10 de outubro de 2008

Dossiê


E ainda:


Qual a melhor resposta à crise? Saiba a opinião dos profissionais, aqui.


 



Consumidores sobreendividados


17/10/08



De acordo com a DECO existem em Portugal mais de 1300 famílias sobreendividadas. Os números são relativos ao mês de Setembro de 2008 e a julgar pelo padrão de crescimento que têm demonstrado desde de 2000, é quase seguro afirmar que deverão continuar a aumentar.



Em Setembro de 2006 o número de famílias portuguesas sobreendividadas era de 611. Número que quase duplicou em Setembro de 2007, para as 1123. Em Setembro passado o Gabinete de Apoio ao Sobreendividado, GAS, da DECO, registava mais duzentos casos. 1323 é o número actual de famílias que não consegue fazer face às suas dívidas e que a DECO auxilia.



A DECO entende por famílias sobreendivadas aquelas que manifestem a impossibilidade de fazer face ao conjunto das suas dívidas não profissionais. Por dívidas não profissionais entendam-se aquelas que “dizem respeito aos compromissos assumidos pelo consumidor, junto das instituições de crédito – como instituições bancárias, ou de outro credor – como por exemplo empresa de fornecimento de electricidade, gás, água, etc. –, para satisfazer as suas necessidades e as do seu agregado familiar”, explica a instituição de defesa do consumidor. Ficam de fora as dívidas de natureza fiscal.



Setembro foi exactamente o mês que registou a maior subida destes casos – 206 novos casos, revelam os dados da DECO. A grande maioria no zona Lisboa, de onde fazem parte mais 500 destes processos.



Já no que toca às justificações para o sobreendividamento, o GAS aponta o desemprego como o principal factor para a situação destas famílias, 53 por cento, logo seguido pelos problemas de saúde, 18 por cento, e de alterações no agregado familiar, 15 por cento. Tirando outras causas, que representam 6 por cento dos casos, os restantes 8 por cento devem-se ao agravamento do custo de crédito.



Famílias endividadas que na maioria dos casos se vê incapaz de cumprir os compromissos para com as instituições de crédito. Em 60 por cento dos casos, agregados familiares que têm entre três a dez créditos acumulados. 35 por cento destas famílias tem um ou dois créditos para pagar, enquanto 5 por cento chegam mesmo a acumular 10 ou mais créditos.


 




Crise também nos media


17 / 10 / 08


 


Tanto a Impresa com a Media Capital afirmam que a crise financeira, e concretamente o efeito que esta teve na redução dos investimentos publicitários, já se fazem sentir no sector, de acordo com um artigo do Diário Económico.



Citado no artigo, Pinto Balsemão afirma que “todas as empresas conscientes estão preocupadas e a tomar providências para reduzir custos e diversificar receitas”, adiantando estar “convencido que nenhuma empresa vai manter as metas” traçadas no início do ano.



Opinião partilhada por Milguel Gil, administrador da Media Capital, que refere que se começaram a sentir os efeitos económicos da crise “nas últimas semanas”, facto que vai levar à “redução das expectativas” das receitas da empresa, traçadas há alguns meses.



Também na RTP o cenário parece pouco animador. Em declarações ao Diário Económico, fonte da estação pública conta que “várias campanhas foram desmarcadas e não houve novas marcações”, adiantando que o maior desinvestimento está a acontecer por parte das empresas multinacionais e da banca. A mesma fonte revela ainda que os resultados da empresa vão ser afectados por este cenário e prevê que “o investimento possa cair face ao ano anterior”.




 



McCann Erickson Brasil despede 35 trabalhadores
16 / 10 / 08


 


 


Tendo como base estudos da consultora norte-americana Farmer & Co, a agência McCann Erickson vai fazer alterações na estrutura do escritório no Brasil. Na notícia do  site Cidade Biz, Fernando Mazzarolo, presidente da agência, revela que a McCann “fará uma alteração dos quadros, investimentos em processos de inovação, aproveitamento de recursos, melhoria de processos e identificação de oportunidades”. Estas mudanças representam a demissão de 35 profissionais dos escritórios de São Paulo e Rio de Janeiro. Já Adriana Cury, que desde há três anos ocupava o corgo de presidente e CCO, Chif Creative Officer, vai sair da agência.




