30 de novembro de 2012

Dossiê


Nota: Esta semana o Imagens de Marca dedica a sua emissão, na SIC Notícias, aos efeitos da crise no consumo.

 

 

 

Portugal está a passar por um período de crise de confiança, a que as marcas não escapam. Num estudo da GFK Metris, para a APAN – Associação Portuguesa de Anunciantes, onde se avaliaram os níveis de confiança dos consumidores portugueses na publicidade, os resultados revelaram-se bastante baixos. Perante esta crise de confiança, 76% dos consumidores são influenciados nas suas escolhas por pessoas próximas. Somente 23% seguem o que as marcas dizem sobre elas próprias e 15% os anúncios.

 

 

Em declarações ao Imagens de Marca (IM), António Gomes (Director-Geral da GFK), afirmou que este estudo apresenta “valores que traduzem o que falhou”. Acrescentando: “o que falhou foi a confiança. Com a multiplicidade de meio, marcas e produtos os consumidores foram muito pressionados, e fazem-se promessas que depois não são cumpridas”.

 

 

No entanto, o certo é que 89% dos inquiridos afirmou ver ou ouvir publicidade, sendo que 91% considera a televisão como o  meio mais eficaz. “O poder do boca à boca é muito forte, mas não deixamos de ver publicidade”, afirmou o especialista.

 

 

Por outro lado, 83% dos consumidores continuam a falar das marcas com as pessoas que lhes estão próximas. Mas, a maioria (71%) fala sobre os preços. Somente 25% aborda questões sobre as marcas em si, 7% publicidade, 6% porque as marcas estão de algum modo presentes nas suas vidas e 5% as mensagens publicitárias.

 

 

Quando chega a altura de juntar marcas e publicidade, os consumidores atribuem a responsabilidade dos anúncios que existem às marcas (48%), desculpabilizando as agências de publicidade do que possa falar ao nível da confiança. Já 22% atribui esta responsabilidade aos publicitários que fizeram o anúncio, e 20% aos responsáveis de marketing que mandaram fazer o anúncio.

 

 

Assim, a situação das marcas agrava-se quando, segundo o estudo, os consumidores têm destas uma imagem pouco positiva.

 

 

Estes são da opinião que as marcas só querem vender, não se preocupando com as suas
necessidades e, como tal, não apresentando produtos diferenciados, adequados aos consumidores. A relação emocional entre marcas e consumidores é algo que está comprometido.

 

 

“Os consumidores acham que as marcas só olham para as vendas e não se preocupam com as suas necessidades. Por isso, não os respeitam. Porque não criam uma relação emocional com eles”, explica o especialista ao IM.

 

 

António Gomes lembrou, no entanto, que “esta baixa na confiança dos consumidores em relação às marcas não pode ser dissociada do momento em que estamos”, de crise, e onde “a falta de confiança é generalizada”. “Portugal tem dos valores mais baixos de confiança a nível mundial”, conclui.

 

 

A GFK realizou, para este estudo, intitulado “We trust in advertising?”,  1012 entrevistas em Setembro de 2010, a indivíduos residentes em Portugal Continental, de ambos os sexos, entre os 15 e os 64 anos.

 

 

 

 

Para os consumidores as marcas…

- Eu não me iludo que as marcas se preocupam realmente comigo, elas só querem é vender – 80%
 
- As marcas só estão interessadas em vender-me os seus produtos e serviços, não necessariamente em vender o produto ou serviço que é o mais adequado para mim – 79,5%
 
- Não há nenhuma relação entre as marcas e os consumidores. Nós compramos os seus produtos e eles vendem. Só isto, não há relação – 71,3%
 

Fonte: Estudo da GFK Metrics, para a APAN

 

 


Mas o que é que é mais relevante num anúncio?

A mensagem publicitária – 35%

A marca/empresa – 32%

A criatividade do anúncio – 27%

Fonte: Estudo da GFK Metrics, para a APAN

 

 

Um bom anúncio de publicidade deve…
 
Ser de confiança: 60%
Ser credível: 58%
Ser transparente: 56%
Ser explicativo: 55%
Ser convincente: 51%
Ser criativo: 50%
Ser autêntico: 49%

Ser relevante para mim: 45%
Ser estimulante: 43%
Ter sentido de humor: 43%
Ser um anúncio que me marca: 41%
Entreter: 36%
Ser sedutor: 35%
 

Fonte: Estudo da GFK Metrics, para a APAN

 


 

 

Valor da publicidade

- A publicidade permite que os consumidores façam escolhas – 76%

- A publicidade estimula a concorrência, o que leva a melhores produtos e serviços e a preços mais baixos – 73%

- Ao ajudar as empresas a ter sucesso, a publicidade cria postos de trabalho nas empresas e na indústria da publicidade – 73%

- A publicidade contribui para o crescimento da economia – 70%

- A publicidade e os patrocínios são importantes para financiar eventos desportivos, exposições de arte e eventos culturais – 69%

- A publicidade fornece informação útil sobre questões importantes da sociedade, como segurança e saúde – 67%

- A publicidade contribui para uma mais rápida globalização 66%

- A publicidade é um meio para eu conhecer novas culturas, modos de vida diferentes – 62%

- A publicidade retém muitas vezes a minha atenção e é um Entretenimento – 53%

Fonte: Estudo da GFK Metrics, para a APAN

 

 

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