Começa no próximo dia 7 de Dezembro a votação para as 7 Maravilhas de Portugal no Mundo. São 22 candidatos e os resultados da eleição on-line serão conhecidos a 10 de Junho de 2009. Dulce Pontes e José Carreras dão a voz ao hino da iniciativa.
Fasil Ghebbi, cidade fortificada da Etiópia, foi a residência do imperador Fasilides e dos seus sucessores durante os séculos XVI e XVII. Já a Ilha de Moçambique deu o nome ao país do qual foi a primeira capital. Por sua vez, as ruínas de Kilwa Kisiwani e de Songo Mnara localizam-se em duas pequenas ilhas, no sueste da costa da Tanzânia. Portos comerciais, fortalezas ou cidades património em regiões longínquas do planeta, aparentemente sem qualquer relação. A verdade é que têm em comum o facto de serem património da Unesco, para além de terem origem portuguesa. Dando novos mundos ao mundo, os portugueses notabilizaram-se por altura dos Descobrimentos e deixaram o seu património cultural espalhado pelos diversos continentes. Com um total de 22 monumentos de origem portuguesa classificados como património mundial em todo o planeta, Portugal é dos poucos países que tem mais obra fora do território de origem do que dentro de fronteiras. “Apenas Espanha surge com uma presença comparável, com 24 monumentos fora do território de origem”, explica Luís Segadães, administrador da empresa Sete Maravilhas, “mas com menor diversidade geográfica, já que concentra os monumentos no eixo da América do Sul”. Constituída para o efeito, a New 7 Wonders Portugal acaba de ganhar os direitos da realização do projecto Sete Maravilhas em qualquer país do mundo, mas Luís Segadães preferiu começar por chamar a atenção para o valor do património português. O desvendar das Sete Maravilhas de Portugal no Mundo tem data marcada para 10 de Junho de 2009, em jogo estão os 22 monumentos classificados pela Unesco.
“Este património é uma oportunidade singular de afirmação da cultura portuguesa à escala global”, explica Segadães, “dando a conhecer às pessoas uma riqueza que elas ignoram”. A votação será feita à escala mundial pelo público através de Internet e SMS, “porque é o critério de votação mais interessante”, tendo o projecto o apoio de um canal de televisão. A casa on-line também está pronta através de um site na Internet: http://www.7maravilhas.sapo.pt/. “Tivemos de negociar com todos os bancos de imagens. Há países, como é o caso da Gambia, que nem têm fotos dos monumentos”. Perante isto, a organização foi obrigada a contactar pessoas localmente para recolherem as imagens necessárias à criação do portal. Ainda em negociações estão os patrocinadores oficiais do evento, “apesar de o processo já estar em fase avançada”, garante o CEO das Sete Maravilhas. Confirmados estão os apoios institucionais (ministério da Cultura, Instituto Camões, DGIDC) e os media partners (TVI, Sapo, Revista Evasões, Revista UP, Global Notícias, Volta ao Mundo).
Entre organização e gestão, levar a cabo um mega evento desta natureza custa cerca de sete milhões de euros. E apesar de “contar histórias ser algo maravilhoso”, não foi apenas por vontade de desenterrar um passado heróico que Segadães resolveu encetar o desafio. Na verdade, o sucesso da organização das Sete Maravilhas de Portugal, apresentadas a 7/7/2007, consolidaram o entusiasmo inicial. Sucesso expresso em números.
Maior evento de 2007 Um dos 3 maiores de sempre em Portugal Retorno na comunicação social no valor de 73M€ 84% da população considerou o evento bom ou excelente 54% da população realçou a importância para a notoriedade de Portugal Foram veiculadas cerca de 2000 notícias com índice de favorabilidade de 4.3 pontos (escala de 1 a 5) Record de share de audiência de 78% 5 sponsors oficiais conseguiram um retorno de 9,6M€ Estudo sociológico destaca a participação do público na votação e a promoção da riqueza arquitectónica Mais de 300.000 votantes nacionais e 100 Milhões a nível mundial Aumento superior a 30% nas visitas aos monumentos eleitos
O Governo português percebeu de imediato os benefícios deste projecto, que conta desde o início com o apoio do Executivo e da Presidência Portuguesa. O Instituto Camões, enquanto organismo de divulgação da língua e cultura portuguesas no estrangeiro, tem feito a mediação com os diversos países e com as entidades que gerem os monumentos. As reacções têm sido as melhores, reforçadas pelo facto de estar prevista a recuperação de um dos edifícios vencedores. Na sua essência, o projecto alia o turismo à cultura. “A cultura pode e deve ser um factor de atracção de turismo”, ideia já defendida na tomada de posse do novo ministro da Cultura.
Projectos futuros: Sete Maravilhas Naturais de Portugal com data marcada para 26/07/2010. Serão nomeados para votação paisagens naturais ou monumentos naturais |
Tal como na altura dos descobrimentos, a imagem do evento revela um mapa-mundo em que a capital portuguesa é o centro. Mas neste caso, os traços que ligam a cidade de Lisboa aos diferentes pontos do planeta não são rotas marítimas, mas heranças de um passado cultural comum.
