22 de janeiro de 2010

Dossiê

Vídeo: “Brad Sugars – 5 ways to massive profits”


 


Aos 7 anos vendia os presentes de Natal aos irmãos, aos 13 anos formava o primeiro negócio, aos 26 anos era multi-milionário e hoje partilha o seu conhecimento com o resto do mundo. Brad Sugars é um business coach, alguém que ensina os empresários a  aumentar as vendas e a melhorar os resultados de marketing. E, como não poderia deixar de ser, a sua experiência foi posta a render. A ActionCOACH é a empresa que lidera e actualmente está presente em 1500 escritórios, espalhados por 50 países. Esta segunda-feira, Brad Sugars vai estar no Porto e, antes de os empresários portugueses irem aos treinos, o Imagens de Marca dá-lhe a conhecer um pouco da visão que este empreendedor tem do mundo dos negócios.


 


Imagens de Marca: De que forma podemos olhar para a crise económica como um momento de oportunidades?


Brad Sugars: Fez-se sempre mais dinheiro nas alturas de crise do que nas de crescimento. E nós podemos ver isso hoje-em-dia. Ao olhar para o panorama actual, um empresário irá aperceber-se de que, nas últimas décadas, os preços da tecnologia, da mão-de-obra, dos imóveis e da maioria dos bens nunca estiveram tão bons. E isso significa uma grande oportunidade dependendo da área de mercado onde se estiver a actuar. Também ajuda ter a perspectiva de que o ciclo do negócio provavelmente nunca será anulado, portanto é seu trabalho adaptar o negócio aos ciclos que, à partida, já sabe que existem e se vão repetir, como sempre o fizeram. Costumo comparar os negócios às estações. A maioria do mundo está a sair de um “Inverno económico”, depois de uns vigorosos “Primavera e Verão económicos”. Outras economias tiveram um Outono e um Inverno muito curtos e estão a entrar agora na sua própria versão de “Primavera económica”.


 


IM: Esta crise financeira aumentou a procura do business coach?


B.S.: Absolutamente, porque os empresários que mantiveram o negócio aperceberam-se de que precisavam de ajuda para ultrapassar a tempestade, ou, olhando à sua volta, quiseram saber como podiam aproveitar as oportunidades para crecer massivamente. Alguns precisam apenas de algum conhecimento adicional e orientação, porque são novos e nunca lidaram com uma crise. Para onde é que se viram? Para o business coach, que conhece os sistemas e os pilares de um negócio, independentemente da situação económica que estivermos a atravessar.


 


IM: O que é que se deve ter em conta na criação de um negócio?


B.S.: Uma boa razão para se estar a criá-lo e uma ideia de como criar um negócio de sucesso, tendo em conta que levará entre 7 a 10 anos até se tronar rentável e que os primeiros negócios provavelmente não terão muito êxito. A principal razão para isso acontecer é os futuros empresários não saberem o que estão a fazer, ou serem bons numa determinada área, mas não a gerir e a aumentar um negócio. Estão simplesmente a comprar um emprego para si próprios, onde vão ter mais stress e, nos primeiros anos, ganhar menos, do que ganham agora. Por isso é importante saberem de antemão como gerir um negócio. Não vão deixar de cometer erros, mas vão reduzi-los e aumentar as probabilidades de sucesso.


 


IM: Quando as pessoas procuram o business coach que áreas precisam geralmente de mais treino?


B.S.: Resume-se sempre a 3 áreas: tempo, equipa e dinheiro. O dinheiro é a componente mais crítica. Pode-se sempre comprar tempo, ao delegar esforços por um sistema ou pela equipa, mas, primeiro, os empresários precisam de passar do caos para o controlo financeiro, antes de reorganizar qualquer outro sistema, pois sem lucro não há negócio.


 


IM: Há algum negócio condenado logo à partida?


B.S.: Sim, aqueles que são geridos por pessoas que não têm a noção de como atraír clientes e fazê-los voltar, de como vender o seu negócio e gerar receita, os que não têm um plano de crescimento e aqueles que estão excessivamente endividados. Se algum destes factores estiver presente, posso garantir que o negócio não terá êxito. 


 







O seu negócio é saudável? A Action Coach responde aqui.


 


IM: Actualmente quais são os negócios mais e menos promissores, a nível global? 


B.S.: O MySpace precisa de criar alguma novidade para sobreviver a longo-prazo e uma forma de o conseguir é ajudar os negociantes a fazer dinheiro, tal como o Facebook, o Twitter e o LinkedIN já fizeram. Geralmente os negócios mais promissores, na área da tecnologia ou não, têm de estar fortemente assentes num modelo transaccional que permita gera mais negócio. Podemos olhar para o caso da Apple e o iPod. Vende-se um iPod, mas depois outras receitas são geradas através do iTunes. O mesmo se passa com a Amazon e o Kindle. Vende-se um Kindle, mas geram-se múltiplas transacções através do imenso universo de livros e títulos. Até a Google, que inicialmente estava focada na pesquisa, conseguiu outra fonte de rendimento através da publicidade, que, por sua vez, gerou outras formas de repetir negócio. Essa é a chave para quem quer entrar no mundo dos negócios  ou comprar um, porque raramente – se é que alguma vez isso acontece – se consegue lucrar com a primeira transacção. É a sucessão de compras por parte do cliente e o tempo que o conseguimos manter enquanto tal que vão determinar a rentabilidade do negócio.


 



IM: Como olha para Portugal em termos de oportunidades de negócio e liderança?


B.S.: Penso que, para aqueles que olham para o negócio de uma perspectiva global, as oportunidades são fantásticas. Os portugueses sempre estiveram na vanguarda da descoberta e têm um grande apreço por qualidade e cultura e estes factores podem ser usados como eixos de negócio agora e no futuro. O desafio para este lado do mundo (e também para os Estados Unidos)é aperceberem-se de que a próxima grande onda de crescimento vai ter lugar na Ásia, com a China e a Índia a abrir caminho. Muito deste fenómeno deve-se a razões demográficas. Na Índia, por exemplo, a população entre os 12 e os 18 anos, é constituída por mais de 300 milhões de pessoas. Isto equivale aos mercados da União Europeia e Estados Unidos juntos e constitui uma mudança radical na procura de tecnologia, entretenimento e educação, que só agora começamos a entender.


 


 


Veja aqui a entrevista a Paulo de Vilhena, director da ActionCOACH Portugal.

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