 


El Corte Inglés com marca própria
16/10/2008


 


Com presença nos supermercados do grupo, o El Corte Inglês vai lançar uma marca própria. O projecto já foi apresentado em Espanha e será trazido para Portugal como avançou em primeira-mão o M&P. Está previsto que o El Corte Inglês coloque pelo menos 200 produtos de marca própria ao serviço do consumidor. Em declarações ao ABC, a empresa garante que esta aposta não é uma resposta à crise, mas uma forma de o grupo se adaptar às necessidades da sociedade.


 



 


 


Bancos investem menos em publicidade
15 / 10 / 08


 


 


Em tempo de vacas magras as instituições bancárias alteraram as estratégias de marketing e o perfil do investimento em publicidade, substituindo a lógica deapelo ao crédito pela de apelo à poupança. Dados do Mediamonitor, revelam que nos primeiros oito meses do ano o BES, o BCP, a CGD, o Santander e o BPI investiram menos 8,5% em publicidade do que em igual período de 2007. Valor que representa uma redução do investimento em 10 milhões de euros.


 


Tendo em conta o que pública o Diário Económico, esta quebra do investimento sentiu-se particularmente nas campanhas institucionais, de crédito e cartões. Em sentido inverso estão as campanhas que apelam à poupança, tendo o investimento publicitário em contas bancárias e aplicações ascendido aos 59,6 milhões de euros. Valor que representa 55,3% do investimento total.




Patrocínios minimizam a crise no futebol português
14 / 10 / 08


 


“O futebol não é uma ilha e poderá estar exposto à realidade que o envolve. A crise é internacional e, por isso, é inevitável que tenha reflexos na Europa e em Portugal”. As palavras são de Hermínio Loureiro, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, LPFP, em declarações ao jornal A Bola, comentando os efeitos que crise económica pode vir a ter no futebol português. O responsável recusa alarmismos e explica que a Liga está preparada para minimizar os danos.  


 


“É possivel criar mecanismos que permitam melhorar a situação financeira dos clubes, de modo a que possam resistir a momentos como este”, esclarece o presidente da LPFP.


 


Uma minimização de efeitos que o responsável atribui ao apoio dos patrocinadores e parceiros das competições. “A criação da Carlsberg Cup permitiu a produção de novas receitas para os clubes. Basta recordar que só na primeira edição foram distribuídos 3,2 milhões de euros pelos participantes”, sublinha como exemplo Hermínio Loureiro, reforçando que “os parceiros comerciais da Liga” poderão ainda ter um papel importante na captação de mais espectadores nos estádios.


 


No mesmo artigo o presidente da Liga mostra-se convicto que os patrocínios já acordados “serão cumpridos”. “Tratam-se de empresas credíveis com quem temos uma relação de confiança. Mais do que patrocinadores, são nossos parceiros”, acrescenta.


 


 



Marketing em queda no Reino Unido
14 / 10 / 08


 


No Reino Unido, 35 por cento dos principais anunciantes reviu em baixa os seus orçamentos em marketing, de acordo com os dados do Bellwether Report do Institute of Practicioners in Advertising, IPA, citados no Jornal de Negócios, adiantando ainda que apenas 12 por cento aumentou o investimento nesta área.


 


 


Esta quebra de investimento, registada em mais de um terço dos anunciantes britânicos, representa a maior dos últimos 10 anos.




O avesso de uma crise é sempre uma oportunidade (ou várias!)
13 / 10 / 08


Por Pedro Dionísio, Professor de Marketing da ISCTE Business School


 


A crise financeira que tem estado presente em todos os noticiários e debates, nas últimas semanas, pode trazer novas oportunidades para a área de Marketing.


 


É verdade que a crise vai provocar retracção na procura de muitos mercados e, em consequência, representar uma dificuldade acrescida para se atingir os objectivos propostos. Mas as empresas que pretenderem conquistar ou consolidar quotas de mercado – nem que seja apenas pela não diminuição de vendas – não têm outra solução que não a de desenvolverem políticas de marketing mais eficazes.


 


Com este enquadramento, será necessário aproveitar o novo paradigma resultante das novas tendências de marketing, onde emerge um consumidor cada vez mais activo e em busca incessante de informação, numa tendência clara de infolust – a luxúria da informação, nomeadamente no ciberespaço – e capaz de, ele próprio, gerar conteúdos e de liderar o marketing das marcas, um conceito que, recentemente, se tem designado de Consumer Generated Marketing.


