Vídeo: A campanha recorda uma das maiores criações de Yves Saint Laurent: o smoking feminino.
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Entrevista com o estilista (em francês)
Um estilista que “elevou a moda ao nível da arte”. As palavras são do presidente francês, Nicolas Sarkozy, no dia em que o foi anunciada ao mundo a morte do estilista francês Yves Saint Laurent. Aos 71 anos, aquele que foi para muitos considerado o mestre morreu em Paris vítima de um temor maligno.
A morte de Saint Laurent significa o fim de uma geração de grandes estilistas, da qual fizeram parte nomes como o de Coco Chanel ou de Christian Dior. Yves Henri Donat Mathieu Saint Laurent – nome grande de um grande criador – nasceu a 1 de Agosto de 1936 na Argélia, apesar de a família ser de nacionalidade francesa. O pai estava ligado à sétima arte, sendo o dono de uma cadeia de cinemas. Mas foi à elegância e à sofisticação maternas que o estilista foi buscar parte do génio. A ousadia fê-lo mudar-se, com dezoito anos, para Paris e por lá deu nas vistas ao frequentar a École de la Chambre Syndicate de la Haute Couture, muito conhecida escola de moda. Os trabalhos apresentados por Saint Laurent chamaram à atenção do estilista Christian Dior, que acabou por o contratar como assistente.
A morte do mestre Dior, em 1957, deixou à frente da maison o jovem Saint Laurent, que se lançou na sua primeira colecção em Janeiro de 1956. O estilista rompeu com o esquema das roupas apertadas do pós-guerra e apresentou o célebre vestido trapézio. A primeira revolução na moda feminina proporcionada pelo autor. A inovação valeu-lhe o prémio Neiman Marcus, concedido às maiores contribuições ao mundo da moda por esta cadeia de lojas norte-americana.
Aos 26 anos é chamado a servir como soldado na guerra da Argélia e assim perde o lugar na casa Dior. Depois de ferido, regressou em 1961 a Paris com o objectivo de lançar a sua própria marca. Foi o que fez com a ajuda de Pierre Bergé, amigo e também sócio. Apesar do pouco dinheiro inicial, a maison sobreviveu nos primeiros tempos para em pouco tempo se tornar um império da alta-costura e sofisticação. A primeira colecção lançada no desfile de 26 de Janeiro 1962 deu às inicias YSL um significado próprio de dimensão mundial. Saint Laurent dispunha do génio, Bergé detinha o talento para o negócio. A dupla estava condenada ao sucesso.
O que dizem do mestre
Carla Bruni-Sarkozy, primeira dama francesa e ex-modelo “Estou destroçada. Ele era um artista excepcional e um ser humano maravilhoso. Estou muito honrada por ter podido trabalhar com ele” | |
Pierre Bergé, amigo e co-fundador da empresa YSL “Chanel deu à mulher liberdade, Saint Laurent deu-lhe poder. Na sua essência, há um liberal, um anarquista. A forma como mudou a sociedade foi a forma como mudou a mulher”. | |
Vivienne Westwood, estilista inglesa “Ele está entre aqueles que tornam perfeito tudo em que tocam” | |
Christine Albanel, ministra da Cultura francesa “Um designer que toca a vida das mulheres. É brilhante a ideia de que a mulher pode ser igualmente feminina, estando vestida como um homem” | |
Fátima Lopes, estilista nacional “Teve um lado feminino muito grande. Trata-se de um criador que gostava das mulheres e que sempre fez das mulheres ícones da beleza.” | |
YSL começaram a ser letras de culto, ostentadas em todo o tipo de produtos: perfumes, bolsas, chapéus ou óculos. Bergé garante que foi ele que deu poder à mulher. Verdade ou não, o certo é que o smoking feminino constituiu um dos seus principais legados. Numa entrevista à revista inglesa Dazed & Confused, em Março de 2003, Saint Laurent revelou que o smoking feminino foi a sua criação favorita, graças à sensualidade e à emoção libertadora que proporcionou às mulheres. “Le smoking” foi criado em 1966 e era composto por uma blusa transparente e calça masculina. Na altura foi entendido como uma provocação sexual e social, já que, na época, alguns lugares proibiam a presença de mulheres envergando calças. Na mesma entrevista, o estilista acaba por lamentar não ter inventado os “jeans”. No fundo, YSL ambicionava, a todo o momento, pôr em causa o estabelecido. Já em 1965, Saint Laurent tinha quebrado com o tradicional ao ter misturado artes com o vestido Mondrian, inspirado na obra do artista cubista holandês. As influências da arte Pop nas suas criações também são evidentes-
Em 1986, Saint Laurent foi o primeiro estilista no mundo a exibir seus trabalhos num museu: o Louvre, em Paris. Ainda na década de oitenta, o presidente francês François Mitterrand concede-lhe a insígnia de cavaleiro da Legião de Honra. Já em 2000, é lançada uma série de moedas comemorativas em homenagem ao criador.
No seu percurso foi muitas vezes acompanhado pela actriz francesa Catherine Deneuve, a principal musa do costureiro. O primeiro encontro deu-se em 1966, quando YSL criou os figurinos de “A Bela da Tarde”, filme protagonizado por Deneuve. A actriz foi escolhida ainda para ser a modelo da última peça alinhavada pelo estilista. Este momento deu-se em 2002, quando, YSL aos 65 anos se despediu de seu atelier na Avenida Marceau, em Paris. O casado preto de lã, bordado com espigas de trigo douradas, criado originalmente para a temporada Outono-Inverno 1985/1986, foi refeito para ser apresentado no desfile de despedida. Catherine Deneuve cantou Ma plus belle histoire d’amour, enquanto o estilista dizia adeus no meio de aplausos e lágrimas. Somava 40 anos à frente de uma marca própria, mais de 70 colecções e 200 desfiles. O funeral do estilista foi marcado para esta quinta-feira, mas o legado permanece.
Já em 1965, Saint Laurent tinha quebrado com o tradicional ao ter misturado artes com o vestido Mondrian, inspirado na obra do artista cubista holandês. | |
No seu percurso foi muitas vezes acompanhado pela actriz francesa Catherine Deneuve, a principal musa do costureiro. | |
Em 2002, quando YSL tinha 65 anos despediu-se de seu atelier na Avenida Marceau, em Paris. |
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