29 de julho de 2010

Dossiê

Algumas marcas de referências portuguesas estão de malas feitas para Nova Iorque, onde as suas peças serão recebidas nas lojas do Museu de Arte Moderna (MoMa). Viarco, Amorim Cork/Matceramica, Bordalo Pinheiro, Pelcor, Tema Home e Cutipol são as marcas que fizeram história em Nova Iorque e ganharam um lugar no catálogo de Outono deste museu.


 


 


Portugal viajou até aos Estados Unidos, em Nova York, pela mão de cerca de uma centena de marcas nacionais representadas na exposição “Destination Portugal”, que esteve recentemente patente no Museu de Arte Moderna (MoMa).


 


No final, nove produtos portugueses de “design” e “vintage” foram convidados a ficar nas lojas do MoMa, que os vão passar a vender.
Entre os produtos mais vendidos durante os dois meses da exposição, esteve o serviço de chá “Whistler”, feito de cerâmica pintada e cortiça, as colheres “Goa”, em inox e resina, um vaso de porcelana, uma mala de ombro em cortiça, as taças Bordalo Pinheiro em forma de melão e os lápis Viarco.


 


No catálogo de Outono serão já incluídos os produtos portugueses – um banco do designer Fernando Brizio, um pilão de barro para ervas, o serviço “Whistler”, os talheres “Goa” e peças Bordalo Pinheiro.


 


“Das marcas que tiveram melhores vendas destacam-se a Viarco, a parceria Amorim Cork/Matceramica, a Bordalo Pinheiro e a Pelcor . Outras marcas que ficaram no exigente catálogo do MoMa, é a Tema Home e a Cutipol”, explicou ao IM Online, Rui Boavida Marques, Comissário para o Comércio e Investimento da AICEP, responsável pela exposição “Destination Portugal”.


 


Este responsável contou, ainda, como tudo aconteceu: “A escolha das marcas portuguesas foi feita por um grupo de curadoras do MoMa que, durante três visitas a Portugal, se actualizaram com o design contemporâneo português. Segundo as suas próprias palavras ficaram muito bem impressionadas com os produtos e com a qualidade e nível de resposta dos produtores e designers, reconhecendo que foi um dos melhores eventos da serie. Em termos de resultados, dizem mesmo, que nunca aconteceu começarem com a inexistência total de marcas, e ficarem logo com uma dezena no portfolio de Outono, que vai ser anunciado no final de Agosto, através da revista do MoMa que é enviada a 2,5 milhões de sócios do Museu”.



O IM Online falou com duas das marcas que passarão a estar em permanência no MoMa para perceber como tudo aconteceu, quais as estratégias e objectivos a cumprir – Nuno Barra, Director de Marketing, respondeu pelo Grupo Visabeira; e Sandra Correia, Gestora de Marca, pela Pelcor


 


 







A internacionalização da Bordallo Pinheiro


 


Imagens de Marca (IM) – Como surgiu a possibilidade de levar a Bordallo Pinheiro a Nova Iorque?
Nuno Barra (NB) -
Surgiu através de um convite dirigido à marca pelo IAPMEI e pelo Ministério da Cultura. O processo teve início em Junho do ano passado, quando nos foi disponibilizado um espaço na Cordoaria Nacional para a exposição de alguns dos artigos mais emblemáticos da Bordallo Pinheiro, então seleccionados por uma equipa formada por elementos das nossas Direcções Comercial e de Marketing. A partir daí iniciaram-se vários contactos com os responsáveis do MoMa e, havendo um claro interesse comum, rapidamente chegámos a um entendimento sobre as peças a expor e como as expor.


 


IM – Quais os objectivos e que estratégia esteviram por detrás dessa decisão?
NB -
O nosso principal objectivo foi divulgar a marca num espaço que consideramos ser uma referência ao nível do design mundial e um dos mais prestigiados e visitados museus de arte moderna do mundo. O MoMA conhece anualmente milhões de visitantes de todas as nacionalidades, pelo que ao marcar presença neste espaço damo-nos a conhecer globalmente e não apenas ao mercado norte-americano. É uma forma transversal e abrangente de criar notoriedade, num contexto em que os nossos valores distintivos são amplificados, gerando buzz em torno da marca.