Candidatos a Sete Maravilhas de Portugal no Mundo
África | |
Ilha de James, Gambia A Ilha de James e as áreas com ela relacionada testemunham as várias facetas e épocas do encontro entre a África e a Europa ao longo do curso do rio Gambia, numa contínua tensão dos períodos pré-colonial e pré-esclavagista até à independência. | |
Fortes e Castelos em Volta, Greater Accra, Gana Os entrepostos comerciais fortificados entre Keta e Beyin, fundados pelos portugueses entre 1482 e 1786 ao longo do Gana, assumem-se como antigos vestígios das rotas comerciais estabelecidas pelos portugueses nas várias regiões do mundo, durante a grande epopeia marítima | |
Cidade Portuguesa de Mazagão (El Jadida) A cidade de Mazagão, uma das antigas colónias construídas pelos exploradores portugueses na África Ocidental, incluída na rota marítima para a Índia. | |
Ilha de Moçambique, Moçambique A cidade fortificada da ilha de Moçambique constitui um antigo entreposto comercial português na rota marítima para a Índia. | |
Ilha de Goreia, Senegal Ao largo da costa senegalesa, fronteira à cidade de Dakar, Goreia foi, entre os séculos XV e XIX, o maior centro comercial de escravos da costa africana. | |
Ruínas de Kilwa e de Songo Mnara, Tanzânia | |
Cidadela de Fasil Ghebi A cidade fortificada de Fasil Ghebbi foi a residência do imperador etíope Fasilides e dos seus sucessores durante os séculos XVI e XVII. |
América do Sul
Argentina e Brasil Missões Jesuítas dos Guarani No coração da floresta tropical, erguem-se as ruínas de São Miguel das Missões, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil e as de Santo Inácio Mini, Santa Ana, Nossa Senhora do Loreto e Santa Maria Maior, Província das Missões, Argentina. | |
Centro Histórico de Ouro Petro, Brasil Fundada nos finais do século XVII, a cidade de Ouro Preto assumiu-se, no período conhecido como a Idade Dourada do Brasil setecentista, como o principal centro da corrida ao ouro. | |
Centro Histórico de São Luís, Brasil Datado dos finais do século XVII, o centro histórico desta cidade foi fundado pelos franceses, ocupado pelos holandeses e, posteriormente, conquistado pelos portugueses, preservando ainda hoje o padrão original da primitiva malha ortogonal urbana. | |
Centro Histórico Diamantina, Brasil Diamantina é uma cidade colonial inserida como uma jóia num colar de montanhas rochosas pouco hospitaleiras. | |
Centro Histórico de Olinda, Brasil Fundada no século XVI pelos portugueses, a sua história está ligada à indústria da cana-de-açúcar. | |
Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas, Brasil Construído na segunda metade do século XVIII, o Santuário do Bom Jesus possui uma igreja, cujo interior exibe um sumptuoso estilo Rococó, de influência italianizante, uma escadaria ao ar livre decorada com estátuas dos profetas e sete capelas que ilustram as Estações da Cruz. | |
Centro Histórico de Goiás, Brasil Goiás testemunha a ocupação e colonização das regiões centrais do Brasil, nos séculos XVIII e XIX. O desenho do espaço urbano é exemplo da típica cidade dedicada à exploração mineira, adaptada às condições do local. | |
Centro Histórico de São Salvador, Brasil Como primeira capital do Brasil, entre 1549 e 1763, São Salvador da Bahia testemunhou a multiplicidade racial das culturas europeia, africana e indígena americana. Foi o primeiro mercado negreiro do Novo Mundo, tendo chegado os primeiros escravos em 1558, com a finalidade de pesados trabalhos nas plantações de açúcar. | |
Missões Jesuítas de Trinidad do Paraná e Jesus Além do seu valor e interesse artístico, estas missões representam a memória das actividades sociais e económicas que acompanharam a cristianização da região da bacia do Rio da Prata, pela Companhia de Jesus, nos séculos XVII e XVIII. | |
Bairro Histórico da Colónia de Sacramento, Uruguai Fundada pelos portugueses em 1680 no Rio da Prata, a cidade assumiu uma função estratégica de defesa contra o império espanhol. Disputada durante um século, foi finalmente perdida para os seus fundadores. |
Ásia
Sítio Arqueológico de Qal’at al, Bahrein Qal’at al-Bahrain é um típico tell, uma colina artificial construída por sucessivas ocupações humanas. O tell, com uma área de 300 por 600 metros quadrados, testemunha a presença contínua do Homem entre 2300 a.C. e o século XVI. Cerca de 25 por cento do sítio foi escavado, revelando estruturas de diferentes tipos: recintos residenciais, públicos, comerciais, religiosos e militares. | |
Centro Histórico de Macau, China Macau era um próspero porto com uma importante localização geo- estratégica no desenvolvimento do comércio internacional, que esteve sob administração portuguesa desde os meados do século XVI até 1999, ano em que regressou à soberania chinesa. | |
Igrejas e Conventos de Goa, Índia Ruínas da cidade, conjunto das igrejas: Sé Catedral, Bom Jesus, Graça e São Caetano. As igrejas e os conventos de Goa, a antiga capital da Índia lusitana, em particular a igreja do Bom Jesus, onde se encontra o túmulo de São Francisco Xavier, ilustram a | |
Cidade Velha de Galle e suas fortificações, Sri Lanka Fundada no século XVI pelos portugueses, Galle alcançou o auge do seu desenvolvimento no século XVIII, antes da chegada dos britânicos. | |
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