 


Ora este consumidor cibernauta aproveita o desenvolvimento tecnológico e, nomeadamente as funcionalidades da Web 2.0 , para se relacionar com outros consumidores em variadíssimas redes relacionais e criar ou destruir a reputação das marcas, que já não têm o monopólio da comunicação sobre si próprias. O poder deste consumidor reside, em grande parte, na sua teia de relacionamentos e na facilidade com que tem acesso à informação.


 


O advento da internet móvel – que é expectável que cresça significativamente nos próximos tempos -  veio também potenciar novas formas de estudo dos consumidores, da comunicação das marcas e da actividade de venda de produtos e serviços. No laboratório de marketing (Future CastLab) no ISCTE, temos vindo a analisar prospectivamente estas tendências de marketing, na perspectiva do impacto que podem trazer para o negócio das empresas. A este nível, estamos plenamente convictos que as mudanças que se anunciam num futuro próximo, sobre a forma de gerir o Marketing nas empresas, terá que ser marcante, independentemente da actividade em causa.


 


A crise, que tem origem nas finanças e não no Marketing, será o motor que nos levará a recentrar os negócios na sua origem real – a oferta de valor sustentável ao consumidor. Afinal, a essência do Marketing!


 



Crise pode acabar com alguns sites populares
13 / 10 / 08


 


A notícia é avançada pelo site CNet, que na semana passada divulgou uma lista de empresas de tecnologia ameaçadas pela crise, baseada em investigadores da área. “Nós vamos perder algumas boas empresas”, cita.



Embora adiante que muitos dos sites que possivelmente vão desaparecer não deixarão saudades, o artigo revela uma lista de onze sites populares da Web 2.0 que estão em risco de se afundar com actual crise financeira, caso não consigam rapidamente transformar essa popularidade em fonte de rendimento.



Entre os exemplos dados está o Second Life, que apesar de o classificar como “o interface Web e rede social do futuro”, o site refere que esta plataforma sofre hoje de “sindroma de restaurante vazio”, por ser “dispendioso e difícil de utilizar”.



Um outro caso é a também rede social MySpace. Aqui, segundo os analistas, não tanto pelo facto de não gerar lucro, porque até gera, mas sim por estar sob a alçada do magnata Rupert Murdoch. Facto que leva os autores do estudo a recear que esta plataforma venha a ser posta de lado, caso perca mercado. Especialmente numa altura em que o Facebook – plataforma semelhante ao Myspace – ganha cada vez mais utilizadores, tanto nos EUA como no resto do mundo.



Já o Skype leva o carimbo de estar em risco pelo CNet por ser detido por uma empresa cujo core business foge ao conceito do serviço de telefone online. O Skype é propriedade da eBay, que se dedica a leilões via Internet, e para os analistas a plataforma poderá vir a cair, caso a crise leve a empresa a manter o foco na sua verdadeira área de negócio.


 




Publicidade a cartões de crédito cai 24%
13 / 10 / 08


 


Os dados são do barómetro Nielsen Monitor Plus, citados no Jornal de Negócios, e apontam para uma quebra homóloga de 24 por cento, no que diz respeito aos anúncios televisivos relacionados com cartões de crédito.



De acordo com o número daquele barómetro, nos EUA, foram emitidos 13.704 anúncios televisivos sobre cartões de crédito, entre 1 e 21 de Setembro de 2008. Menos cerca de cinco mil anúncios que em período igual de 2007.



Também em quebra estiveram os anúncios a serviços de empréstimos bancários. Menos 49,8 por cento.


 



Publicidade mundial deverá crescer 4,3%
10 / 10 / 08


 


O estudo é citado no site AdLatina e avança que apesar da crise financeira mundial o investimento publicitário deverá crescer 4,3 por cento a nível mundial. Ainda assim este é já um valor abaixo daquele também apontado ZenithOptimedia em Junho passado, que previa uma subida de 6,6 por cento. Para 2009, o cenário mantém-se, com previsões de crescimento entre os 4 e os 6 por cento, na melhor das hipóteses.



