30 de setembro de 2008

Dossiê

Vídeo: Campanha internacional da marca. Como reacção ao surgimento do McCafé , a marca foi obrigada a apostar na publicidade.


 


E ainda:


Starbucks em números, aqui.


 


O bip bip do peito de Johnattan dita-lhe o ritmo. Passaram dez minutos desde a última vez que fez a ronda às mesas para ver se estava tudo em ordem. A máquina presa ao avental verde apitou. É tempo de voltar. À hora certa, os compassos dos rituais de trabalho da Starbucks sobrepõem-se à agitação própria da abertura. O centro comercial Alegro, em Alfragide, conheceu a primeira loja da multinacional estado-unidense em Portugal, dia 30 de Setembro.


 







Uma loja onde todos são parteners


 


O avental identifica-os. O mais usual é o verde, que pertence aos baristas. Os aventais pretos são mais raros, porque são usados apenas pelos coffee masters, encarregados de difundir a cultura do café na sua loja. Cada um tem a sua função, todos são partners.


  


Partners – ou “parceiros”, em português – é o termo usado pela Starbucks para se referir a qualquer empregado, independentemente da posição ocupada na loja e na hierarquia. Para desempenhar as respectivas funções, a formação especializada é essencial.


  


Antes da abertura da primeira loja em Portugal, os partners nacionais rumaram a Madrid para uma formação que durou mais de dois meses, onde o relacionamento com os clientes foi privilegiado.



Caramel Macchiato, Frappuccino Blended Crème ou Cinnamon Dolce Latte são expressões que a maioria dos portugueses ainda não adicionou ao dicionário. São também três bebidas dentro das 87 mil combinações de café que a marca garante serem possíveis em todas as suas lojas. Para os mais conservadores ou os que simplesmente não abdicam de alguma portugalidade no travo, as Starbucks portuguesas acompanham a oferta de muffins com pastéis de nata e de feijão, chá Pleno e leite Mimosa.


 









Lojas: Rua vs. Centro Comercial


Até ao final de 2008, Portugal vai ter em funcionamento três Starbucks. Todas na área da Grande Lisboa, à semelhança do que irá acontecer nos próximos anos. Belém é o destino seguinte a Alfragide e fará a abertura de mercado para a marca. É que esta será a primeira loja de rua em Portugal, situada nas proximidades dos Jerónimos, em plena zona histórica. Uma localização que os serve melhor o conceito da marca e a aproxima do que se vê no estrangeiro, onde as idas aos centros comerciais não são tão populares entre os clientes.


 


Para quem estranha a especificidade da política em Portugal, Luís Rocha e Mello, Director de Operações nacional justifica. “O que a Starbucks faz em qualquer país onde entre é ver onde estão as pessoas e ver onde é que as pessoas querem que a Starbucks abra lojas. E por isso cá em Portugal nós temos uma cultura forte em centros comerciais e por isso vamos claramente abrir em centros comerciais, mas claramente também vamos abrir em lojas de rua. Nos centros comerciais, assim como em rua, vamos procurar boas localizações”.


 


Em 37 anos de vida, Portugal é o 46º país a contar com a presença da Starbucks. Até agora, a multinacional recebia todas as semanas mais de 50 milhões de clientes. Vendo-se os portugueses como um povo apreciador de café, para  muitos esta chegada peca pela demora. Os responsáveis pela marca refutam: “é o momento certo para entrar em Portugal”. Os espaços imobiliários pretendidos e a joint-venture com o grupo espanhol Vips são as condicionantes que finalmente parecem estar reunidas para dar lugar à estreia nacional da marca.









O Fim da Bica?


As pequenas chávenas de loiça estão lá. A troco de 1,20 euros, os portugueses vão poder continuar a saborear as simples delícias de um café expresso, em qualquer Starbucks. A diferença está na qualidade. “A Starbucks tem um café que é 100 por cento arábica e a nossa bica é feita com um blend de robusta e arábica. Temos a certeza de que é um café de alta qualidade, mas diferente. E portanto, é óbvio que respeitamos enormemente a cultura e o café portugueses, mas sabemos que também temos um produto de óptima qualidade e à medida que o formos dando a conhecer, estou convencido de que os portugueses vão apreciá-lo muito”, afirma Luís Rocha e Mello. Os portugueses o dirão.


 


Quem quiser ousar nos sabores pode também sentar-se de caneca à frente a devorar antes de mais com os olhos os remoinhos de nata ou caramelo. Mas a revolução está na mobilidade. Há copos para todas as pressas e quatro tamanhos de apetite e gula.




 


As inaugurações prometidas para Portugal e outros países – Rio de Janeiro, no Brasil, vai ter a sua primeira Starbucks em Dezembro – são largamente divulgadas pelos media e não são







O Café da Sereia


 


O nome é inspirado numa personagem de Moby Dick, uma novela de HenrI Melville. O logótipo remete-nos para a história de uma sereia norueguesa de duas causas. E o que têm todas estes elementos marinhos a ver com o café?


 


 Era por mar que os primeiros comerciantes de café transportavam as suas mercadorias. Já a sensualidade do ser marinho é relembrada nos nossos dias para representar a atracção. Antes pela beleza feminina, hoje pelo café.


 


 


Tudo começou em Seattle. A mesma cidade que viu nascer o grunge, deu à luz, anos antes, uma ideia inovadora: uma loja onde se vendia café fresco em grão para consumo doméstico. Gerald Baldwin, Gordon Bowker e Zev Giel abriram a primeira Starbucks, em 1971.



 


Dez anos depois, Howard Schultz junta-se aos três, mas acaba por abrir a sua própria cafetaria em 1985, onde vendia café de origem Starbucks. O êxito de Schultz permite-lhe, apenas um ano depois, comprar todas as lojas do grupo e constituir a Starbucks Corporation.


 


A internacionalização chegou em 1996, com a entrada no Japão. Hoje está presente em 46 países.


indiferentes a muitos turistas saudosos dos copos de café na mão a desfilar por avenidas estrangeiras. No entanto, o entusiasmo foi recentemente assombrado. A marca comunicou, em meados de Julho, que 600 lojas Starbucks iriam ser fechadas nos Estados Unidos da América e na Austrália, até Fevereiro de 2009.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


A concorrência de outras cafetarias, nomeadamente do McCafé, é uma das principais causas apontadas. O episódio negro na história da marca não a impediu, contudo, de facturar 6,4 mil milhões de euros, em 2007. Mais 21 por cento que no ano anterior.

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