É tido como um dos maiores gurus do marketing e especialista em aplicar a utilização dos cinco sentidos na construção das marcas. Foi o primeiro orador dos Congresso Interncional de Marketing da APPM e entre exemplos práticos e “case studies”, Martin Lindstrom explicou a importância do apelo à visão, tacto, audição, paladar e sobretudo ao olfacto na comunicação e construção da identidade de uma marca.
De entre os cinco sentidos, Martin Lindstrom refere que o mais utilizado é “obviamente” a visão. 83 por cento das marcas apela primordialmente a este sentido na sua comunicação. Um facto que nem por isso faz do apelo à visão aquele que mais impacto tem junto dos consumidores.
Embora em termos estatísticos restem apenas 17 por cento de utilização dos restantes sentidos, Lindstrom revela que o “cheiro” de uma marca é o atributo que maior relação cria com os consumidores. A utilização deste sentido é a que regista maiores taxas de recordação, porque “cria associações” na mente do consumidor, tendo por isso, em última análise, “impacto na escolha de um produto”. “O olfacto afecta o homem 75 por cento mais que os outros sentidos”, diz.
No campo do olfacto Martin Lindstrom apontou uma série de case studies e experiências levadas a cabo. A Singapure Airlines, por exemplo, utiliza em todos os aviões da sua frota uma fragrância particular. Um “cheiro de marca” que a própria companhia introduz para se destacar junto dos clientes. Uma introdução que na verdade não é novidade, segundo revela o guru. Martin Lindstrom lança a questão: “Quantos de nós compraríamos um carro novo que não cheirasse a carro novo? Isto para revelar que esse “cheiro a novo é introduzido nos veículos algumas horas antes de saírem da linha de produção”. AB
A edição de 2008 do Congresso Internacional de Marketing vai contar gurus do marketing internacional:
Martin Lindstrom
Martin Lindstrom, nasceu em 1970 na Dinamarca, é conhecido como tendo fundado a sua própria agência de publicidade com doze anos. Segundo o Chartered Institute of Marketing é um dos mais respeitados gurus de branding da actualidade.
Os seus clientes incluem, de entre outros, a Mercedes-Benz, Disney, Mars, American Express, Reuters, McDonald’s, Pepsi, Kellog’s e Microsoft.
Foi Chief Operational Officer da British Telecom, executivo da BBDO, fundador e CEO da BBDO Interactive Ásia e co-fundador da BBDO Interactive Europe. Com uma carreira de mais de 20 anos, rejeita a concepção que o marketing é uma arte, defendendo a sua eficácia pela sua base científica e baseada em processos claros. O branding é, na sua concepção, a base principal das vendas e dos lucros das organizações.
É um aclamado orador em múltiplas conferências internacionais, com o seu conceito de branding de 360o, sendo igualmente conhecido como colunista e escritor. De entre as obras publicadas, como “Brand Building”, “Clicks, Bricks and Brands” e “Brand Child”, o seu livro mais conhecido é o já famoso, “Brand Sense”, onde introduz pela primeira vez, de uma forma sistematizada, os conceitos inovadores em torno do marketing sensorial.
www.martinlindstrom.com
Imagens de Marca: O consumidor já é o dono das marcas?
IM: Como é que as marcas se devem adaptar à crise actual?
IM: Como é que as marcas podem ser multisensoriais? IM: Porque é que as marcas têm tendência para comunicar a 2D? Qual é o sentido que se deve privilegiar? |
Stephen Shapiro
Stephen Shapiro é um americano especialista em Inovação e Criatividade, como processos de transformação das empresas.
É um conhecido inspirador de audiências, tendo sido quadro internacional da Accenture, responsável pela implementação mundial da Global Process Excellence Practice. Autor do aclamado “24/7 Innovation: a blueprint for surviving and thriving in an age of change”, pelo New York Times e Newsweek.
Shapiro é consultor de diversas empresas multinacionais, como a General Electric, Staples, ABB, Vodafone, BMW, Barclays Bank, UPS, Governo de Singapura e presidente do New England National Speakers Association.
Como consultor, Stephen desenvolveu metodologias eficazes para a criação de uma cultura de inovação empresarial, aumento da criatividade e melhoria da performance individual e das equipas nas empresas.
www.steveshapiro.com
Imagens de Marca: Inovar é uma forma de fidelizar consumidores?
IM: A Inovação pode ser uma boa resposta à crise?
IM: De que forma é que uma empresa pode motivar a inovação e a criatividade no cerne dos seus colaboradores? |
José Luis Nueno
José Luís Nueno é doutorado em Business Administration pela Universidade de Harvard, MBA pelo IESE da Universidade de Navarra, e licenciado em direito pela Universidade de Barcelona. É um conhecido professor do departamento de marketing do IESE em Barcelona, especialista em distribuição e retailing, sendo ainda professor visitante em outras universidades, como no INSEAD, Michigan, Vevey e em Shangai. Paralelamente, tem dirigido diversos programas para executivos em diversas empresas e países.
É autor de diversas obras e membro dos Conselhos de Adminiatração da TOUS, Adolfo Dominguez, MPG (Havas), Miguel Torres e PUIG.
Imagens de Marca: Qual é o impacto do preço no mercado? E em que sectores o preço tem mais influência? IM: Qual é que deve ser a estratégia de fixação de preços em altura de crise? IM: Há uma estratégia de fixação de preços a curto e a longo prazo? IM: Em tempo de crise, faz sentido apostar em marketing directo?
José Luís Nueno: O preço é a variável mais sensível da economia e do marketing. É a variável que mais rapidamente pode ser alterada. Em indústrias hiper-competitivas o preço é a variável que o consumidor utiliza para mapear as diferentes ofertas concorrentes.
JLN: Ter o preço certo durante ciclos económicos adversos é fulcral. Normalmente a procura cai durante os primeiros dois ou três trimestres. Competidores fracos tendem em baixar os preços. Contudo, estabelecer preços em épocas de recessão está também dependente da selecção do segmento, do nível de dependência do mercado ou das preferências dos consumidores. Optar por servir a um segmento de produto com pouca, mas responsável, concorrência, ou que não apresente alternativas “low cost”, ou até onde se consiga ter a liderança incontestada de uma categoria ou subcategoria, pode proteger as marcas contra a competição de preços.
JLN: Costumavam existir estratégias de fixação de preços “genéricas”. Por exemplo costumava ser recomendado que se baixassem os preços durante as fases iniciais do ciclo de vida dos produtos. Estes padrões são cada vez menos utilizados, especialmente em produtos tecnológicos ou naqueles que implicam custos iniciais mais altos em pesquisa e desenvolvimento, mas que apresentam custos varáveis baixos.
JLN: O marketing directo é uma disciplina muito ampla. Se pensarmos em marketing directo no seu sentido literal, então esse é cada vez menos utilizado antes, durante e depois das recessões. Se a definição de marketing directo incluir o marketing interactivo ou o marketing direccional, então ele faz sentindo em empresas que tenham bases de dados actualizadas e que combinem os dados transaccionais com os dados comportamentais. Contudo, na generalidade, durante as recessões os custos dos meios de massas caem, enquanto os custos de marketing directo não. Deve por isso ser mais valioso apostar em meios de massas.
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