O mesmo artigo adianta que segundo a agência, os mercados publicitários mais afectados serão o norte-americano e o da Europa Ocidental, enquanto os mercados emergentes deverão continuar a registar subidas. Por exemplo para a zona Ásia-Pacífico a ZenithOptimedia espera um crescimento no investimento publicitário na ordem dos 6,6 por cento, para este ano, e de 5,2 por cento, para 2009. Já para a América Latina a subida deverá ainda este ano rondar os 10 por cento.


 



O fim da ganga do touro
09 / 10 / 08


 


O grupo Sáez Merino, detentor de empresas têxteis, entre as quais a Lois, anunciou esta quarta-feira a sua liquidação, de acordo com a imprensa espanhola, que adianta que ainda não são conhecidas as razões que levam a empresa a fechar duas fábricas e a deixar desempregadas 435 pessoas. O fim do grupo arrasta consigo a famosa marca do logótipo do touro.



Fecham assim duas unidades fabris do grupo, uma em Valência, que emprega 350 funcionários, e outra em Cidade Real, onde trabalham mais 85. A Sáez Merino tem há já algum tempo tentado resolver as dívidas que mantinha para com um grupo de credores e para com a Tesouraria Geral da Segurança Social espanhola.



Nascida a 1962, a Lois, reconhecida internacionalmente pela símbolo do touro, chegou a ter nas suas campanhas publicitárias, na década de 70, nomes como Rod Stewart, ou Abba.


 



Banca com as maiores quebras publicitárias
09 / 10 / 08


 


A banca e outras instituições financeiras compõem o sector que menos tem investido em publicidade. Entre Janeiro e Agosto de 2008 registavam uma quebra de 11 por cento, menos cerca de 30 milhões de euros em relação a período igual de 2007. Um facto que segundo Tiago Viega Anjos, analista do BPI, citado no Jornal de Negócios, é um dos indicadores que permite prever a tendência de recuo nos investimentos dos grandes anunciantes.



Contudo, adianta o mesmo artigo, dados da OMD Portugal, com base nos investimentos a preços de tabela, apontam que o mercado publicitário nacional deverá crescer, no global, cerca de 10 por cento.


 



Crise corta no investimento publicitário
09 / 10 / 08


 


A crise financeira mundial está a ter as suas consequências nas previsões para o investimento publicitário em 2009. Exemplos disso têm sido a sucessivas revisões em baixa de instituições financeiras como o BPI ou o BES que apontam já para quebras de investimento entre os 0,5 e os 1,4 por cento, tal como publica o Jornal de Negócios. Previsões negativas que podem mesmo agravar-se com o avanço dos reais impactos da crise nos orçamentos dos grandes anunciantes. Citado naquela publicação, Tiago Viega Anjos, analista do BPI – instituição que para 2009 já reviu o investimento publicitário com uma quebra de 0,5 por cento –, afirma que “é normal que as estimativas piorem”.



Uma posição partilhada pelo analista do BES, Nuno Matias, que vê como “natural” um recuo no investimento publicitário desta instituição. Mesmo “antes de qualquer revisão resultante da actual crise”, este banco já previa, para 2009, uma quebra no investimento publicitário em 1,4 por cento. Com a sombra da crise o analista adianta que “é expectável” que “qualquer alteração a esta estimativa será para baixo”.



Ainda assim, tanto o BES como o BPI vão ao encontro da Omnicom Media Group, OMG, cujos dados prevêem um crescimento de 1,1 por cento no bolo total do mercado publicitário português. Um valor bem abaixo daquele avançado pela mesma agência no início do ano, que apontava para um crescimento de 5,9 por cento. “É um crescimento que cai para metade dos valores de 2007, mas não deixa de ser positivo”, afirma Luís Mergulhão, CEO da OMG Portugal, em declarações ao Jornal de Negócios, ainda que adiante que em 2008 “com a inflação, poderemos dizer que teremos um crescimento nulo ou negativo”.



Previsões pouco animadoras avançadas no mesmo dia em que a Associação Portuguesa de Anunciantes, APAN, apresentou na sua conferência anual a edição portuguesa do estudo “Publicidade e Crescimento Publicitário”, que traça correlações entre os investimentos publicitários e o crescimento do Produto Interno Bruto, PIB.



A publicidade e o crescimento do PIB



O estudo é o resultado da tese de Doutoramento de Maximilien Nayaradou, na Universidade de Paris-Dauphine, e revela que “o investimento em publicidade está a tornar-se num elemento cada vez mais importante do PIB”, tal como adianta a APAN em comunicado. De acordo com o relatório, “o investimento mundial em publicidade atingia os 675 biliões de dólares em 2002, representando 2,06 por cento do PIB”.


