A 11ª Semana Nacional do Marketing, da qual o Imagens de Marca é media partner, arranca hoje com os Encontros do Marketing – eventos inseridos em seis pólos universitários de Lisboa, Faro, Vila Nova de Famalicão, Coimbra, Aveiro e Peniche. Estas cidades recebem profissionais reputados do sector para debates em torno de temas como a inovação, Marketing Relacional ou os desafios do e-Marketing.
Este ano o Congresso Internacional do Marketing , que decorre na quinta-feira, no ISCTE Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, traz a Portugal Jeremy Gutsche, que vem falar como crise pode ser sinónimo de inovação e de novas oportunidades.
A iniciativa, uma organização da Associação Portuguesa de Profissionais de Marketing (APPN), realiza-se entre 17 e 21 de Maio. Cinco dias que vão reunir em diversos espaços de debate mais de dois mil profissionais do sector, professores e estudantes.
O keynote speaker, Jeremy Gutsche, é fundador da Trendhunter.com e autor do livro “Exploiting Chaos”, com uma palestra intitulada “Spark innovation in times of change”.
Durante este dia os participantes vão poder ainda debater três outros temas, com um painel de oradores invejável: “Expand your horizons”, “MicroMarketing” e “Predict the future”.
Marketing em português O cartaz deste ano do Congresso Internacional de Marketing é muito forte. IM – Porquê Jeremy Gutsche para esta edição?
O Imagens de Marca falou com Carlos Manuel Oliveira, presidente da APPM, que nos fez um balanço dos últimos anos do marketing em português.
Imagens de Marca – Que balanço faz da evolução do marketing em Portugal ao longo dos últimos anos?
Carlos Manuel de Oliveira - O marketing, enquanto área de gestão evoluiu muito significativamente nos últimos anos. Os profissionais de marketing portugueses, aliás, têm conseguido acompanhar o que de mais sofisticado se tem feito em todo o mundo. Com a globalização e a concorrência aberta, assim como uma maior transparência dos mercados, isto tem sido possível, através dos “novos” meios de difusão. Facto que coloca todos os operadores de negócio ao mesmo nível potencial de informação.
Em consequência, embora alguns outros países vivam há mais anos em ambientes mais fortemente concorrenciais, Portugal tem acompanhado o que se faz de bem e melhor.
Tentando sintetizar um tema que é lato, diria que as principais evoluções se situam nos seguintes oito domínios:
- maior preocupação com o cliente, enquanto elemento único e diferenciado do mercado;
- maior sofisticação das técnicas de análise comportamental das relações entre os clientes, as empresas e as marcas;
- utilização progressiva das chamadas novas tecnologias de informação e comunicação e, em particular, das redes sociais;
- utilização crescente de processos de medição de eficácia e retorno de campanhas, acções promocionais;
- implementação de processos de “customer relationship management”;
- o acentuar da marca como elemento diferenciador;
- utilização de técnicas de marketing experiencial e sensorial;
- crescente preocupação com a ética e responsabilidade social.
IM – Que expectativas tem para esta edição da Semana Nacional do Marketing?
CMO - Naturalmente que grandes expectativas e, diria, numa perspectiva positiva e optimista. Os portugueses são, como se sabe, culturalmente pessimistas. As crises conjunturais, e não só, têm criado um ambiente ainda mais negativo ao desenvolvimento dos negócios, afectando grandemente a situação económico-financeira das famílias. Mas, por outro, constata-se que em tempos de crise, novos projectos são lançados e casos de sucesso se verificam. É este, então, o ponto central da Semana de Marketing deste ano e do seu Congresso Internacional, precisamente o pensar sobre as oportunidades com que as empresas se deparam em tempos de crise e de mudança. Espero, assim, que todos aqueles que responderem ao desafio de participar no Congresso saiam mais optimistas e com vontade de fazerem parte daqueles que procuram as soluções e não fazem parte do problema.
CMO - As ideias e as pesquisas de Jeremy Gutsche “encaixam-se” justamente no tema deste ano e na problemática da gestão em tempos de mudança. Jeremy é um trendspotter que tem verificado que nestes tempos de crise algumas empresas e marcas conseguem atingir níveis de sucesso consideráveis e ultrapassar o macilento pessimismo que parece inibir tudo e todos de caminhar em frente e ser bem sucedido. Particularmente, a sua última obra “Exploiting chaos” põe o dedo na ferida e aponta para diversas formas e soluções para a exploração das oportunidades em tempos de mudança. Desta forma, diria que melhor casamento entre autor e tema seria difícil de encontrar.
IM – Qual a sua opinião sobre a nova geração de marketeers?
CMO - Não diria exactamente que “há uma nova geração de marketeers”. Certo que, quer as técnicas disponíveis, quer a integração do marketing nas empresas, quer as novas condições concorrenciais, colocam hoje desafios diferentes daqueles que se colocavam há anos atrás. De qualquer forma, o desafio-base tem sempre sido o mesmo… como desenvolver relações com os clientes que os tornem fiéis às marcas e os levem à compra e à preferência. Actualmente, e ainda bem, há mais exigência centrada nos resultados, o que leva a uma grande pressão sobre a actividade.
Certo que, também, o exercício da função marketing na actualidade é confrontada com grandes transformações, que passam pela perda ou ganho, noutros casos, do “poder” interno dos departamentos de marketing, pelo repensar dos modelos organizativos e da forma de implementação das estratégias e dos “processos de marketing”, o que pode levar nalguns casos a alguma dificuldade de gestão destes processos e da avaliação dos seus resultados.
De qualquer forma, os profissionais em si, são hoje em Portugal mais bem preparados para o exercício das suas funções, através de uma melhor preparação académica, a nível das licenciaturas-base, mestrados e pós-graduações, mais especializadas em torno dos temas-chave do marketing, quer no país quer no estrangeiro; são também confrontados, como referi, com um nível de exigência crescente e com novos desafios.
Em suma, diria que temos muito bons profissionais, à semelhança de outras áreas funcionais das empresas e das organizações.
Programa
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