 


IM – Como pensaram o mercado norte-americano? Que preocupações tiveram com os produtos expostos?
NB -
O trabalho foi efectuado em estreita colaboração com uma equipa do próprio MoMA. Da nossa parte houve o cuidado de perceber muito bem a filosofia e perfil dos potenciais clientes, e para isso foi essencial analisar o conceito inerente ao próprio museu. A adequação a esse conceito foi sempre o principal driver na selecção dos artigos a expor. Não foi um trabalho fácil mas foi extremamente recompensador, a vários níveis.


 


IM – O que representa para a empresa esta venda de produtos no MoMA?
NB -
Acima de tudo uma distinção do nosso design e da originalidade dos conceitos que ainda hoje individualizam a Bordallo Pinheiro. Um dos mais importantes valores da marca é a intemporalidade, e, apesar de um história centenária, as nossas peças continuam a destacar-se pela organicidade, arrojo e vivacidade dos seus motivos, formas e cores. E, nessa medida, é e será sempre uma marca moderna. Essa identidade única não passou despercebida ao MoMA, autoridade indiscutível na matéria. Pensamos que já há muito se justificava a presença da Faianças Artísticas Bordallo Pinheiro num destes palcos, e finalmente concretizou-se.



 







Abrir novas portas no mercado norte-americano


 


Imagens de Marca (IM) – Como surgiu a possibilidade de levar a Pelcor a Nova Iorque?
Sandra Correia (SC) –
A Pelcor recebeu a visita das responsáveis do MoMA em Lisboa, por indicação do IAPMEI, e após essa visita e toda a apresentação da Pelcor, foi feita a primeira selecção de amostras para serem enviadas para o MoMA. Isto aconteceu em Junho de 2009 e em Setembro de 2009, eu própria me desloquei a Nova Iorque e estive no MoMA, em reunião, onde decidimos em conjunto quais os produtos Pelcor que iriam ser integrados na exposição “Destination Portugal”. E foi assim desta forma que tudo aconteceu.


 


IM – Quais os objectivos e que estratégia esteviveram por detrás dessa decisão?
SC -
A Pelcor já exporta para os Estados Unidos desde 2008, principalmente para a Florida onde temos a nossa representação, e já tinhamos planeado como estratégia fazer uma apresentação da Pelcor aos media americanos, integrados no target “Eco Lux” que ocorreu em Setembro 2009 na 5ª avenida no Rouge Tomato. Este interesse do MoMA nos produtos Pelcor e esta apresentação da Pelcor aos media resultou num “casamento” muito positivo, permitindo-nos assim abrir outras portas e um mercado maior em Nova Iorque.


 


IM – Como pensaram o mercado norte-americano? Que preocupações tiveram com os produtos expostos?
SC -
O mercado Americano já vem a ser pensado há cerca de dois anos, onde através dos nossos representantes a Pelcor participa em feiras e outros eventos. Esta oportunidade de termos os nossos produtos nas lojas do MoMA em Nova Iorque, veio trazer um contributo muito importante em termos de know how e notoriedade da marca para o mercado americano. As principais preocupações que tivémos com os produtos expostos foram essencialmente na ordem do Design, linhas rectas, facilmente perceptiveís e atractivas, e ao mesmo tempo criar modelos simples e de uso pessoal.


 


IM -  O que representa para a empresa esta venda de produtos no MoMa?
SC -
O facto de a Pelcor ter os seus produtos á venda no MoMA, representa principalmente notoriedade, uma vez que o MoMA é o maior e mais importante Museu de Arte Moderna do Mundo e uma montra para o Mundo…uma vez que a marca está exposta e disponível para aquisição nas 2 lojas do MoMA em NY e simultaneamente na loja em Tokyo, permitindo assim também a 1ª apresentação da marca no Japão.
Para a Pelcor traz notoriedade e uma janela aberta para a entrada da mesma nestes dois mercados tão importantes como NY e Japão.

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelas
Loading ... Loading ...

Comentários (1)

  1. Wonderfully!

    hpixel

    por: icons pack,

Escreva o seu nome e email ou faça login com o Facebook para comentar.