 


Já segundo a Marktest, os primeiros cinco meses deste ano registaram um crescimento em publicidade de 14 por cento, comparativamente a igual período de 2007, o que representa um invetimento, a preços de tabela, de 1,940,9 milhões de euros. Valor que representa já 1,2 por cento do PIB Nacional. “E amplamente assumido que a publicidade contribui para a competitividade, para a inovação e, em última instância, para o crescimento económico.”, garante Manuela Botelho, secretária-geral da APAN.


 


São três as correlações que fornecem a prova do impacto real que o investimento publicitário tem no consumo, segundo o estudo de Nayaradou.  Em primeiro lugar, nos países onde a taxa de investimento em publicidade é mais elevada, a propensão para o consumo também é a mais elevada. O estudo não explica qual dos factores age sobre o outro, mas garante que ambos produzem impacto um sobre o outro. Numa segunda correlação, detecta-se que a um aumento da taxa de investimento em publicidade segue-se, alguns meses mais tarde, um aumento do consumo. Depois de estudar o consumo em França em diversos sectores entre 1998-2001, o investigador garante que, se as empresas não conseguissem fazer os investimentos em publicidade, não teriam atingido o volume de vendas alcançado.


 


Outra conclusão prende-se com o facto de os sectores que fazem publicidade maciça terem um maior crescimento. A análise dos dados estatísticos da economia francesa no período de 1992-1999 revela que sectores da telecomunicações, serviços, actividades culturais e de lazer, finanças e serviços industriais tiveram um crescimento do consumo de 1,5 a 2,4 por cento superior à taxa média de crescimento do consumo que vai ao encontro de investimentos elevados em publicidade.


 


O estudo garante ainda que o esforço das empresas para ganhar quota de mercado assenta em taxas elevadas de investimento em publicidade, encoraja a concorrência e leva-as a aumentar a quantidade e a qualidade da oferta, o que tende a estimular o cresciemento global. Na verdade, torna-se evidente que uma grande percentagem das indústrias utiliza a alavanca dupla da inovação/publicidade para crescer rapidamente e beneficiar de um nível de dinamismo superior á média. A publicidade pode, aliás, servir em muitos casos para compensar a falta de inovação tecnológica.


 


A publicidade é particularmente eficaz a estimular a concorrência em épocas de recessão, explica ainda o estudo. Em 75% dos sectores analisados em França, as empresas aumentaram as suas quotas de mercado ao investirem em publicidade em períodos de recessão.


 


Numa comparação entre países, em que foram analisados 9 países (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha, Holanda e Suécia), chegou-se à conclusão de que existe uma correlação positiva entre uma taxa de investimento publicitária mais baixa ou mais alta num país e o respectivo crescimento económico. Quanto mais cresce o investimento publicitário, mais aumenta a produtividade do país – o mesmo acontece quando a evolução é contrária. No período analisado, o país com maior eficiência produtiva (EUA) é também o país onde a taxa de investimento em publicidade é a mais elevada.


 


Outro ponto importante prende-se com o facto de o investimento feito pelos anunciantes contribuir para o financiamento de actividades económicas particularmente dinâmicas. Nos países anglo-saxónicos, as receitas publicitárias financiam entre 25% e praticamente 100% dos custos da imprensa, assim como TV e rádio. O crescimento do valor acrescentado das actividades directa ou indirectamente ligadas ao investimento publicitário, ao longo do período analisado (1996-2001) foi o dobro do valor registado na economia como um todo. Já o crescimento do emprego foi 2 a 4 vezes superior. 



O relatório aponta assim que “anunciar contribui para o crescimento”, por estimular o consumo, acelerar a expansão da inovação , promover a concorrência, e criar emprego.


 


É de ter em conta que este estudo baseia-se sobretudo nas economias francesa e americana, tendo sido utilizados dados relativos a outros países europeus e ao Japão.


 



O MARKETING, O SENSO COMUM E A CRISE FINANCEIRA
08 / 10 / 08


Por Carlos Brito, Professor Marketing da Faculdade de Economia do Porto


 


Esta crónica é, acima de tudo, um tributo ao Professor John O´Shaughnessy da Universidade de Columbia em Nova Iorque. Uma referência na área do marketing, leccionou durante vários anos no MBA da Universidade Nova de Lisboa onde tive o privilégio de ser seu discípulo.


