Dossiê

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Ilustração: olhoazul, Tiago Grade

Lançado este mês, o Magalhães foi apresentado como o primeiro portátil português. Distribuído aos alunos dos primeiro e segundo ciclos, tem como valores a inovação, a boa relação qualidade-preço e o facto de ser apropriado para os mais pequenos. À prova de choques e salpicos, o produto surge associado ao nome do navegador português do século XV Fernão de Magalhães. Tendo estado à frente da expedição marítima que efectuou a primeira viagem de circum-navegação ao globo, o nome Magalhães surge como sinónimo de descoberta e de aventura do conhecimento. Foi esta ideia, base da escolha do nome do portátil, que serviu de inspiração ao departamento de comunicação do Imagens de Marca. Com a assinatura “Descobrir nunca foi difícil. Basta Explorar” criámos uma peça de apresentação do primeiro portátil com selo nacional. Fica o convite para que comente o resultado criativo no forum do site.

Mas porque não somos especialistas, pedimos ajuda a algumas caras conhecidas do site do Imagens de Marca. António Mello, publicitário, Carlos Brito, professor de Marketing da Faculdade de Economia do Porto e Diogo Anahory, director criativo da McCann, aceitaram o desafio da redacção do Imagens de Marca e responderam à pergunta: : “Como é que deve ser a estratégia de comunicação do novo portátil português?”

A melhor rota para o Magalhães
António Mello, publicitário – “Os Descobrimentos dos portugueses são um feito universal reconhecido e aplaudido no mundo inteiro. O Magalhães quer também ele, com um simples “enter” ser uma nova porta aberta para o mundo do Conhecimento. Acho que é difícil fugir ao Conceito dos Descobrimentos. Esta marca agrega os valores da coragem, determinação, o risco e a vontade de vencer. Palavras que queremos se identifiquem com as aspirações e ambições dos jovens do amanhã. Um Conceito que deverá adoptar a linguagem oficial do target, tu cá tu lá. Conhecendo a fundo aquilo que nos moveu e que nos levou a aderir à aventura da navegação, o desafio será reinterpretar este conceito, hoje, em 2008. Será que o Magalhães pode ser o astrolábio do século XXI ?”
Carlos Brito, professor de Marketing da Faculdade de Economia do Porto – “Não basta que se consiga uma boa notoriedade e imagem da marca Magalhães. Mais do que isso, é necessário conseguir o envolvimento dos consumidores e outros stakeholders (governos, autoridades ligadas ao ensino, escolas, professores…). E para isso, para além da qualidade técnica do produto, há que trabalhar muito bem a relação emocional. Facto que, aliás, o próprio nome “Magalhães” já ajuda a criar e desenvolver. Mas, em suma, é preciso que alunos, professores, escolas gostem do Magalhães. Não apenas porque é um bom computador, mas porque se criou uma relação afectiva com a marca. Se quiserem um exemplo para inspiração, veja-se o caso da Apple.”
Diogo Anahory, director criativo da McCann - “Julgo que o nome está bem conseguido, desde que seja devidamente explicado. E a ideia do computador para a descoberta de novos mundos parece-me feliz. Em termos de comunicação, acho que se presta a uma boa campanha. Eu diria que está mesmo a pedir a criação de um personagem, um miúdo simpático chamado Magalhães, a quem os colegas recorrem sempre que têm dúvidas. “Ó Magalhães, qual é a capital da Somália?” “Ó magalhães, qual é o teorema de Pitágoras?” Correndo bem, daqui a uns anos, quando confrontados com perguntas, teríamos pais, alunos e professores a responder “pergunta ao Magalhães que ele sabe”. E mais tarde, quando lançassem uma versão do computador mais “fininha”, já tinham nome: O estreito de Magalhães”