O iPhone 3G chegou ao mercado durante o mês de Julho e passadas 72 horas desde o seu lançamento já tinham sido vendidos mais de um milhão do novo dispositivo da Apple.
Se pensarmos que em 2007, a primeira geração de iPhone precisou, não de 72 horas mas sim de 74 dias para alcançar este número, poderemos afirmar que o mercado já se rendeu ao telemóvel da Apple? E, se sim, qual a razão? Pela elevada qualidade técnica do iPhone ou por uma, muito bem montada, campanha de marketing?
A herança tecnológica da Apple e uma visão de futuro transformaram o iPhone em algo mais que um simples telefone, uma vez que agrega em si as funcionalidades de um iPod, de um dispositivo para aceder à Internet e, claro, permite realizar chamadas. É um aparelho onde entretenimento, portabilidade, acessibilidade e capacidade de armazenamento de informação formam um todo. Esta diferenciação permite à Apple posicionar o iPhone como um produto versátil, conveniente e com valor acrescentado, quer para uso pessoal, quer para uso profissional.
E o estatuto da Apple, marca de culto em todo o mundo, permite que os seus lançamentos sejam aguardados com a maior expectativa por “tribos” de fãs da marca.
São esses consumidores que garantem também à Apple o sucesso da sua comunicação, muito baseada em campanhas de marketing viral e do boca-a-boca.
A verdade é que o lançamento do iPhone tornou-se já num caso de estudo a nível internacional. Alguns especialistas garantem que o telemóvel da Apple está já a revolucionar o mercado das telecomunicações e que as grandes marcas de renome do sector, como a Nokia, Motorola, Samsung, entre muitas outras, devem preparar-se para a feroz concorrência da marca norte-americana, outros acham que o salto tecnológico não é assim tão grande e estamos perante uma das melhores e maiores campanhas de Marketing de sempre.
O Culto da “maçã” Para Luiz Moutinho, professor e investigador na área do Marketing, as razões que explicam esta euforia em torno do novo telefone da Apple são, aparentemente, simples. A Apple é, desde há algum tempo, “uma marca de culto, conhecida pela liderança tecnológica, pelo seu design emocional e que tem arrastado fortes ‘tribos’”, explica o professor. Mas para além das características que parecem dominar o trabalho desenvolvido pela “marca da maçã”, Luiz Moutinho ressalva ainda outro ponto que tem sido fulcral na apreciação dos lançamentos desenvolvidos pela empresa. “O seu marketing forte que ficou conhecido desde a notável campanha em 1984”. Uma campanha publicitária lançada durante o campeonato norte-americano do Super-Bowl e que revelou ao mundo o primeiro Macintosh da empresa de Steve Jobs. A mesma estratégia foi utilizada pela Apple no lançamento da campanha “Hello”, do iPhone. Para Luís Moutinho, a tendência não é nova mas continua a ser “uma boa estratégia que acrescenta valor” aos produtos lançados pela marca. “É difícil para outras empresas seguirem este caminho muito por causa da equidade da Apple e do seu marketing tribal”, explica Luiz Moutinho O iPhone pretende revolucionar o mercado e para o professor a tecnologia que apresenta para a informação móvel é, sem dúvida, um bom exemplo, mas não é tudo. Luiz Moutinho reforça ainda que “o marketing gerado pelos consumidores” desempenha um papel importante. Questionado sobre se este lançamento (e em concreto este produto) seria um ponto de viragem no mercado das telecomunicações, Luiz Moutinho é mais cauteloso: “Não diria que este momento marca um ponto de viragem mas sim um outro estágio de evolução de co-criação de valor tecnológico da Apple”.
O valor do Marketing
A chegada do iPhone gerou, como já se conhece, uma verdadeira corrida ao mais recente produto da norte-americana Apple. Mas a questão se será esta euforia causada pelas capacidades do produto ou pela estratégia de marketing bem montada à qual a Apple nos tem vindo a habituar, ainda permanece no ar.
Carlos Fernandes, gestor do Marketing FutureCast Lab, e professor na área de Marketing no ISCTE explicou ao Imagens de Marca que ambos estão relacionados e que à semelhança da Apple também outras grandes empresas estão a apostar em grandes estratégias de marketing e a concentrar multidões em alguns dos seus lançamentos. Veja aqui.
Mas para este investigador o conceito por detrás do iPhone pode ser explicado por muitas outras questões. Carlos Fernandes ressalva aspectos como as diferentes tendências de mercado, como o infolust, o mobile privatization ou a denominada “geração C”, uma faixa etária que cresceu já no meio digital e que abre, assim, espaço para a melhor aceitação de um produto como este. Veja aqui.
O caso português A TMN é, para já, a única operadora que não disponibiliza o iPhone mas, segundo conseguiu apurar o Imagens de Marca, a empresa do grupo PT está já em negociações com a Apple. Enquanto não coloca à venda o aparelho da marca norte-americana, lança outros smartphones exclusivos de ecrã táctil como é o caso do HTC Touch Diamond e o Samsung Omnia. O iPhone da Vodafone… Francisco Mendes e Raquel Strada entregaram, à meia-noite do dia 11 de Julho, o primeiro iPhone 3G da Vodafone, ao presidente da Vodafone Portugal, António Carrapatoso. Apesar de não divulgar expectativas em relação ao número de equipamentos vendidos “por se tratar de informação comercialmente sensível”, António Coimbra, administrador da Vodafone Portugal que o mercado, apesar das suas limitações, está preparado para receber o iPhone. Veja aqui um excerto da entrevista. … e também da Optimus Juntamente com a Vodafone, a operadora do grupo Sonae vai também comercializar o novo gadget da Apple em Portugal. Um produto que, segundo a marca, em conversa com o Imagens de Marca, tem um posicionamento muito próximo da Optimus e que tal como a operadora quer ser, também o iPhone é um produto de paixões. Para Isabel Borgas, Directora de Comunicação da Optimus, este é “um momento de viragem na tendência das telecomunicações” e por isso conta também “atrair novos clientes para a operadora” pela aptência que um produto como o iPhone se prevê gerar nos consumidores em Portugal. Para assinalar a chegada do “mais desejado”, a Optimus convidou algumas figuras públicas para fazerem parte de uma festa junto ao Tejo onde o secretismo, a ansiedade e a emoção foram alguns dos ingredientes chave. Veja aqui um excerto da entrevista.
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