 


Dizia John O´Shaughnessy que um dos atributos mais importantes de quem trabalha na área do marketing é ter senso comum. Não se confunda, aliás, senso comum com bom senso. São coisas totalmente diferentes. O que acontece é que à medida que um marketer sabe mais sobre segmentação, posicionamento, estratégias de produto e preço, branding, gestão da força de vendas, marketing planning, etc., etc., tende a perder a noção das coisas tal como elas são.


 


Essa miopia é má. Porque se vendemos o que quer que seja – sabonetes, automóveis, bebidas, roupa, produtos financeiros… – na generalidade dos casos os nossos clientes não são peritos em matéria de marketing. Isto é, têm esquemas mentais que, influenciando as suas atitudes e comportamentos, se orientam muito mais pelo senso comum e não tanto por teorias e modelos que, esses sim, tendem a residir apenas na cabeça dos marketers.


 


Nessa linha, John O´Shaughnessy afirmava que, com frequência, se socorria da opinião da mulher para fundamentar algumas das suas decisões na área do marketing. “E sabem porquê?”, perguntava. “Porque a minha mulher, não sabendo nada de marketing, tem senso comum, algo que eu às vezes já não possuo.”


 


E não será que um pouco mais de senso comum teria sido importante para prevenir a actual crise financeira?


 



Mercado espanhol de publicidade em crise
01 / 10 / 08


 


O investimento em publicidade em Espanha deve cair 9,2% em 2008, para os 7.2 mil milhões de euros. Trata-se de uma previsão da Zenithmedia espanhola. Fora deste cenário negro está a Internet, que deverá ver o investimento aumentar em 20%. Já os jornais diários pagos terão menos 18% de investimento, as revistas menos 9,7%, os suplementos menos 16,1%, a televisão fica com menos 8,6%, a rádio perde 5,9% e o cinema 35%.


 



Crise obriga AIG a mudar comunicação
22 / 09 / 08


 


“The strenght to be there”, ou “a força de estar presente”, traduzido, é o lema da American International Group, AIG, que a empresa agora deixou de utilizar. Segundo a AdAge, a empresa optou por alterar este ponto da estratégia de marketing, levada pela recente crise financeira, que levou à venda da AIG.



De acordo com o mesmo artigo, citado no Jornal de Negócios, um porta-voz da seguradora justificou esta mudança na comunicação com o “ambiente de desafios que a empresa atravessa actualmente”. O mesmo representante da AIG adiantou que as restantes estratégias de comunicação dos seus produtos.



 



Mercado dos telemóveis pode cair
09 / 09 / 08


 


Os últimos dados da IDC, consultora internacional na área das tecnologias, apontam para uma quebra de 2 por cento no mercado português de telemóveis. Segundo publica o Diário Económico, os sinais da crise e da saturação chegaram a este mercado e o futuro não apresenta valores tão optimistas como no passado.



O responsável da IDC pela análise das vendas europeias de telemóveis, Francisco Jerónimo, explica que “este ano é que se começam a notar, efectivamente, os efeitos da crise” no mercado português. Facto agravado por “uma saturação inerente ao próprio mercado”, que há muito apresenta taxas de penetração superiores a 100 por cento.



No ano corrente as vendas de telemóveis deverão crescer 2 por cento, enquanto na Europa a média deverá ser de 5 por cento. Cenário que segundo a IDC poderá ser invertido em 2009, com a vendas portuguesas a descer 2 por cento e crescer 6 por cento na Europa Ocidental.



Quanto à IDC a solução passa pelos fabricantes e operadoras. “As fabricantes devem optar por transportar para a Europa tecnologias de média e baixa gama”, refere a consultora adiantando que já às operadoras deverá caber uma maior subsidiação dos equipamentos de valor elevado, bem como oferecer serviços como a Internet, televisão, etc., a preços mais reduzidos.


 




Metro afectado por crise publicitária
03 / 09 / 08


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Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelasO Imagens de Marca foi para a rua saber como o consumidor está a sentir a crise que atinge as empresas e as famílias. Veja ainda como é que o mercado publicitário está a reagir e conheça a opinião de alguns especialistas, que vêem nesta crise uma oportunidade para novos negócios

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