9 de novembro de 2010

Dossiê

Na semana em que o Imagens de Marca dedica a sua emissão, na SIC Notícias, aos efeitos da crise no consumo, fomos ter com os criativos para saber como é que a criatividade pode ajudar a contornar a crise, como é que está a criatividade em Portugal e o que se espera para o sector.


 


 







Nuno Jerónimo


Director Criativo da Ativism


 


Num cenário destes, a criatividade deixou de ser importante e passou a ser determinante.


 


A tentar impor-se. Não é fácil ser criativo num país que faz bench-marketing (não é um erro, é um trocadilho).


 


Dias difíceis, de profunda mudança. Os tempos que aí vêm vão ser especialmente duros para todos os que se mantiverem agarrados às fórmulas e formatos do passado e não souberem reconhecer que nada voltará a ser como dantes.


 


 







Mário Mandacaru


Director da Brandia Central


 


A criatividade é o maior engenho do Homem, sem ela não teríamos logrado existir por tantos milhares de anos. Ou, como poderíamos ter  suplantado todas as adversidades com que já nos defrontámos, desde vencermos tigres dentes-de-sabre, a conseguirmos utilizar as novas máquinas de bilhetes da CP? A própria crise é um feito de criatividade, perversa claro, onde basicamente inventaram dinheiro onde ele não existia. Mas como qualquer campanha enganosa, não deu resultado e agora pagamos a factura.


 


A  criatividade é certamente uma ferramenta valiosíssima no combate às situações que nos são menos favoráveis, e face ao óbvio despesismo do Estado resta-nos arranjar soluções que nos arregalem os olhos de modo a que consigamos ver a luz no fim do túnel, esperançosos de que não seja do farol do TGV em sentido contrário.
Segundo Edward de Bono, a crise económica actual tem aproximadamente 30% de real, ao que se somam 50% de pânico ou receios graças à acção dos media e os últimos 20% de “jogo”, onde alguns se aproveitam da situação. As soluções criativas necessitam de espaço para germinar, daí que o nosso foco deve estar na resolução dos problemas e não na repetição contínua do drama que vivemos.


 


Já arriscar a realização de algo inusitado pode gerar um frio na espinha, já que a condição inequívoca para o “novo” é nunca ter sido posto em prática. Isso requer além de estofo e vontade, o devido suporte estratégico fundamentado no conhecimento de causa – do cliente, do mercado, da marca, do produto, do consumidor, dos fans, da tribo…


 


Uma vez que nenhum dos lados envolvidos, consultoria criativa, investidor ou cliente, possui toda a informação ou expertise para elaborar a solução criativa mais eficaz, quer na criação de uma marca, produto, serviço ou acção; todo o sector deve dirigir os seus esforços para a criação de relações parceria baseadas na confiança e respeito mútuos.


 


A criatividade em Portugal é restrita apenas à dimensão do nosso mercado e não à nossa capacidade de gerar ideias que façam sorrir.


 


 







Diogo Anahory


Director Ciativo da BAR


 


Tendo em conta que em tempos de crise a maioria das marcas prefere não arriscar, aqueles que, pelo contrário, investirem em criatividade aumentam a probabilidade de conseguirem marcar a diferença. Ou seja, a crise retira do “campo de batalha” as marcas mais conservadoras deixando “campo livre” para aquelas que são mais corajosas e inovadoras.


 


Já viu melhores dias. Nota-se uma contenção por parte dos anunciantes que preferem não arriscar. A responsabilidade também está do lado das agências, também elas pressionadas pelos “números”. O problema das soluções não criativas é que pura e simplesmente ninguém as vê: é o mesmo que deitar dinheiro à rua.


 


Eu espero que o sector tenha a capacidade de inverter a situação. Que tenha a capacidade de provar aos anunciantes que a criatividade não é apenas uma das forma de resolver problemas e gerar resultados: é a única!



 

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelasEm tempo de crise como está a criatividade? Os criativos falam na primeira pessoa.

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