21 de março de 2008

Dossiê

 


A maior ponte de pedra do mundo podia ser mais um daqueles recordes a figurar no Guiness, celebrados com pompa e circunstância e com direito a abertura de noticiário. Mas é com serena imponência que, todos os dias, o Aqueduto das Águas Livres acorda sobre Lisboa e dá motivos de festejo aos portugueses.


 


A primeira pedra vem do século XVIII. A 12 de Maio de 1731, D. João V ordena o início da construção do Aqueduto, para trazer águas livres à região de Lisboa. Após quase cem anos para se edificar, a obra, digna de uma Roma portuguesa, com o maior arco em ogiva do mundo, atrai para a capital novas indústrias e profissões.


 


“Representa também o melhor de nós, o melhor dos Portugueses. É o único monumento integralmente oferecido pelo povo de Lisboa que durante várias gerações pagava uma pena de água sabendo que estava a construir um futuro e que já não usufruiria desse bem revelando um espírito construtivista, de generosidade e de cidadania”, afirma Margarida Ruas, directora do Museu da Água.


 


Elo de ligação entre áreas circundantes da cidade, o Aqueduto torna-se no ponto de encontro de pessoas, histórias e até da morte.


 


Em funcionamento até 1967, “o Aqueduto permanece nas duas Lisboas”, diz Margarida Ruas. A ominipresença é justificada pela obra de Santiago Calatrava, que se inspirou na Arcaria do Vale de Alcântara para projectar a Estação do Oriente, no Parque das Nações. Um ícone contemporâneo com nascente no passado. Uma nova forma de prolongar o Aqueduto pela cidade que pretende chegar ao resto do mundo, enquanto património mundial.


 

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