7 de fevereiro de 2008

Dossiê



 


 


“Se passear pela cidade, mesmo se estiver com pressa ou atarefado, vai ser difícil acreditar que está na capital de um dos mais pequenos cantões da Suiça”, as palavras são de Dolfi Mueller, Mayor da cidade de Zug, capital do cantão Zug. É um pequeno cantão no coração da Europa encaixado entre a zona industrial da Alemanha e o norte de Itália. Está convenientemente localizado junto ao grande centro de negócios de Zurick e ligado por excelentes meios de transportes a outras cidades importantes da Suiça. Com apenas 100 mil habitantes, tem uma capital com 24 mil pessoas que conseguiu criar pelo menos 26 mil postos de trabalho.


 


É o exemplo de uma cidade que soube divulgar os seus atributos e depressa se tornou uma marca. Uma mentalidade amiga do negócio, impostos baixos, estabilidade política, bons meios de transporte e acesso fácil a grandes centros urbanos são os valores deste lugar. Tudo à beira do azul Zytturm, o lago de Zug, e do branco Aegeri Valley, montanha nevada que se ergue sobre a cidade.


 


Este pequeno lugar é considerado o mais rico da Suiça com uma média de PIB per capita de 40 mil e 700 euros por ano. Para este valor contribui em muito a politica de impostos baixos introduzida em 1946, que tem atraído empresas de dimensão mundial. Em média as taxas de impostos no cantão rondam os 12,5 por cento, sendo que a taxa mais usual é a de 8 por cento. Dados da consultora KPMG, revelam que os cidadão de Zug pagam em média metade dos impostos que os habitantes de Zurich.


 


O mesmo se aplica às empresas. A taxa de impostos nos 16,3 por cento é muito competitiva a nível internacional, ainda mais porque há empresas que ainda pagam menos. Em declarações ao Imagens de Marca, Hugo Wyssen, responsável pelo Departamento de Impostos, explica que “as empresas que operam em exclusivo fora da Suiça pagam menos de metade que a taxa definida”, ou seja, apenas 8 por cento do rendimentos destas empresas é cobrado pelo fisco. “Só assim se atrai empresas estrangeiras”, explica Wyssen.


 


Os empresários também assinalam as mais valias deste local. Rudi Kindts, Responsável pelos Recusos Humanos da British American Tabacco Internacional, é peremptório quando lhe perguntam o que mais lhe agrada em Zug. “O sistema pouco burocrático e flexível estabelecido pelas autoridades, benefícios fiscais, localização central, excelentes escolas internacionais e um mercado de trabalho atractivo”.


 


 


Nos últimos 20 anos, o número de empresas internacionais com presença no cantão mais do que duplicou, sendo Zug a sede de 24 mil e 300 empresas (há quase mais empresas do que pessoas na cidade).


 


 


O tecido industrial contribui em 30 por cento para o PIB da região e emprega 31 por cento da população activa. A maioria trabalha em indústrias de novas tecnologias, farmacêutica, diagnóstico médico e metalúrgica. O que demonstra que a qualificação da população é elevada. O comércio e os serviços representam 67 por cento do PIB.


 


 


 











 


Algumas empresas de Zug


 


 


Xstrata


 


Emprega anglo-suiça de extracção de minério, a sexta maior do mundo, que está em vias de ser comprada pela brasileira Vale.


 


 


British American Tabacco Internacional


 


Empresa formada em 2002, depois da fusão entre a British American Tabacco Internacional e uma empresa chamada Rothmans. É o mais internacional dos grupos de tabaco no mundo, possuindo 84 fábricas de cigarros e 21 de processamento de folhas, e produzindo cerca de 300 marcas diferentes de cigarros.


 


Siemens


 


É a maior companhia de produtos de electrónica do mundo com sede internacional em Munique, na Alemanha. Em todo o mundo, a Siemens emprega cerca de 480 mil pessoas em 190 países (dados de 2007), com um total de vendas global de cerca de 87,3 mil milhões de euros em 2006. Em Zug, tem localizada a sede da Siemens Building Technologies AG.


 


Shell


 


A gigante Shell tem várias empresas com sede em Zug. O grupo de escala global tem interesses nas áreas energética, petroquímica e energias renováveis.


 


 


BASF


 


Trata-se de uma empresa de produção química alemã e uma das maiores empresas do mundo.


 


Johnson & Johnson


 


É uma empresa norte-americana, fundada em 1885, especializada na produção de produtos farmacêuticos e utensílios médicos e está cotada na bolsa industrial de Dow Jones. A sede da empresa fica em Nova Jersey, mas tem aproximadamente 200 subsidiárias que operam em mais de 90 países.


 


 


 


 


Zug, uma cidade organizada de jovens profissionais ambiciosos


 


No centro da cidade, pode-se ver luxuosos apartamentos com vista para as montanhas e para o espelho de água. Nos cafés, à hora de almoço, observa-se jovens profissionais em início de carreira, que compõem grande parte do tecido populacional – a maioria solteiros com grandes expectativas de ascensão profissional.


 


Uma pessoa em cada cinco, dos 103 mil habitantes do cantão, é estrangeira. Proporção que aumenta quando se trata da cidade de Zug. O promotor económico de Zug garante que “a mão-de-obra estrangeira sente-se atraída pela cidade porque, apesar do elevado nível de vida, os salários também são muito elevados”. A isto soma-se o facto de “em Zug os contribuintes serem considerados clientes e não devedores”, explica.


 


A imigração já faz parte da história do cantão, desde a constituição da capital em 1814. Durante a segunda década do século XIX, e até 1970, a população cresceu exponencialmente, acompanhando o desenvolvimento dos serviços e da indústria.


 


Estima-se que metade das empresas que têm sede em Zug tenham neste cantão apenas os escritórios centrais devido aos baixos impostos. “É sem dúvida uma fórmula ganhadora”, diz Wyssen. Ao ponto de ter transformado este cantão no mais rico de um país que já é rico por si, muito longe da Zug do século XVII que vivia da agricultura.  

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